Prólogo

23 3 0
                                    

Julie

Essa história começa de verdade há dois anos e se nessa época eu soubesse onde a minha paixão pelo Canadá e pelo hóquei fossem me levar, talvez não tivesse dito aquele primeiro oi.
             6 DE MARÇO DE 2020
Eu nem consigo acreditar que isso está acontecendo, finalmente entrei para faculdade dos meus sonhos. Hoje começo o curso de Direito da Universidade do Rio de Janeiro. Acredito que nunca estive tão nervosa, eu estou parada dentro do meu carro a o quê? Uns vinte minutos, tentando tomar coragem para sair e entrar na faculdade, tudo que mais queria era que a Lívia estivesse aqui comigo. Esse sempre foi o nosso sonho, mas obviamente, eu sendo eu, ela tinha que estar viajando com a família logo no primeiro dia de aula. Mas tudo bem, chega de reclamar e vamos logo com isso, penso enquanto saio e tranco meu carro, só espero que meus jeans pretos e meu cropped de alcinha branco sejam adequados.
Eu acabo de cruzar a porta para sala que me deixe falar, não foi fácil de encontrar porque a faculdade é ENORME, quando avisto um sorriso lindo, bem daqueles molha calcinha e a pessoa a que ele pertence? Mais molha calcinha ainda, alto, loiro, olhos verdes (talvez?) De onde eu estava não conseguia ver direito, mas aquele corpo? Jesus eu não sei quem é esse cara, mas puta que pariu ele ficaria lindo vestindo até um saco de batatas!
Sacudo minha cabeça para afastar esses pensamentos e entro na sala com um sorriso no rosto. Sento na mesa de atrás do deus grego, que de perto é ainda mais lindo, e seu amigo, porra gente bonita deve andar em bando porque o amiguinho é igualmente gostoso, porém negro, com cabelo curtinho e de olhos cor de mel, se toda a sala for desse jeito eu to completamente fodida.

— Meu Deus! Será que todo mundo desse curso é gato assim? Desse jeito eu não prestarei atenção em aula nenhuma Luke! — O deus grego moreno fala olhando de mim para o loiro, hum então o nome dele é Luke? Será que ele não é do Brasil? Interessante, sempre me amarrei em um gringo.

— Olha quem fala né? Já estou vendo a distração da turma inteira só de olhar para vocês dois. — Comentei rindo, eles parecem ser legais.

— Que isso gata, se você continuar falando assim eu me apaixono. — O moreno fala com um sorriso sedutor e a mão no coração. — Eu sou o Rafael, mas me chama de Rafa ou amor da sua vida, o que você preferir. O loirinho sorridente do meu lado é o Lucas, mas pode chamá-lo de Luke.

— Não deixa nem eu me apresentar em? Eu sou metade canadense por isso o apelido, caso você tenha estranhado. Releva o atirador de elite aqui, no fundo, nós somos boas pessoas eu juro. — O deus grego, digo Luke, fala sorrindo e papai do céu que homem é esse.
— Tudo bem — Respondo, rindo—Eu sou a Julia, mas pode me chamar de Ju ou Julie, é um prazer conhecer vocês meninos!
— Nossa assim você acaba comigo! Nós somos homens, gata! Homem! Aqui não tem menino não. — Rafa fala, e pelo tom e sorriso dele consigo perceber que ele está brincando, definitivamente ele é um dos meus.
— O que foi, Rafinha? O ego não aguenta ser chamado de menino não é?— Respondo, e mal consigo conter a risada com a falsa indignação de Rafa, mas, infelizmente, o professor chega e a sala que eu nem notei estar cheia começa a sentar.
— Bom dia turma, eu sou o professor Valença e sejam bem vindos a aula de teoria do direito I, vamos começar? — Abaixo a cabeça e começo a escrever tudo que o professor fala, é minha gente, faculdade não é brincadeira.

O dia finalmente acabou e quando estou botando as minhas coisas na bolsa para ir para casa,  noto o Luke parado no final da sala encarando o celular e, sei que não é da minha conta, mas, ele parece estar mal e não consigo me controlar, quando perc...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O dia finalmente acabou e quando estou botando as minhas coisas na bolsa para ir para casa, noto o Luke parado no final da sala encarando o celular e, sei que não é da minha conta, mas, ele parece estar mal e não consigo me controlar, quando percebo já estou parada na frente dele.
— Luke? Está tudo bem? Você quer conversar?— Falo, enquanto apoio minha mão em seu braço e quando ele levanta os olhos para mim, são lágrimas, ele está chorando e meu coração se quebra por esse cara que eu acabei de conhecer.
— E-e-eu... A minha... Ela...— Nesse ponto eu não aguento mais o ver assim, e o puxo para um abraço.
— Ei... Calma, não precisa falar, só fica aqui e chora o quanto quiser— Como se tivesse saído de um estupor Luke me entrega o celular e me abraça apertado.
Enquanto movo minhas mãos em círculos, que espero serem reconfortantes, nas costas dele vejo o que ele estava encarando e entendo o porquê de Luke estar agindo assim. O celular estava aberto em uma conversa com alguém chamado Nate e nela havia uma foto de um homem e uma mulher se beijando com a legenda "Ei cara, essa não é a Sophie? Pensei que vocês ainda estivessem namorando" certamente se descobrisse estar sendo traída pela minha namorada eu estaria desse jeito ou pior. Decidi levar Luke para o meu carro após mandar uma mensagem para o Rafa explicando o que aconteceu e pedindo para que nos encontrasse no estacionamento.
A minha prioridade é tirar o Luke daqui, a faculdade não é o melhor lugar para lidar com essa notícia. Assim que entramos no banco de trás do meu carro o Rafa surge no meu campo de visão e deixo Luke deitado no banco e vou encontrá-lo.

— Eu não acredito que aquela piranha fez isso com ele! Porra Julie o Luke acreditava que eles iam se casar! Quão mal ele está?— Rafa pergunta, preocupado enquanto passa a mão pelos cabelos.
— Olha Rafa, eu não vou mentir, ele tá bem mal, não está falando nada só consegue chorar. Eu sei que não é o meu lugar nem nada, mas eu estava pensando em levá-lo para a praia, eu não sei, mas o mar sempre me acalma e eu pensei que talvez isso possa ajudá-lo.
— Isso é uma ótima ideia! Ele sempre teve uma conexão com o mar, talvez estar na praia o acalme o suficiente para ele conseguir conversar conosco.
— Então você quer que eu vá junto? — Pergunto, surpresa.
— Sim, o Luke não costuma desmoronar na frente de muita gente e Deus sabe que eu vou precisar de toda a ajuda que eu conseguir.
— Tudo bem, nós podemos pegar o meu carro já que ele já está lá mesmo.
Sabe aqueles momentos em que uma escolha define a sua vida? Pois é, eu não sabia, mas essa escolha definiu a minha, nesse dia nasceu uma amizade que ia virar meu mundo de ponta cabeça, eu só não sei se para o bem ou para o mal.

Príncipe (Im)perfeito - Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora