Até uma e trinta

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Eu deixei o vinho subir

E a boca dela cair

Na minha.

E fomos até uma e trinta.

Éramos beijos e lua

E, naquela noite, quisera eu estar nua,

crua,

Na impureza da certeza de ser eu

Pura.

Pela primeira vez, me deixei sentir o gosto

Que me ardia por dentro o fogo

Do desespero de não ser quem sou

De não estar vivendo a verdade que está em mim

Até que me libertei, enfim

Nos braços de uma morena

Nas unhas afiadas pelas minhas costas

Vento gelado no rosto

Quentura subindo pelo corpo.

Só ela e eu

Até uma e trinta.

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