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Vinte e três de abril de 2016

     Sarah

Meus pais largaram tudo, absolutamente tudo no Brasil por causa do meu namoro com Juliette. Eles achavam inadmissível a princesinha deles namorar outra princesinha ao invés de um príncipe.

Mesmo mudando de país eu ainda estava de castigo, sem nenhuma rede social e sem sair de casa, da escola pra casa de casa pra escola.

Meu pai é pastor e minha mãe médica, então sempre convivi mais com meu pai, já que mamãe sempre estava de plantão trabalhando.

Eu sempre quis morar fora do Brasil, era uma das minhas metas com Juliette, nunca imaginei estar odiando morar nos Estados Unidos.

     Juliette

Sarah e eu nos conhecemos na aula de ballet quando tínhamos dez anos, desde lá, nunca mais nos separamos.

Quando completei quatorze anos comecei sentir coisas diferentes em relação a Sarah, coisas como não saber para onde olhar quando ela se  trocava perto de mim, sentir nó na garganta quando ela falava que estava gostando de algum menininho por ai, coisas de amor além da amizade.

Os dez meses que passei tendo Sarah do meu lado como namorada foram os dez melhores meses da minha vida, mesmo tendo apenas dezesseis anos.


     Sete de maio de 2015

Era sexta-feira a noite, Sarah se encontrava deitada no peito de Juliette, estavam no quarto da morena assistindo qualquer filme que passava na televisão, no relógio já marcava 22h, Sarah dormiria lá na casa da até então "melhor amiga".

— Ei, Sarah — Juliette chama num susurro — vamos sentar lá no telhado para olhar a lua?

— Essas horas? Tá frio lá fora! — Sarah repreende Freire enquanto se ajeita nas cobertas.

— Vamos agasalhadas. — Juliette se levantava — A lua está linda bebê, a luz dela tá iluminando o quarto, vamos lá!

— Afe Juliette, sei que se não formos você vai ficar enchendo o saco, então vamos.


As duas meninas estavam encantadas com a Lua, estava deslumbrante, linda fora do normal.

— Ai Juliette — Sarah praticamente grita — Por que você me beliscou, doida?

— Pra ver se você é de verdade.

— Como assim de verdade Jujuba? Claro que eu sou de verdade. Ou você acha que eu sou um fruto da sua imaginação? — Andrade termina a frase soltando uma risada nasalada e deitando com a cabeça nas pernas de Juliette.

— As vezes eu acho que sim — Freire leva sua mão aos cabelos loiros, começando um cafuné ali — Eu nunca conheci alguém que me completasse tão bem, nunca conheci um olhar que eu tenha tido tanta vontade de ficar admirando...

Sarah então se levanta e senta no colo de Juliette, olhando no fundo de seus olhos.

— Eu não quero pegar no sono. Porque eu sentiria sua falta. E eu não quero perder nada. Porque mesmo quando eu sonho com você, o sonho mais doce não vai ser suficiente. 

Juliette da um sorrisinho, estava ficando com vergonha, mas Sarah continuou falando:

— Repousando perto de você, sentindo seu coração bater e imaginando o que você está sonhando. Imaginando se sou eu que você está vendo. Então eu beijo seus olhos e agradeço a Deus por estarmos juntas.

As duas então selam os lábios com muito amor, mas não aprofundam o beijo.

— Sarah, eu só quero ficar com você, neste momento… pra sempre. — Mais um selinho — Não quero perder um sorriso. Não quero perder um beijo. Eu só quero ficar com você. Bem aqui, com você. Apenas assim. Eu só quero te abraçar forte. Ver a lua com você. Sentir seu coração no meu. Sua mão na minha... Eu te amo.

— Eu te amo mais.

— Não mesmo! Eu amo mais.

— Ah é? Ama mais?

— Amo sim senhora!

— Então namora comigo.

Juliette gelou. Por mais que estivesse vivendo praticamente um namoro com Sarah, o pedido ainda não havia acontecido

— Pra sempre.

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Capítulo curtinho que é gostoso!

Talking to the moon- Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora