Marta:
Eu vejo nos olhos do meu neto, o amor pela Tábata. Desde o momento em que vi eles juntos, percebi que eles se combinam. E eu vou juntar eles, ou eu não me chamo Marta Alves de Souza.
Tábata:
Seis meses se passaram, eu e os meus filhos podemos conhecer mais o Heitor, ele é fotógrafo e dono de um restaurante. Heitor aceitou tão bem os meus filhos, assim como meus filhos o aceitaram.
Hoje fiquei até mais tarde preparando uma receita nova, Karen está no salão limpando. Quando termino tudo aqui na cozinha vou até o banheiro, mas antes eu vejo Karen comendo um lanche, mas não dou a mínima.
No banheiro faço tudo que tem que fazer, quando eu estou saindo eu vejo novamente Karen forçando vômito.
— Por que, Karen? – perguntou Tábata.
O seu olhar volta para mim, e ela diz:
— Será que você não vê? Eu estou gorda Tábata, olha para mim e veja o quanto eu estou gorda.
— Não Karen, você não está gorda, isso é coisa da sua cabeça. Desde quando isso?
Karen começa a chorar, então eu apenas a abraço e a levo para o salão agora vazio.
Sentada em uma cadeira eu a espero começar.
— Minha mãe não sabe que eu trabalho aqui, ela acha que eu trabalho como recepcionista em uma empresa. – diz enxugando o rosto.
— Por quê?
— Desde pequena ela queria que eu fosse magra, ela nunca foi aquele tipo de mãe que dá doces para criança, que deixa comer bolo de chocolate. Desde pequena ela sempre fez vista grossa na minha alimentação. Na adolescência nós vamos criando corpo e junto com isso veio a minha coragem. Desafiei ela, falei que eu mandava em minha vida, mas me arrependi porque nesse mesmo dia ela me bateu, me bateu tanto que deixo essa cicatriz na minha barriga. – diz Karen mostrando a cicatriz. — Então eu me conformei, em casa eu me alimento com comida integral, frutas e verduras. Mamãe não sabe que eu trabalho aqui, se não ela já teria feito um escândalo. Ela sempre diz que homem nenhum vai querer mulher gorda, pra ela mulher tem que ser magra. – termina em lágrimas.
Estou em choque, agora sim eu pude entender um pouco a Karen e o porquê das suas atitudes.
— Por que você não sai de casa? Faça alguma coisa Karen, você é adulta e dona de si. Você tem voz e você pode lutar pelos seus direitos. – digo para ela.
— Eu não consigo Tábata, eu não tenho lugar para ir. Pra onde vou?
— Você aceita a minha ajuda? Se você aceitar, eu vou te ajudar a superar tudo isso. Você precisa de tratamento.
— Por que, Tábata? Porque quer tanto me ajudar, ajudar a pessoa que tanto fez chacota com você. Com a pessoa que tem inveja de você.
— Porque eu acredito em segunda chance. Eu acredito que você pode sim mudar. – diz ela com um sorriso.
Com lágrimas nos olhos Karen não acredita no que está ouvindo, ali ela tem a chance de mudar o seu jeito e a sua maneira de ser.
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A Garota do CabeloVerde ( Respostagem)
Short StorySINOPSE: Com os cabelos verdes chamativos, Tábata chama atenção por onde passa.Com o seu jeito meigo e encantador Tábata venho ao mundo para mostrar que as mulheres podem e devem ser o que elas quiserem. Tábata uma mulher gorda e feliz consigo mesm...