Wish You

...to meet you

🦄

Não precisei andar muito atrás dos dois, até eles entrarem em um pub que tinha na esquina. Senti o nervosismo percorrer meu corpo todo e o estômago revirar com a possibilidade de dirigir a palavra a ele.

Tudo bem, não poderia ser grande coisa, certo? Ele não iria se importar com uma pessoa totalmente desconhecida o abordando na mesa de um pub, iria? Afinal, ele deve já deve ter sido reconhecido pelo seus vídeos no Youtube.

"Certo, Hendery. É só você entrar, pedir licença e então pedir um autógrafo. Não é o fim do mundo." Pensei.

Droga, droga, droga.

Ele estava tão lindo conversando com o rapaz de cabelo azul, que deve ser seu amigo, dado ao fato que os dois conversam com intimidade o suficiente para se xingarem em mandarim.

Vez ou outra ele jogava a cabeça pro lado, deve ser um tique. Muito fofo.

Decidi parar de observa-los pela grande janela do estabelecimento e entrei no pequeno pub, que estava vazio, tendo apenas a dupla de amigos e um casal na mesa dos fundos. Os dois estavam tão imersos na conversa que nem repararam quando entrei pela porta.

"Pedir licença, cumprimentá-lo, pedir o autógrafo e sair. Você consegue."

— O-oi, com licença. — Eu disse, ao que aproximei da mesa em que estavam sentados.

Me arrependi instantaneamente de ter me metido naquela situação. Eles me olharam esperando que eu dissesse algo e tudo que eu consegui fazer foi encará-lo, paralisado.

— Sim?! — O outro rapaz de madeixas azuis quebrou o silêncio, me olhando com estranheza.

Eu sei, eu só precisava pedir o autógrafo e sair, mas não seria eu se não criasse uma situação estranha e atrapalhada.

Balancei a cabeça, tentando me concentrar no que precisava fazer, mas falhei miseravelmente. — Desculpa, é que eu sentei mais cedo nessa mesa e acho que deixei cair minhas chaves por aqui. Vocês se importam se eu olhar? 

Os dois concordaram com um "Fica a vontade" em uníssono, e eu apenas me agachei e procurei por uma chave inexistente. Idiota, burro, atrapalhado e besta. Nenhum xingamento é o suficiente para mim.

Conseguia sentir uma troca de olhares confusos dos dois. Eu só queria me enfiar num buraco no chão e nunca mais sair dele.

— Não está aí? — O motivo do meu surto perguntou, me fazendo levantar rapidamente e bater a cabeça na mesa, para variar. — Meu Deus, machucou?

— S-sim. Quero dizer, não. Não está aqui. Desculpe o incomodo, tchau!

E eu saio do estabelecimento mais rápido que um flash, sem exagero.

Não queria ir para casa e ter que receber um questionário do Sicheng sobre como foi o jantar, ele iria perceber que eu estava estranho e iria me atazanar ao descobrir o motivo. Decidi voltar até o bar em que estava com os meus superiores e percebi que sobraram apenas algumas pessoas, incluindo a Siyeon.

— Kunhang? Achei que tinha ido para casa, o que aconteceu? — Siyeon se levantou, indo até a minha direção.

— Ah, é que eu achei falta de educação sair assim do nada e, também, quero beber mais um pouco.