dez

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JOSH

Olhava atento para a porta do restaurante, esperando ver Any entrar pela mesma, mas depois de 20 minutos de atraso já estava achando que ela não apareceria.

Suspiro e olho para o meu celular, verificando a hora mais uma vez.

— Oi! — Ouço e levanto a cabeça, vendo a cacheada sorrir para mim.

— Oi. — Digo e sorrio de volta, enquanto ela se sentava na minha frente. — Achei que não viria.

— Me desculpa, eu fiquei um pouquinho enrolada no trabalho. — Explicou. — Não queria estragar seu almoço, desculpa por...

— Não precisa se desculpar mais de uma vez. — Rio, a interrompendo.

— Está bem. — Sorriu. — Desculpa. — Completou e pressionou os lábios, desviando o olhar do meu, me arrancando um sorriso.

— Imprevistos acontecem. — Dou de ombros.

— É. — Concordou. — Então, você já pediu? — Perguntou.

— Não, esperei por você. — Digo e pego o cardápio, ainda a olhando.

— Cheguei. — Riu baixo. — Vamos ver o que temos aqui. — Falou e também pegou o cardápio, abrindo o mesmo e lendo concentrada.

Hoje ela estava com o cabelo preso em um rabo de cavalo, mostrando os brincos de bolinhas pretas que usava. Parecia não estar usando maquiagem, mas dava para ver que tinha passado algo na boca.

— Você está bonita. — Elogio e ela volta o olhar para mim.

— Estou? — Perguntou aparentemente confusa e olhou para o próprio corpo rapidamente.

— Você sempre está. — Afirmo e desvio a atenção para o cardápio.

Dou outra espiada nela segundos depois, vendo que agora ela tinha um sorriso no rosto enquanto analisava o cardápio outra vez.

[…]

O celular de Any toca pela segunda vez e ela respira fundo.

— Quem você está ignorando? — Pergunto e olho para a tela, vendo uma foto dela com o namorado.

Parecia que ele adivinhava quando ela estava comigo, porque sempre ligava e atrapalhava.

— Desculpa, eu preciso atender. — Falou e eu confirmei com a cabeça, me ajeitando na cadeira e observando ela atender a ligação. — Oi, amor.

Vejo ela fechar os olhos e soltar um suspiro fundo, ficando em silêncio, escutando o que ele falava. O jeito dela mudava automaticamente quando ele a ligava ou aparecia.

— Ok, amor, desculpa. — Falou e fez uma pausa. — Eu só confundi, Lucas! — Resmungou. Em seguida, suspirou outra vez e abaixou os ombros. — Desculpa, amor. Não vai acontecer outra vez. — Disse em um tom mais baixo.

Desligou a ligação em pouco tempo e colocou o celular sobre a mesa novamente.

— Está tudo bem? — Pergunto quando ela ignora o meu olhar, focando no prato de comida.

— Sim. — Sussurrou e brincou com a comida.

— Você fica bem diferente quando fala com seu namorado. — Digo e ela me olha. — Quer dizer, você estava animada até ele te ligar.

— O Lucas é meio complicado as vezes. — Falou.

— Complicado como? — Pergunto.

— Por exemplo... — Murmurou. — Ele tem reações exageradas de vez em quando.

— Com exageradas, você quer dizer agressivas?

— Não, não! — Negou rapidamente. — Ele não é agressivo comigo. — Falou e eu duvidei, levando em conta o jeito que ele falava com ela.

— Mas ele...

— Podemos falar sobre outra coisa? — Me interrompeu e eu mordi o lábio.

Queria entender aquele namoro. Não parecia saudável e eu tinha certeza de que o Lucas não merecia ela, mas não a forçaria a conversar sobre, se não era da vontade da mesma.

— Podemos. Claro. — Digo e ela dá um meio sorriso.

*
ANY GABRIELLY

Entro em casa respirando fundo e pulo de susto ao encontrar Lucas sentado no sofá, me encarando.

— Credo, amor. — Digo e deixo a minha bolsa sobre a mesa de centro.

— Por que chegou tarde? — Perguntou.

— Eu só atrasei cinco minutos. — Falo e me sento ao lado dele, me aproximando para o cumprimentar com um beijo, mas ele se afasta. — O que foi?

— Onde você estava?

— No trabalho, Lucas. — Respondo.

— E chegou atrasada porquê?

— Cinco minutos. — Dou ênfase.

— Em cinco minutos pode acontecer muita coisa, Any Gabrielly. — Disse sério e eu suspirei fundo.

— Me enrolei no trabalho. — Falo. — Aliás, trabalhei o dia inteiro, estou cansada. Vou tomar um banho. — Completo e me levanto.

— Não quero saber de você chegando tarde em casa. — Resmungou e eu o olhei.

— Mas eu não... — Começo mas me interrompo, evitando uma discussão. — Está bem. — Afirmo.

— Ótimo. — Falou e me olhou de cima a baixo. — Quer que eu te acompanhe no banho? — Perguntou malicioso e eu forcei um sorriso.

— Estou realmente cansada, amor. — Digo. — Deixa para outro dia. — Falo e me curvo, dando um selinho rápido nele, que revirou os olhos.

***

𝑾𝒉𝒂𝒕 𝒊𝒔 𝒍𝒐𝒗𝒆? 𖤓 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒂𝒏𝒚 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora