Capítulo 3

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Tábata:

 

Mais um dia de rotina diária, tudo aquela mesma coisa.

Levar as crianças pra escola, ir trabalhar, aguentar os desaforos da Karen e por aí vai.

Chego na doceria, vou direto ao banheiro, quando eu entro na porta ouço sons de alguém fazendo força para vomitar.

— Tem alguém aí? – pergunto preocupada.

— Cai fora, sua gorda horrorosa.

Apenas pela voz eu sei quem é.

— Karen, se você não estiver bem, eu posso te ajudar.

— Só quero você longe de mim. – Karen sai do banheiro batendo os pés de brava.

Depois desse episódio, Karen nem olhou em mim. O tempo passou, eu fui atender uma mesa.

Quando chego mais perto da mesa, fico em choque, vejo um homem que aparenta ter mais ou menos uns trinta anos, alguns fios de cabelos brancos, o seu olhar é azul como o mar, tão lindo exótico.

— Olá, seja bem-vindo, em que posso ajudar? – pergunta Tábata toda simpática.

— Olá, moça dos cabelos verdes. É aqui que tem o melhor bolinho de chuva da Vovó Marta? – pergunta o estranho com um sorriso.

— Sim, é aqui. Um dos melhores bolinhos de chuva.

Marcando o pedido do cliente, Tábata sai a procura do seu pedido, encantada com o moço ela não tira o seu sorriso da cabeça.

Quando eu entrei na doceria da vovó, lembranças me vem na cabeça, dos momentos felizes com vovó. Tantos doces e salgados gostosos que vovó me dava escondido de mamãe.

Observo o lugar agora um diferente, um pouco mais alegre. Sento-me em um lugar afastado e continuo observando, uma cabeleira verde me chama atenção, ela é linda. Tem as mais belas curvas e o seu cabelo verde é o que mais me encanta, ela vem em minha direção. Fico anestesiado com tanta beleza em uma pessoa só.

Ela me atende toda simpática e sorridente e sai atrás dos meus pedidos, que não demora muito, dessa vez vovó acertou em cheio na escolha de seus funcionários.

— Aqui está o seu pedido. Deseja mais alguma coisa? – Tábata pergunta.

— Queria saber da dona Marta. Não vejo ela aqui. – diz olhando ao redor.

Quando Tábata iria responder, o sino da porta ressoa e dona Marta entra com os gêmeos Vitor e Ravenna.

— Mamãe, mamãe.  – Diz Ravenna com os braços abertos indo em direção de Tábata.

— Mamãe a vovó Marta falou que é pra gente comer o melhor bolinho de chuva que tem aqui.

— Vão lá no balcão que logo, logo eu atendo vocês. E a senhora foi bem nas compras?

— Sim, sim minha querida, levei os pequenos comigo e eles se comportam muito bem.

— Que bom, vovó Marta. Vou voltar a trabalhar, mas antes disso, este moço está perguntando pela senhora. – diz ela olhando para mim.

Com olhar de surpresa dona Marta olha nos olhos do cliente de imediato o reconhecendo. Abrindo os braços ela diz.

— Meu bebê da vovó. Que saudades, já é um homem formoso e lindo. – diz ela toda alegre.

Vou em direção a minha vó, estava com tanta saudade do seu abraço, lágrimas de alegria escorrem no meu rosto.

—  Ai, vó! Eu estava com tanta saudade, voltei agora pra ficar.

— Que bom. Acho que você já conheceu a Tábata, não é?

— Prazer, Tábata, Heitor ao seu dispor. – diz com um sorriso e uma piscadela.

Confesso que não sabia que a Tábata tinha filhos, vovó Marta sempre me falava dela, me contou que desde nova, quando ela veio pra cidade, vovó a ajudou e até hoje ajuda ela e os filhos.

Não sou bobo e logo de cara perguntei a vovó se ela era casada e a resposta da vovó me agradou e muito.

— Não meu filho, ela sofreu tanto que nem homem ela procura. A vida dela é viver cozinhar e cuidar dos filhos.

        

 A Garota do CabeloVerde ( Respostagem)Onde histórias criam vida. Descubra agora