Apenas mais uma de milhares. Parte 1.

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              Estava em uma grande avenida com uma garrafa de vodka na mão, tropeçava a cada passo, mais isso não impedia que eu desse mais goles naquela bebida amarga que descia queimando por minha garganta,não gostava do sabor ou do cheiro daquela bebida, só gostava de seu efeito que me deixava inerte e fazia com que parasse de pensar na minha vida de bosta.

                     Sentimentos, provavelmente nunca os tive, ser diferente não era bem visto, então desde cedo aprendi a fingir os ter,isso só me destruiu cada vez mais.

      Sei lá achava que se eu os fingisse  bem uma hora aquela mentira se tornaria real. Mas só me desgastou cada vez mais, oque já era vazio ficou oco e quebradiço.

         E tudo isso me trouxe a esse momento, tentando fugir da própria realidade que criei com bebidas. Sim havia me tornado um ser patético, um ser vazio, apenas mais um de milhares.

        Olhei para o céu e ele estava estrelado e sorrir pelo menos algo estava brilhando, brilhava lindamente.


        Dei mais um gole em minha bebida terminando com a garrafa, finalmente havia chegado na ponte.

      Sentei em sua beirada se eu desse um impulso para frente seria morte na certa. Não se engane não era uma suicida.


       Estava naquela ponte por um motivo, só não sabia qual, meus pés balançavam na beirada.

       Então enfim sentir as lágrimas escorrendo e realmente que cena lamentável aquela.

        Antes que eu pudesse secar as lágrimas me assusto com uma buzina de algum carro que passava por ali.

      E me desequilibro caindo daquela ponte naquela escuridão onde não conseguia ver o fundo, onde via tudo em câmera lenta, olho para o céu estrelado e me pergunto será que aquele seria mesmo meu fim?


          Ao ver minha vida passando diante de meus olhos, não havia oque me orgulhar.

      Não tinha feito nada que pudesse mudar a trajetória do mundo,não tinha feito nada.

           Só mais uma decepção, é talvez eu merecesse aquele fim.

        Era como se o mudo fosse uma maquina e eu fosse uma peça quebrada que é retirada e trocado por outra.

        E no final eu realmente estava quebrada.

         Suspiro aliviada quando vi o chão cada vez mais perto, já tinha aceitado a ideia de morrer só estava esperando o impacto final.


          E então cai da cama, acordei com o baque, meu rosto estava banhado em lágrimas, e então percebi que tudo era apenas um sonho, parecia tão real mas não era.

       E isso me deixou triste finalmente tinha encontrado paz e era apenas um sonho.

      Me levantei do chão,e me arrumei para mais um dia colocando novamente uma máscara.

         Não via a hora de chegar de noite para realizar aquele sonho.

               Continua...

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