Capítulo 1

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LUNA

Sabe aquele momento em que você está tendo aquele sonho maravilhoso com aquele cara lindo de morrer e na melhor parte algo te acorda? Pois então, é exatamente isso que está acontecendo comigo nesse exato momento. Justamente quando eu estava prestes a dar um belo amasso no Ian Somerhalder, meu celular decidiu que era hora de me acordar. Bem, fazer o que né. A realidade e o trabalho me aguardam. Mas na verdade eu nem posso reclamar, afinal eu amo meu trabalho. Acontece que eu odeio acordar cedo. Sério, eu nunca me acostumarei com isto, mas oque me conforta é saber que eu estou acordando cedo para fazer algo que gosto muito, que é dançar.

A dança é uma das minhas grandes paixões, e confesso que sou muito boa. Não quero parecer convencida, mas a verdade é que eu nunca fiz aula de dança, os passos simplesmente surgem em minha cabeça e eu os transmito para o meu corpo, simples assim. Minha mãe diz que isso é um dom e eu concordo com ela. E foi essa minha paixão que fez eu montar minha pequena academia de dança, e que vem pagando minhas contas desde que me separei do traste do Gustavo.

Sim, eu tenho 24 anos, já me casei e já me separei. O problema é que eu me separei apenas informalmente, já que a maravilha do meu ex não quer me dá o divórcio, e isso já faz cinco meses. E o pior é que ele não me deixa em paz, sempre me procura, pede perdão, diz que será um novo homem e blá blá blá. Como se eu fosse perdoá-lo por ter me traído com a vaca da minha prima né? NÃO mesmo! Se tem uma coisa que eu não suporto e não perdoou é traição.

Julia, minha melhor amiga e com quem estou morando desde que larguei o Gustavo, acha que eu ainda fui até muito calminha com ele, dizendo que no meu lugar não teria apenas rasgado todas as roupas caras dele e jogado seu carro ponte abaixo, que foi o que eu fiz antes de sair de casa, quando descobri o que ele aprontava. O que? Não me olhem assim não! Eu tinha que fazer algo. E ele mereceu, aquele canalha. Mas como eu disse, Ju ainda achou pouco. Como ela mesmo disse, faria o que eu fiz e ainda teria amarrado ele e depilado seu órgão genital com cera quente. Estão surpresos? É, eu também fiquei enquanto ela ia me contando os detalhes da sua "brilhante" ideia. Confesso que depois caí na gargalhada. E se eu bem conheço minha amiga, ela faria isso mesmo.

̶  LUNAAAA!!!- olha só, falando nela...

̶  O que foi Ju? A casa tá pegando fogo por um acaso? -Saio do meu quarto pronta pra ir para minha aula de dança. Ela também já está pronta, já que pega carona comigo para ir pra faculdade.

̶  Ha ha engraçadinha! Vamos logo que hoje tenho prova! Vamos, vamos...- disse já saindo porta afora!

̶  Ok. Calma aí sua doida- Saio logo atrás dela sem nem mesmo tomar café. Não consigo comer nada quando acordo, então prefiro deixar para tomar algo em minha academia de dança mesmo.

Julia faz faculdade de música em período integral. Ela adora tocar tanto quanto eu adoro dançar. Ela dança também e as vezes até faz algumas apresentações comigo em minhas aulas e os alunos adoram. Fazemos uma ótima dupla.

Após deixar minha amiga em seu destino, fui dar minha aula, hoje seria tango.

O dia passou tranquilamente. Dei minhas aulas e a tarde fui para faculdade. Sim eu faço faculdade. E não, não é Dança. Minha faculdade é de história, minha outra paixão. Eu sei que uma coisa não tem nada a ver com outra, mas eu sempre fui apaixonada por história, desde o colegial, então quando decidi fazer algo há dois anos, não pensei duas vezes. Sim, eu não pensei em fazer dança,pois eu sentia que já sabia tudo que precisava saber sobre isso. E história, ainda havia e há muito o que descobrir, então foi uma decisão super fácil. E aqui estou eu, terminando meu quarto período.

Quando saio da faculdade já passa das onze da noite. O estacionamento está deserto e eu logo sinto um arrepio me percorrer o corpo e a sensação de está sendo observada.

Ok, isso não é nada bom.

