Capítulo 2

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   Babi

   Bom, hoje é o dia do enterro dos meus pais e o dia que vou encontrar minha irmã para ela me ajudar a arrumar minhas coisas para irmos pra Rocinha. Confesso que não estou muito de acordo em morar lá, fui poucas vezes pros bailes com ela mas nada que me fizesse querer morar lá ou algo do tipo. Aqui estou, me arrumando para se despedir dos meus pais, não vai ser fácil pra mim e nem para a Bia essa despedida, mas sei que eles estão olhando por nós. 

  Acabei de chegar no enterro e estou esperando a Bia chegar, temos que assinar uns papéis e recepcionar a família que está para chegar. Quando olho para o lado, vem a Bia com os olhos inchados e acompanhada por 2 meninos e 1 menina. Fiquei olhando até eles chegarem e a Bia cair em prantos no meu ombro. Peguei um copo dágua para ela e ela foi se acalmando aos poucos...

Bia: Babi, esses são a Yasmin, o Paçoca e o Coringa. - Apertei a mão dos meninos e dei um abraço na Yasmin.

Babi: Obrigada pela presença de vocês! Bia, estava com saudades... - Falei dando um sorrisinho para ela que me retribuiu com vários beijos na bochecha

Yasmin: Meus sentimentos, Babi. - Sorriu sem mostrar os dentes para mim - Me chama de Yaya, já que agora iremos ser vizinhas... - Agradeci e sorri sem mostrar animação para ela.

Os outros dois não falaram nada, apenas ficaram calados e acho que um deles é o namorado da minha irmã pois não sai do lado dela e o outro da Yasmin, vi que estava sobrando e fui cumprimentar os outros parentes até começar o culto em homenagem aos meus pais....

     O enterro terminou e fomos para minha casa pegar minhas coisas, pelo que eu entendi os meninos vieram de carro para ajudar a levar minhas coisas até a casa da minha irmã. Entrei em casa e me bateu lembranças de quando eu e a Bia éramos crianças e ficávamos brincando na escada até um dia que eu tropecei e cai quebrando meu braço, ou do dia que eu e a Bia estavamos brincando de pega pega e eu sem querer empurrei ela forte e ela acabou se desequilibrando e caindo e quebrando sua perna... Confesso que não éramos filhas fáceis, mas fazíamos o possível para dar orgulho pros dois... Bia me tirou dos meus pensamentos dizendo que estava na hora de pegar tudo meu e irmos, não era fácil me despedir dalí. Foi o lugar que eu cresci, o lugar que eu aprendi e errei muitas vezes, mas espero que essa mudança faça bem para nós duas...

   Cheguei na Rocinha e fui logo ajudando os meninos a entrar com as minhas coisas, mesmo eles dizendo que não precisava. Depois que acabei com as malas, fui agradecer e me despedir deles e entrei para meu quarto para tomar um banho, estava muito calor e eram apenas 14 horas da tarde. Tomei meu banho e coloquei um short e um croped de alcinha listrado quando a Bia bateu na porta...

Bia: Ou, vamos tomar um açaí na pracinha e depois ir ao mercado comigo? Por favor, aproveita pra conhecer um pouco mais aqui

Babi: Vamos sim, vou pegar meu celular, pera aí. - Ela ficou na porta me esperando. Peguei meu celular e saímos.

Bia: Você se sente confortável com esssa história toda? Sabe, o fato de sermos orfãs agora - Deu uma leve risada e voltou a olhar para mim esperando que eu falasse algo que a confortasse...

Babi: Ah, irmã... não sei ainda como vai ser a nossa vida e muito menos o dia de amanhã. Mas o que me conforta é saber que temos uma a outra a partir de agora e para sempre. - Falei passando meu braço pelo pescoço dela dando um beijo em sua bochecha.

   Chegamos na tal pracinha e os 2 meninos que estavam com a gente mais cedo estavam lá acompanhados da Yasmin e mais um que eu não sei quem era, mas só pela cara e pela cintura ignorante e pelo fuzil, já vi que não era boa coisa. Os meninos estavam com uma pistola na cintura e um fuzil atravessado tambem, me virei ainda longe para a Bia e perguntei

Na Mira do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora