#4 Caio e Albert

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O sol da grande cidade brilhava aos céus,que deixava o alfalto molhado com reflexões incriveis do céu semi nublado.
As oito e meia,os ônibus ficaram cheios,pois era o horário dos trabalhadores e estudantes acordarem pra vida. O sol ja começava a aquecer o clima,mas o vento gelado permaneceu,as folhas ainda voavam para o meio da rua.
-por que as folhas estão amarelas...mestre?-disse Alice,pegando uma folha que voara em sua cabeça.
-isso acontece quando as folhas estão morrendo,Alice-explicou Hayaki,olhando a rua cheia de folhas.
-mas...por que elas tem que morrer?-perguntou Alice,parecia incomodada.
-porque tudo nessa vida acaba,pode ser agora,depois ou daqui a muitos anos. Uma hora vai chegar a nossa vez de irmos embora também-disse Hayaki observando o céu.Seu cabelo cacheado voava com o vento e as folhas amarelas,que ficaram algumas presas nos fios de cabelo.
-e...quando vai chegar a sua hora,mestre?-perguntou Alice,assustada-e a...minha?
-Alice...-Hayaki a parou e suspirou.
Colocou as mãos em seus pequenos ombros.
-olha,não se preocupa com isso,eu vou te proteger com a minha vida-disse Hayaki olhando profundamente os olhos verde e azul de Alice.-e se eu morrer,eu vou continuar com você pra sempre,e sempre,tá bom?
Hayaki deu um sorriso preocupado,Alice não se tranquilizou,mas entendeu o recado que recebeu.
Concordou e continuaram.

-estamos quase chegando-disse Hayaki,apontando ao prédio que trabalhava.
Era um enorme prédio com vidros espelhados cinza,com um enorme estacionamento no térreo com poucos carros,pois o número aumentava com o horário.
-que...grande-disse Alice,apreciando o tamanho.
-vamos lá,só falta subir essas escadas.
O prédio ficava na rua de cima,que poderia cortar caminho subindo uma enorme escadaria de pedra com alguns corrimães,que os skatistas adoravam passar por aquele "beco".
No meio da escadaria,perceberam que havia uma pessoa no fim,parada,mas o sól ofuscava seus olhos,assim,dificultado saber quem era.
-quem....?-disse Hayaki,tapando a luz do sol com a mão.
o índividuo se encontrava com um enorme sorriso psicótico,crusou os braços enquanto mostrava os dentes de prata que tinha.
-não...-disse Alice,indo para trás de Hayaki,que ficou paralisado.
-não...você denovo? CAIO.
Caio,apesar de ser um cara explosivo,manteu-se calmo para não chamar atenção na rua. Ele não parecia ter armas ou algum objeto que desse para espancar ou esfaquear.
-Olá meu amigo-Caio descia as escadas.-eu sempre suspeitei do sujeito que você era,Hayaki.
Hayaki olhava a expressão de terror de Alice,não conseguia ficar calado.
-O QUE VOCÊ QUER,CAIO?-perguntou Hayaki mesmo sabendo a resposta que viria a seguir.
-VOCÊ ESTÁ COM ALGO MEU AÍ ATRÁS,não é mesmo-disse Caio com uma pequena pausa-ALICE.
Caio apontou o dedo para Alice,que mal se aguentava em pé.
As mémorias dolorosas de Alice passaram por sua cabeça,um sofrimento sem fim,que nem a pessoa mais forte do mundo suportaria aquela dor mental. Ela segurava fortemente a blusa de Hayaki,e cochichava "me ajude,me ajude,me ajude".
-ELA NÃO É MAIS SUA,CAIO-gritou Hayaki,tentando não perder a sua calma.
Caio sorria sem fim,o seu sorriso de prata espelhava a luz do sol,que parecia sugar toda a felicidade de Alice,que não conseguia chorar e não dizer algo a mais que "me ajude".
Ele descia mais degrais
-não adianta fugir-disse Caio com as mãos no bolso-me entregue a garota e você permanece no seu emprego,não é,princesa do papai.
O chefe de Hayaki era pai de Caio,que só atrapalhava cada vez mais o pessoal da firma.

