No dia seguinte...

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Acordei umas 7:00. Me levantei com rápidez, e ao caminhar, senti a dor. Tinha sangue na minha cama e eu entrei em desespero. Fiquei histerica por lembrar o que aconteceu. Meu Deus eu só tenho 16 anos e ele era um adulto. Eu fui estuprada.
Fui até o banheiro tomar um banho na banheira. Ao entrar na água, a minha vontade era de me afogar.
Eu estava muito dolorida, aquilo doeu muito. O pior é que eu não quero contar pra minha mãe. É tão embaraçoso. De repente eu sinto uma lágrima rolar pela minha bochecha. E mais lágrimas seguem a diante. Eu nem sei o que pensar ou fazer.
Depois de ficar um tempo na banheira refletindo, fui me vestir e comer algo, pois estava morrendo de fome...
Ao descer as escadas e ir até a cozinha, vi um bilhete em cima do balcão.

"Fui ao supermercado, volto em 10 minutos
- mamãe"
Quando a mamãe fala 10 minutos, ela quer dizer 2h.
Peguei uma tigela e coloquei cereal com leite, depois me dirigi a sala e fiquei sentada no sofá comendo é olhando pro nada. Não há nada que eu consigo pensar de bom agora...
Depois de comer, resolvi tirar um cochilo no sofá.
Acordo assustada, tive um sonho estranho de que eu caía em cacos de vidros e tinha que andar sobre eles pra sair de um lugar esquisto. O carro da mamãe chega e eu vou ajudar ela com as compras. Mas ao abrir a porta, me deparo com o Sr. Lambert carregando umas sacolas e rindo com a minha mãe.
- É muita gentileza sua, James. - Diz a minha mãe sorridente
- Não há de que, Sra. Jailer. - Responde e logo em seguida me olha dando um sorriso. - Bom dia, May.
Eu congelei. Como ele pode agir assim mesmo sabendo com o que aconteceu ontem?
- May, seja educada e responda ao James. - Implica minha mãe. - E venha me ajudar com as compras.
- B-bom dia. - Respondo olhando pra baixo.
Depois de guardar tudo (na maior rapidez do mundo), subi até meu quarto e fui deitar na cama esperar minha mãe preparar o almoço.
Eu acho que to ficando paranoica.
Tem muita coisa se passando pela minha cabeça, além disso, ainda estou dolorida, acho que não quero fazer isso nunca mais. Vou escutar músicas.
Depois de ouvir umas 5 músicas, vejo uma sombra no chão da porta.
Era ele.
Tiro os fones rapidamente e falo ligeira:
- Veio terminar o serviço? - Digo chorosa.
- Serviço? Do que você está falando?
- Tá maluco? Como assim do que eu estou falando? De você, oras! Não se lembra do que fez comigo hoje de madrugada?
- Eu estava dormindo de madrugada, May...
- NÃO, VOCÊ NÃO ESTAVA, VOCÊ TAMBÉM PASSOU A MÃO EM MIM NO SOF... - TAP!
- Escuta aqui... - Sussurra ele - Melhor você ficar caladinha, se não quiser que eu mate você e sua mãe!

Eu temia isso. Eu já estava com medo antes, alvará agora.
Eu começo a chorar de novo...Aquele tapa doeu.
- Não, não chore pequena. - Ele me abraça.
Eu estava com tanto medo, mas agora estou confusa e com medo. Como uma pessoa pode ser fria em um momento e super carinhosa em outro?
- Prometo não fazer mais isso. - Eu só consegui ficar parada e olha pro nada tentando entender tudo aquilo. - A sua mãe está chamando você para almoçar, venha logo querida.
Respondi um "sim" entre soluços.
Ao chegar na sala, vejo 3 pratos sobre a mesa.
- May, convidei o Sr. Lambert para almoçar conosco. - Acenti com a cabeça e dirigi-me até a cadeira. Comi pensando no que estava acontecendo, até que fui pega de surpresa pela minha mãe. Eu nem notei sobre o que ela e o Sr. Lambert estavam conversando.
- May, você não gostaria de ir?
- Ir aonde, mãe?
- Ue? - Ela fez uma cara de desentendida - A chácara do Sr. Lambert, a gente estava falando dela nesse momento.
- Ah! Desculpa mãe, fui levada pelos meus pensamentos. Eu não sei...acho que gostaria de ir sim - Respondo sem pensar muito.
- Tudo bem, então tá legal James, está confirmado.
- Ótimo! É uma grande prazer, faz uns anos que não vou pra lá.
Eu terminei de comer e fui lavar meu prato, enquanto lavava o mesmo, fiquei pensando sobre essa tal chácara. "Ele vai fazer de novo" pensei. Depois de terminar de lavar, volto ao meu quarto e tranco a porta, janela...TUDO! Eu não sei o que fazer, eu devia contar pra policia, mas ele vai querer matar eu e minha mãe. Deus me ajude...

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