Remember Me - Drarry

Capítulo único

ATENÇÃO: É de extrema importância que vcs leiam isso escutando >The Night We Met< do Lord Huron, no repeat ok??? Façam isso, juro que não vão se arrepender.
Agora, bom gatilho... Err... Quer dizer...

Boa leitura rs

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Dizem que a coisa mais valorosa que um ser humano pode ter, é o seu coração, e se ele for puro, bom e honesto, pode se tornar o tesouro mais precioso a ser guardado e protegido.

Mas... Há quem discorde desta afirmação.

Há quem diga que, a coisa mais preciosa que um ser humano pode ter, é a sua memória.

Pois, muito mais importante do que o coração, a memória é o que faz de nós, completa e unicamente, humanos.

A memória é o que temos de mais profundo anexado e enraizado dentro de nós, é o que define bom e ruim, bem e mal, certo e errado...

Ela é tudo que somos.

Através dela podemos vislumbrar a emoção, a dor, a alegria, a tristeza, a culpa... 

E o amor.

O amor só pode existir e ser definido pela memória que guardamos do que é amar e ser amado.

Afinal, um coração só pode bater mais forte, arrepiar a pele e os sentidos... Se houver a recordação de um toque, de um sentimento.

Lembranças são o tesouro mais precioso que podemos guardar.

Elas contém o poder da vida.

Por isso, ao perder a memória, não se perde apenas isso, mas sim toda uma existência.

Se perdem todas as sensações, os sorrisos, as carícias, os olhares, as vozes, as lágrimas.

E tudo o que nos torna invariavelmente, humanos, dotados de alma, coração, mente e...

Memória.

O que guardamos é muito maior do que podemos esquecer...

Não há vida, se não houver memória.

Draco Pov 

Olhei para a porta de carvalho  antigo a minha frente e, como em todas as outras vezes, de todos os outros dias, suspirei baixo.

Scorpius apertou minha mão firmemente, como se, para me dar apoio.

E eu olhei para o seu rosto, que guardava um semblante triste, mas mesmo assim me ofereceu um sorriso.

— Podem entrar agora — a enfermeira passou pela porta, sorrindo para nós — Ele já tomou os remédios matinais.

Fechei os olhos, assentindo.

— Vamos, pai — Scorp se levantou, me puxando pela mão.

— Entre primeiro, eu vou olhar vocês da porta... — murmurei vagamente.

Ele baixou o olhar, mas assentiu e girou a maçaneta, para entrar.

Me levantei para fitar o interior já tão familiar daquele aposento.

A cama, com lençóis brancos bem alinhados, as paredes em tons neutros, a mesa, muitas flores por todo lugar e... Harry.

Sentado na poltrona de chintz, olhando a paisagem através da janela, guardando naquele verde esmeralda, uma distância que eu não suportava ver...

Parecia perdido, como sempre.

Scorpius pigarreou, para anunciar sua presença e o olhar perdido de Harry se desfez em confusão, ao olhar para ele, com o cenho se franzindo.