Do Outro Lado Da Janela • Larry

07 • easter egg

04/04/2006 - flashback
Harry com 11 anos e Louis 12

Harry Styles

Páscoa! Eu nunca vou entender a páscoa, e como a data dessa comemoração muda tanto. Mas mesmo não entendendo eu adoro! Estamos na minha casa e mamãe mandou todos nós ficarmos no quarto, porque de acordo com ela, ela viu um coelhinho escondendo alguns ovos.

Fomos cada um para nossos quartos, Louis veio pro meu, onde ele dormia quando vinha pousar aqui em casa, o que acontecia frequentemente já que ele morava na casa ao lado. Muitas vezes eu e ele invadimos a casa da tia Jay de madrugada para ele pegar algo que havia esquecido. E quando ele não dormia aqui, ele ficava até tarde no telhado conversando comigo.

— Mamãe trancou a gente aqui, então acredito que vá demorar um pouco. Quer fazer o quê? — falei voltando a pular em cima da cama enquanto Louis estava sentado no chão.

— Vamos jogar um jogo! — concordei, mesmo sem saber qual era. — É assim, eu pergunto algo, você responde, e depois você pergunta e eu respondo!

— Isso se chama conversar Louis, você já foi mais criativo.

— Quando eu era uma criança de sete anos eu era criativo. Agora eu não consigo pensar em mais nada — cruzou os braços indignado com minha "crítica" à sua criatividade. — Você lembra do ano novo?

— Sim — respondi um pouco envergonhado, nada mais tinha acontecido desde aquele beijo, na verdade toda noite eu sonho com aquilo, e me sinto feliz de ter essa lembrança. Mesmo que ela não possa se repetir.

— Você parece inseguro, Harry, você se arrependeu? — Como eu poderia me arrepender de algo que eu ansiei tanto?

— De jeito nenhum, eu estou inseguro porque, e se nunca mais pudermos ficar juntos?

— Calma, por que não poderíamos ficar juntos?

— Porque é errado Louis! — ele fechou a cara mas continuou me olhando, sua expressão entregava sua descrença no que eu acabara de falar. — Isso é mais que errado.

— Quem colocou isso na sua cabeça?

— Steve — falei um pouco inseguro, Louis me olhou incrédulo. — Steve me falou que é errado gostar de garotos, e agora eu me sinto sujo Louis! Eu não queria me sentir assim, juro, mas eu não consigo depois do que ele falou.

— Babycakes, olha pra mim... — ele veio até mim e me fez ficar parado a sua frente. Eu estava sentado na cama e ele em pé na minha frente. Suas mãos estavam em minhas bochechas e seus olhos fixados aos meus. — Você acha que amar é errado?

— Não, mas nós não somos um casal normal Louis. Amar alguém do mesmo gênero é errado.

— Nunca mais fale isso Harry! Não existe só uma forma de amor, e amar alguém é algo tão lindo que não deveria ser limitado a uma só maneira. Você lembra quando machucou o joelho na minha festa, e Steve falou aquelas coisas horríveis pra você?

Claro que eu lembrava, aquilo martelou na minha cabeça por dias mesmo que ninguém saiba. Assenti e Louis passou as mãos pelos meus cabelos.

— Naquele dia ele mostrou que tem a mente fechada, e por favor não acredite nas coisas que ele diz. Amor é amor, seja ele como o nosso ou como o da mamãe e do papai. Entendeu?

—Então, eu ainda posso gostar de você?

— Pra sempre cachinhos — quando Louis se aproximou ouvimos o barulho da fechadura e nos afastamos rápido evitando ser pego se beijando.

— Mamãe falou que vocês podem- Vocês estão estranhos, oque aconteceu? — Gemma entrou no quarto e ficou encarando a gente daquele jeito que ela faz quando está desconfiada. Eu não tinha contado a ela que havia conversado com Louis e ele havia me beijado, ou seja, ela não sabia o que estava acontecendo.

— Nada, e nós já estamos descendo — peguei na mão de Louis e o puxei para fora do quarto o mais rápido possível. — Que comece a caça aos ovos de páscoa!

Gritei.

•

Assim que terminamos eu vi Louis sentado no limite do jardim encostado na cerca, um pouco escondido com as pernas encostadas em seu peito. Fui me aproximando devagar para não pegá-lo de surpresa e o assustar.

— Louis? Você tá chorando? — ele secou o rosto de maneira rápida e virou para mim tentando dar o seu maior sorriso.

— Não, está tudo bem cachinhos, volte ao caça aos ovos — sem chance, e deixar meu amigo aqui sozinho e triste? Quem em sã consciência faz isso?

— Não! Até já acabou a brincadeira, cadê seus chocolates? — Louis não tinha nada, sua cestinha estava vazia e jogada ao lado de seu corpo. — Você não achou nenhum? — negou com a cabeça. Bem, isso não era um problema, eu encontrei muitos – até demais – eu poderia dar muitos para Louis.

Sentei ao seu lado e coloquei a cestinha no nosso meio, ele me olhou sem saber o que fazer então eu ofereci meus chocolates.

— Mas Harry, são seus.

— Agora são seus também! Você pode pegar quantos quiser.

Ele hesitou um pouco, mas logo começou a dividir os chocolates entre mim e ele. Ele contava, um para mim e um para ele. No final deu doze doces para cada um. E nós comemos tudo em menos de dez minutos.

Continuamos ali na cerca, como se não tivéssemos que voltar para casa para fazer alguma coisa. Era apenas eu e ele conversando sobre como tudo parecia melhor. E como havíamos comido chocolates demais rápido demais.

— Você é incrível cachinhos.

— Por quê?

— Porque você nunca pensa em você sem pensar nos outros, você sempre tá cuidando de todo mundo. Principalmente de mim, mesmo eu sendo mais velho.

— Você é mais velho, mais no fundo eu sei que você tem apenas seis anos e precisa de cuidados especiais.

As borboletas voltaram a dançar no meu estômago quando Louis corou e olhou para baixo tentando disfarçar.

— Eu odeio quando você me faz corar Harry Styles.

— Eu amo te fazer corar Louis Tomlinson, e aliás, eu amo você.

(n/a) me atrasei eu sei.