-filho?
-sim,pai?-disse um garoto jovem enquanto olhava as estrelas numa montanha.
A grama estava úmida,aquela cidade que vivera sempre chovia,então a úmidade no ar só aumentava e raramente abaixava em dias de verão.
-você...sabe que eu amo a sua mãe...não é?-disse Albert sentando ao seu lado e olhou o céu estrelado da madrugada.
-eu...sei...-deu uma pequena pausa na frase-mas então por que você continua com as outras?
-porque eu também amo elas...-disse albert com expressão triste, Observou que estava encurralado nas palavras.
-e...você não me dá mais atenção,não quer saber mais da mamãe,você fica só com as outras garotas e esquece a gente...-disse o garoto franzindo o nariz,mas não tirava os olhos das estrelas-você...nem liga pra gente,não é?
Albert ficou calado,acendeu um cigarro e jogou fumaça ao vento gelado da montanha.
-sua mãe...ainda fala de mim?
-sim,ela falava e ainda fala o quanto você é incrivel,ela sempre te perdoa quando sabe que você está com essas putas-o garoto encarou o pai-ela não merece isso,ELA NÃO MERECE VOCÊ.
O garoto levantou-se e correu para floresta escura,não levava nada consigo além de um quadrinho com o seu vilão favorito.
Albert foi atrás do garoto.
-CAIO? ONDE ESTÁ VOCÊ? VOLTE,POR FAVOR-gritou enquanto corria na floresta.
Os grilos gritavam à noite do luar,corujas voavam à procura de alimento. As arvores faziam barulho de folhas se mechendo com o vento.
Albert corria no meio do lamaçal da floresta,seu isqueiro e as estrelas era a unica luz que levava consigo,seu cigarro caiu na poça ao correr.
Enquanto corria,observou que havia pegadas pequenas na lama,quando lhe veio a voz de Caio, "você nunca amou ela".A voz eccoava pela floresta perto das enormes montanhas.
Enquanto corria,passou por uma placa "cuidado,ursos",mas não chegou a ler com tanta preocupação com seu filho,passou por varias coisas e não percebera que foi picado por mosquitos,bateu num tronco de árvore,mas nada tirava sua atenção
-volte aqui Caio-dizia Albert,com voz fraca,quando ouviu Caio gritar.
Seu coração começou a pulsar ferozmente,conseguia ouvir as batidas nitidamente e sua cabeça pulsava. Ele não se perdoaria se acontecesse algo com o seu garoto.
Quanto mais chegava perto,mais doloroso ficava,pois em sua mente só oq lhe via,era o seu filho morto.
Quando viu varios animais mortos perto da trilha e rastros de sangue levando para o mesmo caminho que vinha a voz de Caio. Tentou ignorar o fato que algum animal selvagem estivesse por perto e continuou a procura de seu filho.
Quando se aproximou,os gritos de Caio vinha de uma pequena cabana perto de uma cachoeira. Albert entrou na cabana. Estava em ruínas,com móveis desgastados e goteiras no teto,o mato ja havia tomado conta da cozinha e do banheiro,somente a sala e as escadas sobreviveram.
As pegadas de Caio ia para o segundo andar da cabana,barulhos de garras vinha de cima,até que um grito veio logo em seguida.
Albert subiu desesperadamente até entrar no quarto,se deparou com uma onça e seu filho chorando com o olho esquerdo sangrando.
-AGUENTA AÍ CAIO-disse Albert pegando um pedaço de madeira da parede podre da cabana.
A onça rugia altamente,fazendo eco pela floresta inteira,deixando todos os animais mudos em instantes.
Albert foi pra cima da enorme onça,que cortou seu braço que segurava a madeira,mas conseguiu dar uma paulada nas costas da onça. Quando subiu em cima de Albert,tentou agarrar sua cabeça,Caio olhava com um olho ao redor para ver se achava algo para ajudar seu pai,quando viu que havia um machado no armario.
O pedaço de madeira caiu com o impacto da onça subindo em cima de Albert,que segurava o pescoço da fera. Caio logo interviu,deu uma machadada nas costas da fera,que sofreu.
A onça soltou Albert,mas fora novamente pra cima de Caio,que se afastava lentamente. O machado havia ficado nas costas da fera,quando Albert tirou o machado e cortou sua cabeça.
A fera havia morrido.

