𝙿𝚛ó𝚕𝚘𝚐𝚘

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Você já se questionou sua própria existência e proposito no universo? Vivo em um mundo onde alienígenas atacam a terra, homens usam armaduras de ferro super tecnológicas, e até mesmo Deuses com dons inimagináveis existem, então qual será o MEU propósito nisso tudo? Aonde eu me encaixo? Eu nunca fui exposto a radiação que me desse super poderes, não sou um espião russo e nem mesmo vim de outro planeta, eu só sou daqui mesmo, Queens, Nova York, tenho dezesseis anos e estou repetindo em matemática, gosto de comer Fruit Loops sem leite e tenho TDAH - Déficit de atenção -, essas são minhas super habilidades para ajudar o mundo, e mais nada. Quando a gente para e se questiona, tudo é muito grande e extraordinário, mas também muito pequeno e ordinário, super-heróis salvam o mundo diariamente, pessoas com dons especiais aparecem na mídia todos os dias, e elas acabam ou virando super-heróis ou vilões em roupas esquisitas e apertadas demais. Eu sempre sonhei em ser especial, desde muito novo, queria voar por aí salvando todos que precisassem de ajuda, inclusive meus pais, eu queria ter salvo eles, mas eu era tão pequeno e não tinha nada que eu pudesse ter feito, sei disso, hoje, mas levei um tempo para poder engolir o trauma. Eu tinha cinco anos, era aniversário de seis anos do meu irmão Zach, meus pais nos levaram para um festival que estava tendo na cidade, a noite era iluminada por um carrossel todo brilhante e uma enorme roda-gigante cheia de luzes coloridas, eu enchi o saco dos meus pais para deixarem eu e Zach irmos na roda-gigante sozinhos, pois já éramos "grandes" o suficiente para irmos sem eles, uma ida ao carrinho bate-bate e um algodão doce depois, eles finalmente deixaram, meus olhos e de Zach brilhavam como se tivéssemos ganhado na loteria. O brinquedo havia chegado ao pico, eu e meu irmão estávamos saltando de felicidade, éramos grandes o suficiente para aquilo, lá de cima víamos nossos pais sentados no banco comendo o que restou dos nossos algodões doces, eles até tentavam olhar para gente, estávamos tão altos e as cabines eram escuras, nós acenávamos, mas eles não nos viam, um minuto depois, ouvimos tiros seguidos de gritos, do alto víamos nossos pais se levantando do banco, e em seguida sendo baleados, pereciam formiguinhas, eu me imaginei pegando eles com meus dedos, os protegendo, mas não havia nada que eu pudesse fazer. Eu queria ter saído do topo daquela roda-gigante e ido em direção aos meus pais, queria ter salvo todas as vinte sete vítimas daquele festival, mas o que eu consegui foi segurar a mão de Zach até a polícia chegar e tirar a gente lá de cima.

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