Aperto minha bolsa em meu peito e apresso os passos em direção ao meu carro que está no final do estacionamento, o que só me deixa mais nervosa já que é um longo caminho a percorrer. Continuo andando rápido, quando escuto passos apressados atrás de mim e logo meu coração dispara.

Droga, só pode ser um ladrão. Por que eu estacionei tão longe em?

Saio correndo sem nem olhar para trás, quase a beira de um ataque de pânico, pois sinto que o suposto ladrão também está correndo.Estava preste a começar gritar na esperança de alguém ouvir e me socorrer, quando sinto um baque em frente ao meu corpo e caio no chão não vendo mais nada.


CHRISTIAN

"Linda!"

É a primeira coisa que vem em minha mente enquanto a olho deitada no banco de trás do meu carro. Quando eu resolvi seguir aquele delinquente meia hora atrás, eu não imaginava que acabaria com uma mulher incrivelmente gata desacordada em meus braços.

Acabei de chegar em São Paulo e estava passando pela universidade indo em direção ao hotel em que me hospedaria, quando avistei um cara bem suspeito. Ele estava com um capuz cobrindo a cabeça, as mãos no bolso da jaqueta como se estivesse tentando disfarçar algo, muito provavelmente uma arma, e estava andando de uma maneira bem desconfiada, olhando sempre para os lados e atrás.

Qualquer outra pessoa em meu lugar não teria notado nada disso e passaria direto sem se importar, porém meu faro de agente não me engana, e mesmo estando de férias e não fazendo parte de meu trabalho, eu não deixaria que aquele moleque fizesse o que estava planejando. O que com certeza não seria boa coisa já que obviamente estava armado.

Estacionei meu carro em frente ao estacionamento da faculdade e o observei adentrar o mesmo. resolvi segui-lo e imediatamente percebi qual era seu plano. O estacionamento, a não ser por alguns poucos carros, estava totalmente deserto, mas a faculdade ainda estava aberta, porém já se passavam das onze da noite, então não deveria haver muita movimentação.

Estava na cara que o garoto já sabia disso e só estava esperando alguém sair em busca do carro para cometer o assalto. Fui em direção contraria de onde ele estava, passando pelas partes mais escuras do local e aguardando escondido atrás de um dos carros para esperar pelo próximo movimento do rapaz.

Minutos depois vi uma mulher sair do prédio e seguir em minha direção onde devia estar seu carro, e logo vi o suspeito aparecer atrás dela, e como se pressentisse que alguém a seguia, apressou o passo e logo engatou numa corrida. O garoto sacou a arma e foi então que eu resolvi agir. Tirei da cintura minha própria arma, que sempre carrego comigo e pulei na frente da mulher mirando no cara que a seguia. Só que nessa hora a mulher tinha resolvido olhar pra trás e não me viu aparecer, se chocando com tudo em meu peito e caindo no chão. O cara ao me ver fugiu. Ia segui-lo, mas me lembrei da mulher desmaiada e abaixei para socorrê-la, pegando-a em meus braços e indo para meu carro.

Coloquei ela deitada no banco de trás e olhei se não tinha se machucado gravemente. Foi nessa hora que a reparei de verdade. E perdi o folego. Um rosto angelical, encoberto por cabelos meio castanhos e meio ondulados. Aparenta ter pouco mais de 20 anos. Uma boquinha pequena, linda, que me deu vontade de morder. Desci os olhos pelo seu corpo. Não é voluptuoso ou siliconado como muitas mulheres por aí, mas não deixa de ter belas curvas.

Perfeita!

Na mesma hora sinto uma certa parte do meu corpo se animar. Droga, se calma aí amigão. Logo percebo que ela está começando a voltar a si e me ajeito para não demonstrar o que ela causou em mim. Não quero assustá-la e muito menos que ela pense que sou algum tarado, estuprador ou sei lá. Observo ela se mexer um pouco e então me deparo com um lindo par de olhos escuros e confusos me encarando.

FODIDO, penso. Estou realmente fodido!


LUNA

Acordo com uma tremenda dor de cabeça, deitada no banco de trás de um carro que percebo não ser o meu e dou de cara com um cara que eu nunca vi na minha vida me olhando como se fosse me devorar!


Mas que merda é essa? como vim parar aqui?

Somente Minha (suspensa temporariamente)Onde histórias criam vida. Descubra agora