O olho esquerdo de caio havia sido cortado com as garras da Onça,iria ficar com uma enorme cicatriz pelo resto de sua vida.
Com a fera morta,os dois sairam da cabana totalmente acabados,sentaram na beira do lago da cachoeira.
Caio hávia perdido muito sangue,mas não esperou que seu pai cortasse o pano de sua blusa e fechasse o sangramento de seu olho. Mas continuou tonto pela perda de sangue.
-obrigado pai...-disse Caio segurando uma pedrinha no rio.
-de nada...-o silêncio gritou por alguns segundos-olha,sobre o assunto de antes...
-não,não vou falar sobre isso denovo...e eu odeio esses felinos,todos são iguais-reclamou Caio enquanto jogou a pédrinha brutalmente no rio.
-é...eu também não gosto de felinos,filho.
Caio ficou quieto,jogou apenas algumas pédrinhas no rio e voltou para a montanha que estava.
Ambos sentaram-se novamente sob a luz das estrelas.
-olha...eu posso te perdoar e não contar para a mamãe que você tem filhos com outras mulheres...-fez uma pequena pausa para pensar no que queria em troca
-se você me deixar ir para o seu trabalho,receber o mesmo pagamento de todos,mas eu não irei trabalhar.
Houve muitos acordos para o filho perdoá-lo e não contar as relações que tinha com outras mulheres.
Albert por mais receoso que estava,aceitou o acordo,Caio ficou com uma cicatriz no olho esquerdo pela vida inteira. Passou a odiar todos os tipos de felinos por ter perdido o seu olho,odiava gatos,onças,leões e todos os outros.

Caio se aproximava cada vez mais Hayaki.
Alice não parava de pedir ajuda enquanto apertava suas costas.
Caio continuou descendo enquanto ameaçava ambos,quando um grupo de garotos bloquearam todas as saidas do beco,o deixando encurralados.
-devemos acabar com isso,pessoal?-disse Caio enquanto levantava os braços.
Caio adimirava muito os vilões dramáticos de quadrinhos e animes,e com muitos anos os imitando,acabou se tornando um deles.
Todos os garotos que vieram com Caio confirmaram.
-ENTÃO,VAMOS ACABAR COM ISSO.
Caio descia as escadas Rapidamente ainda com aquele sorriso.
Alice segurou tão forte as costas de Hayaki que acabou o furando,gemeu. Caio,ao ouvir o gemido de dor de Hayaki,parou imediatamente. Os delinquentes haviam parado com a algazarra.
-mas o que foi? Eu nem cheguei em vocês ainda-Caio ficou somente alguns degraus para chegar na Alice.
Quando Hayaki se sente estranho,sentiu uma dor em sua cabeça e no final das costas,quando ficou inconciente por alguns segundos.
-AGORA É A MINHA CHANCE-Caio correu até Hayaki para socá-lo-TOMA.
Hayaki inesperadamente bloqueia o soco de Caio.
Os olhos de Hayaki Havia mudado,estavam idêntico a dos felinos,encarou Caio,que estava surtando.
-ESSES....OLHOS-disse Caio furioso-EU VOU TE MATAR.
hayaki logo chutou as suas pernas,o derrubando no chão.
Alice ficou paralisada no lugar,só saiu quando Hayaki a colocou na mochila rapidamente e subiu as paredes do beco,deixando Caio e os delinquentes para trás.

Hayaki não disse uma palavra durante este período,só agiu por impulso em salvar a garota. Quando escalou as paredes,pulou em um telhado logo em seguida e desceu a rua.Alice ficou calada,ainda estava assustada.
Quando hayaki finalmente parou de correr,seus olhos voltaram ao normal e desmaiou na hora,derrubando Alice da mochila.

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