PERDIÇÃO

15

Fui para a minha detenção com o professor Snape, minha vontade era não ir e enfrentar as consequências depois, mas Tracey me convenceu a ir.

- Direto para o dormitório senhorita Storani!

- Sim senhor.

Falei depois que o professor me dispensou, pedi licença, saí de sua sala, fui caminhando pelos corredores e me assustei ao dar de cara com a madame Norrra pendurada pelo rabo e Harry Potter perto de seu corpo:

- Harry, o que você fez?

Ele me olhou assustado:

- Eu...não....ela já estava assim....eu..só....

- Harry!

Ouvimos a voz de Hermione e viramos, ela estava acompanhada de Rony e os dois tinham o mesmo semblante assustado. Barulho de passos se aproximando e eu senti vontade de correr, mas meu corpo não me obedecia e o senhor Filtch chegou, ele agarrou Harry:

- O QUE VOCÊ FEZ???

- Eu....não...

Antes dele fazer qualquer coisa a Harry, o professor Snape chegou acompanhado da professora Minerva e do professor Dumbledore:

- Filtch! Solte o garoto!

- Diretor, olha o que ele fez com minha gata! Ele precisa ser punido.

- Não fui eu...Eu juro!

- Inocente até que se prove o contrário.

Ouvi a grave voz do professor Snape atrás de mim, não sei por qual razão eu tive medo, o diretor nos mandou para o dormitório, mas acompanhados dos diretores da nossas casas, ou seja, o professor Snape me acompanhou, em silêncio até que que chegamos no salão comunal:

- Por que não veio direto para o dormitório como eu ordenei?

- Eu estava vindo, mas encontrei com Harry Potter e madame Norrra....

- O que a senhorita viu exatamente?

- Nada, só o que todos viram, acho que eu e Harry chegamos juntos lá.

- Certo! Não quero que fale sobre isso com ninguém, agora vá dormir!

- Professor?

- Sim.

- O que é a Câmara Secreta?

- Nada que lhe diz respeito senhorita, vá dormir!

Fui para meu dormitório, mas não tinha sono, aquela frase escrita na parede, com sangue, não saía da minha cabeça.

Depois disso coisas estranhas começaram a acontecer na escola, alguns alunos foram petrificados e por esse motivo o professor Lockhart nos reuniu para ensinar a duelar. E para minha surpresa o professor Snape estava junto.

- Estão todos me vendo? Estão todos me ouvindo? Ótimo! Devido aos acontecimentos eu convenci o diretor Dumbledore a ensiná-los a duelar e o professor Snape gentilmente se ofereceu para ser meu ajudante.

Olhei para Treacy e demos um sorriso, o professor Lockhart continuou seu discurso narcisista e em seguida disse que iria demonstrar como venceu sei-lá-quêm, pois não estava prestando atenção, ele e o professor Snape se posicionaram e assim que o professor Lockhart lançou um feitiço o professor Snape rebateu o atirando metros de distância, muitos de nó demos risada e algumas garotas ficaram preocupadas com o professor. Ele se levantou tentando manter a pose de superior:

- Muito óbvio esse seu ataque professor Snape, eu deixei que me atingisse para mostrar aos alunos.

- Como ele é patético.

Eu falei para Treacy e ela concordou:

- Não seria mais prudente o senhor mostrar para os alunos como se duela?

-Boa ideia! Rony, Harry!

- O senhor Weasley já causa estrago suficiente com uma varinha boa, o senhor Potter iria para a ala hospitalar em uma caixa de fósforo.

- O que sugere?

- Alguém da minha casa, Malfoy!

Draco subiu e o professor começou a dar as instruções, e como eu previ, Draco trapaceou e jogou Harry longe, ele se levantou e e atingiu Draco que também foi atirado longe, ele se levantou e lançou um feitiço que lançou uma cobra em direção a Harry e tudo aconteceu muito rápido e Harry começou a conversar com a cobra, algumas pessoas ficaram com medo e o professor Snape acabou com a cobra e para distrair a todos ele nos colocou para duelar, e apesar dele ter dado fim a conversa de Harry com a cobra, parecia que ele estava com vontade de ver tudo pegar fogo, pois colocou cada aluno da Grifinória contra nós da Sonserina e para minha sorte eu fiquei com Daisy Malfoy e isso significava que não teríamos um duelo comum.

E como eu previ, nosso duelo saiu do controle no primeiro feitiço, eu atirei Dayse longe com meu feitiço e ela assim que caiu no chão atirou um objeto em mim, acertando minha cabeça, senti o sangue descer e nem tive tempo de reação, pois ela estava se atirando em cima de mim e ali começamos um duelo físico, não sei por quanto tempo a briga durou, quando dei por mim, estava na ala hospitalar sendo atendida por madame Promfey,  olhei para os lados e vi que eu não era a única ali, pelo jeito a aula do professor Lockhart não havia saído como ele planejou:

- A senhorita já pode ir para seu dormitório.

- Obrigada.

Desci da maca e fui para o salão comunal, Tracey está sentada com Lucca de frente para a lareira:

- Oi.

- Aylla! Oi, como você está?

- Bem....

- O professor Snape está furioso, amanhã ele terá uma conversa com todos que brigaram na aula.

Olhei para Lucca:

- Alguma chance de você me ajudar com isso?

- Zero! Não vou poder fazer nada.

- Talvez se você...

- Esquece Aylla! Eu não posso fazer isso. - ele se levantou. - E é exatamente por essa razão que não quero que todos saibam.

Lucca foi para o dormitório dele e Tracey me olhou pedindo uma explicação:

- Lucca é filho do professor Snape.

- E você estava tentando usar isso ao seu favor? Francamente Aylla!

- É assim que eu sou!

Falei, deitei no sofá e fechei meua olhos:

- Aylla, você é minha amiga e por isso eu preciso te falar, não é certo usar as pessoas assim.

- E por que não?

- É sério?

- Sim, estou falando sério, não sei o porquê não posso me beneficiar com o que eu sei.

Tracey respirou fundo e se sentou ao meu lado:

- Aylla, quando alguém te confia um segredo, não é para você usá-lo a seu favor, mas sim para que você seja confidente e se mostre amiga.

- Mas...

- Esquece tudo o que você aprendeu até agora! Pense assim, se fosse você, iria gostar que alguém te usasse assim?

- Não.

Eu respondi e me senti completamente confusa:

- Então, de agora em diante quando pensar em fazer qualquer coisa assim, se coloque no lugar da pessoa..

- Por que?

- Porque você é boa Aylla, só aprendeu coisas de maneira diferente, seus pais são boas pessoas, mas também têm uma visão distorcida de tudo.

Eu não respondi, me levantei e fui para o dormitório, Tracey me deu muito o que pensar com aquelas poucas palavras, eu estava confusa, e se ela estivesse certa como eu faria para mudar? Como eu mostraria isso para meus pais? E principalmente para o mentor de tudo isso, meu avô? Tentei dormir e deixar isso para depois.