Esta santa redenção nos rasga em dois.
Marinette estava cometendo um novo pecado.
Não era certo se apaixonar por Luka Couffaine e Adrien Agreste ao mesmo tempo, não era certo o modo que ela gostava como ambos eram opostos, mas se complementavam des...
“É esse o objetivo da vida. Viver, amar, sabendo que tudo pode acabar amanhã. Torna tudo ainda mais precioso.”
Cidade da Lua Crescente
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Minutos se passaram e ela já havia vestido as roupas que Adrien deixara em suas mãos. Ainda era novo como o tecido lhe agarrava o corpo em lugares como o quadril e era solto no tronco, tão diferente dos vestidos que eram apertados em cima e bufantes embaixo.
Mais diferente ainda, era o fato de que ela se sentia leve como uma pluma, às vezes sentia como se não estivesse usando nada e nesses momentos seu rosto corava, sentindo-se muito exposta.
Ela atravessou o corredor, mantendo-se atenta a todos os detalhes, desde as mais simples marcas na madeira da parede e do chão, até os mais trabalhados quadros e vasos, conhecendo o território e tudo que lhe adornavam.
Quando entrou na sala que usavam para as refeições, ela notou que Adrien e Luka estavam sentados um do lado outro e deixaram um lugar reservado para ela ao lado de Mestre Fu, o senhor simpático que sorria gentilmente para ela, fazendo um gesto para que ela se juntasse a eles.
- Bom dia – ela cumprimentou os demais com uma leve reverência de cabeça e logo em seguida havia se sentado ao lado do homem de cabelos brancos.
- Bom dia, senhorita Dupain Cheng – a voz serena e relaxante lhe envolveu como um cobertor quentinho e um sorriso para ela lhe fez lembrar de que nunca havia conhecido os avós.
- Bom dia, Marinette – dando ênfase ao seu nome, Luka lhe lançou um sorriso contido.
- Já estão tão próximos assim que ela deixou de ser senhorita Cheng? – Adrien apoiou o queixo na palma da mão esquerda, olhando atentamente para Luka e depois desviando o olhar na direção da mestiça.
- A chamarei do que deixá-la mais confortável e do que ela desejar – Luka disse sem tirar os olhos da moça e ela percebeu que começava a ficar quente e vermelha.
- Podem me chamar de Marinette ou Mari, não há necessidade de tanta formalidade se assim desejarem – ela falou enquanto seu olhar desviou, se voltando ao chá e os biscoitos que pareciam tão interessantes naquele momento, serviu uma xícara com a graciosidade que havia sido obrigada a aprender, evitando um desastre enquanto os dois continuavam olhando para ela.
- Ma-ri – Adrien falou as sílabas separadamente, estalando a língua contra o céu da boca, logo em seguida sorrindo – acho que amor da minha vida soa melhor.
Marinette engasgou com o biscoito, tossindo sem parar, enquanto Adrien sorria descaradamente e Luka revirava os olhos.
Mestre Fu apenas observava distante, como se estivesse em algum outro lugar, mas ele sabia muito mais do que todos e isso foi o bastante para que ele desse um sorriso discreto, enquanto levava sua xícara aos lábios tomando um gole do líquido quente, antes de se pronunciar.
