Vincent, é o nome do cachorro de Carry, leal companheiro assim como todo cão é... Vicent compartilha do mesmo problema dos humanos, a extensão da diminuição da idade; cachorros viviam somente até seus 7 anos, Vicent já é considerado um idoso com seus 5 anos. Ao começo de todos os seus dias Carry dedicava um pouco de seu tempo para poder ficar com ele. Estranhamente cães haviam sofrido uma mutação com o voar das centenas de anos, onde deixavam de ter seus rabos para assim obterem uma pata extra traseira. Dividir sentimentos intensos com Vicent era uma boa terapia para Carry.
- Sabe Vincent, seus ancestrais eram bem mais educados que você, com certeza eles não tentavam morder a própria dona hahaha. Há momentos na minha vida que eu anseio por mais, mas desse "mais" eu desconheço quase tudo, confuso né? Infelizmente é a verdade nua e crua. Ler livros está se tornando muito entediante pra mim, acho que é porque já li todos os 253 que eu tenho...
Na casa vizinha de Carry outros tipos de amizades eram formadas. Tom costumava falar bastante com a lagartixa Dora, seu réptil de estimação. Para alimentar ela, ele possuía o hábito de pegar formigas em sua casa para assim mantê-la viva. Seus pais eram Antony e Christine, o pai encorajava Tom a abandonar aquele bairro de uma vez por todas, até porque Antony sentia que aquilo tudo se tratava de uma perigosa ilusão; porém Tom se negava, suas raízes estavam naquele ambiente, e se fosse para ele morrer lá isso valeria muito apena no final.
Com o passar de meses a terra chega perto de um período mais instável de radiação cósmica, sem seu campo magnético o planeta era atingido por todas às radiações existentes no universo observável; antes desses tempos difíceis chegarem, Carry mais Tom abusam da criatividade e criam um sistema único de comunicação a distância que não depende de qualquer tipo de radiofrequência, dispositivo esse semelhante em aparência a um Walkie Talkie. Com a entrada da denominada era "RCI" (ou Radiação cósmica intensa) todas as famílias da comunidade solidária antecipam a armazenagem de grandes quantidades de comida e água em suas casas para assim todos conseguirem ficar de modo confortável, em quarentena; e logo após disso é chegado o momento da utilidade dos "Walkie Talkie 2.0".
- Tom na escuta? Câmbio.
- Estou aqui, como foi seu dia hoje Carry? Câmbio.
- Igual a todos os outros, sem nenhuma novidade, exceto talvez o fato das "novas" reclamações da minha mãe em relação a dores em suas costas. E você? Algo de inédito ocorreu hoje? Câmbio.
- Poxa lamento minha futura sogra estar assim... Hoje meus pais conseguiram discutir por causa de uma coisa realmente relevante; Meu pai acha que devemos ir embora por conta da escassez de itens básicos de sobrevivência, já minha mãe é do contra, ela acha que não devemos nos arriscar em encontrar os "Slerts" no caminho... Sei lá o que é essa porra de bicho. Câmbio.
- Curioso você mencionar criaturas desconhecidas, a alguns meses atrás eu encontrei uma presa bem grande, quando fui pesquisar nos meus livros não achei nenhuma característica que apontasse da onde essa presa é. Câmbio.
- É bem provável que seja dessas criaturas chamadas Slerts. Quem sabe também se as histórias que nos contavam para não sairmos muito de casa tivesse mais a ver com o fato desses animais estarem passeando por aí, do que com a própria radiação. Câmbio.
- É possível que sim, mas isso só o tempo nos dirá. Os humanos possuem o famoso hábito de só começarem a crer em algo quando em fim conseguem ver. Bom eu vou dormir um pouco agora, amanhã te chamo de novo. Câmbio final.
- Bons sonhos Carry, sonhe com os anjos, no caso sonhe comigo. Câmbio final desligo.
É chegada a hora dos meses gelados, (torturadores ao corpo) semelhante a todo calor abusivo que se concentra nos primeiros 6 meses de cada ano. Com o inverno envolvendo tudo ao seu redor, Carry se arrisca com os -63°c fora de sua casa, para armazenar o máximo de gelo que conseguir, pois futuramente aquilo se tornará água de Boa qualidade (ou pelo menos útil para se manter). Sozinha na sua rua, ela após terminar de recolher tudo, testemunha em montes de neve algo se mexendo, e não se contendo, vai em direção a esse mistério. Tom seguindo sua intuição tenta fazer contato com Carry, pois achava que algo estava acontecendo, e ela o responde.
- Carry na escuta? Câmbio.
- Estou aqui, o que foi? Câmbio.
- Você está em casa? Tá um barulhão aí. Câmbio.
- Não, estou aqui fora, vi uma coisa curiosa e vou ver o que é. Daqui apouco retorno a chamada. Câmbio desligo.
- Espera! Carry?? Droga.
Em pânico ele corre, até que se próxima o suficiente de Carry para tentar impedi-la de tocar em algo.
- Carry não faz isso! Você não sabe o que é!!!
- Tudo bem!! Eu não vou tocar em nada.
Tom aliviado com a resposta, respira fundo e a leva de volta para casa. No meio do caminho, ambos escutam aquele mesmo barulho incerto.
Carry - Eu acho que devemos dar uma espiada.
- É Perigoso; Corremos risco de morte com esses Slerts a solta e eu gosto de estar vivo!
- Acha então que devemos avisar nossos pais?
- O sensato seria fazer isso mesmo...
- Ok.
Na porta da casa de Carry eles escutam sons altos e confusos. No desespero Tom tenta arrombar a porta chutando sua maçaneta com toda sua força, mas fracassa. Carry não expressa reações escandalosas, apenas a mais provável, angústia e raiva, pois o som intenso de armários e itens de cozinha sendo quebrados eram muito elevados. A vizinhança logo se aproxima extremamente curiosa em relação aos fatos ali presentes. Tom após alguns esforços arromba a porta, e os dois ao entrarem na casa, observam um verdadeiro pesadelo horrível e tenebroso; absolutamente tudo lá estava quebrado, e o espanto vem quando Carry encontra sangue sobre os destroços. Imediatamente pensamentos negativos tomam conta de sua mente que naquele momento já estava muito abalada... Carry acha Vicent, felizmente sem nenhum ferimento, já Nicole, não se encontra em lugar algum; Tom junto com seus pais no local da tragédia, tentam aconselhar Carry em diversos aspectos.
Sr. Helton - Minha filha, você deve procurar por ela, não perca a esperança! Pois ela é a última que morre.
Sra. Helton - Ah ótimo, agora quer que ela saia daqui também? Nem nesses momentos você consegue respeitar alguém Carl?
Sr. Helton - Não comece Christine, eu só quero ajudar a menina.
Tom - Vocês dois querem parar!? Precisamos respeitar o luto e o conflito interno dela! Vamos todos ir embora agora. Carry amanhã eu volto para te ajudar a arrumar isso tudo, ok?
Carry - Ok...
Responde ela com um choro torturante; choro esse que arde seus olhos, adoece seu espírito e enfraquece seu psicológico ao máximo. Esperança? Aquela palavra não era boa para o momento.
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Nosso Planeta Parou...
Science FictionO ano é 4055 D.C. quando a terra encerra seu ciclo padrão de rotação, e a raça humana junto a animal caminha lentamente para a extinção global. O planeta se vê exposto à diversos tipos de radiação cósmicas e solares, devido a perda do campo magnétic...