Noah cozinhava super bem e eu estava surpresa já que ele não tinha cara de saber fazer algo na cozinha além de comer.
Aaliyah estava dormindo no sofá enquanto eu e Urrea estávamos guardando a louça e ele continuava me olhando como se eu fosse uma estranha e isso me deixava constrangida.
— Desculpa mas você alguma vez na vida já cuidou da louça? Não estou dizendo que você é mimada ou algo do tipo mas você provavelmente teve empregados a vida toda. — Ri enquanto pegava outro prato.
— Eu cresci com empregados sim mas qualquer um sabe secar uma louça e guardar. — Revirei os olhos.
— Se importa de ficar aqui sozinha? Preciso levar a Aaliyah para a cama. — Sorri e assenti, tão fofo. — Por favor não quebre nenhum prato ou a minha avó dá um jeito de levantar e mata nós dois.
Ri da sua piada e então assenti enquanto observava o garoto ir para longe. Noah voltou para a sala e eu larguei o pano de prato para ir até lá e observá-lo escondida enquanto ele cuidava da irmã mais nova.
Ele havia retirado o cobertor cuidadosamente e pegou a menina no colo enquanto eu observava sua cara engraçada por fazer esforço. Aaliyah era meio grande mas Noah era o dobro e por isso conseguia carregá-la.
Quanto mais tempo eu passava com ele, mais eu me arrependia de ter entrado nessa aposta idiota mas agora era muito tarde para arrependimentos e eu precisava ir até o fim.
Eu esperava do fundo do meu coração que Urrea não ficasse magoado e acima de tudo, que eu não me apaixonasse por ele.
Era cerca de dez da noite e eu estava no sofá ao lado do Noah. Estávamos vendo uma série e quando percebemos, já estávamos no quinto episódio então dormiríamos bem tarde.
— Você não precisa trabalhar amanhã? Porque não quero que você fique muito cansado.
— A pizzaria abre as seis da tarde, então eu estou tranquilo. — Ele sorriu.
Eu queria puxar algum assunto com ele para tentar criar o maldito clima mas eu simplesmente não conseguia pensar em nada. Urrea me deixava extremamente confusa e nervosa.
— O que houve naquela noite, quando nos conhecemos? — O encarei.
— Eu já disse, eu estava bêbada e acabei tentando te beijar.
— Você não está bêbada agora e continua vindo atrás de mim, qual é o propósito de tudo isso?
Senti borboletas no meu estômago e parecia que eu iria desmaiar a qualquer momento. O que eu diria para ele?
Então Noah, fui desafiada a te beijar valendo setecentos dólares. Sem chances.
Urrea continuava me encarando enquanto esperava uma resposta e tudo que eu consegui fazer foi sorrir nervosa enquanto evitava olhar em seus olhos.
— Gostei de você, meio que, amor à primeira vista. — Eu disse e ele riu, droga, ele tinha um sorriso tão bonito.
— Sei. — Ele disse debochado.
— A sua avó fica sempre no quarto? — Perguntei e ele me encarou, droga de pergunta. — Me des...
— Ela tem uma doença, prefiro que ela evite esforços já que qualquer coisa pode causar um ataque cardíaco nela.
Urrea parecia triste ao falar sobre a sua avó e isso me deixava triste também mas ao menos ele estava se abrindo para mim e então eu faria o mesmo, queria que ele visse que eu confio nele.
— Entendo bem família complicada. — Dei de ombros e encarei o chão. — Meus pais são incríveis mas colocam o trabalho em primeiro lugar, mal nos vemos ou nos falamos.
— No quesito pais ausentes, temos algo em comum. — Ele riu e eu sorri fraco.
— O que houve com os seus pais? Se não quiser me contar, está tudo bem.
— Meu pai morreu logo depois que a Aaliyah nasceu, minha mãe se sentia triste ao olhar para nós e lembrar dele então ela simplesmente fugiu. — Ele deu de ombros. — Por muito tempo eu me culpei achando que eu não havia sido um bom filho.
— Eu discordo totalmente Noah. — Sorri e ele me encarou. — Você é incrível com a sua irmã e sua avó, eu teria muito orgulho de você se eu fosse a sua mãe.
Urrea sorriu por alguns segundos e então encarou o chão. Ele era extremamente tímido e eu sabia que a atitude teria que ser minha e então eu fiz isso, me aproximei e sorri novamente antes de colar nossos lábios. Eu já esperava que ele me empurrasse ou algo do tipo mas pelo contrário, ele retribuiu.
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