la lettre

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Não era segredo para ninguém que Marinette era terrivelmente apaixonada por Adrien Agreste. Suas bochechas coradas, a gagueira, o jeito desajeitado quando perto dele  eram fatores que provavam os sentimentos românticos da azulada, qualquer um notaria, é claro - todo mundo menos o próprio Adrien. Alya fora a primeira a perceber o penhasco que Marinette tinha pelo modelo, mas não demorou muito tempo para que suas outras amigas também se tocassem da paixão escrachada, encorajando-a a se declarar constantemente. Afinal, se todos sabiam era mais que na hora de o loiro descobrir também, certo? 

- Se você não contar hoje, nada de sorvete as tardes, nem ajudas com os deveres de física. - Rose resmungou fazendo todas observarem-na atônitas. A menor era com certeza a que mais tinha paciência com a falta de jeito da azulada, ela entendia bem como era estar apaixonada e que como se declarar era difícil, sim a loira era uma romântica nata, mas até para Rose isso estava indo longe demais - Já faz 3 anos que você é apaixonada pelo Adrien e até agora nada! É sempre esse vai e vem, acho que a essa altura você devia ter percebido que não adianta esconder o que sente! 

Sim, 3 anos, você leu bem. Desde o primeiro dia que conheceu-o no até agora, o último ano do ensino médio ela ainda não confessara o que sentia. Apesar de ter namorado com Luka Couffeine por 1 ano e meio e ter sentido que esses sentimentos estranhos pelo loiro estavam finalmente desaparecendo, as borboletas no estômago e a sensação de nervosismo quando estava perto do Agreste haviam voltado, para a infelicidade dela.  Como iria se declarar se toda vez que chegava perto disso tinha a sensação que iria ter um ataque cardíaco?

- Você poderia escrever uma carta - Juleka sussurrou, mas foi alto o suficiente para que as demais ouvissem. 

- A Marinette não tem um histórico muito bom com cartas amorosas - Alya riu, o que fez a azulada bufar de frustração. Ela estava certa, toda vez que acabava de escrever o que sentia, algo a impedia de entregar o papel ao modelo ou por alguma razão ela esquecia de assinar o próprio nome! 

- Eu sou uma tremenda azarada, acho que se declarar pra ele não é algo possível - Mari sentou com sua bandeja de almoço, cutucando a comida. Alya tocou no ombro da garota como um gesto solidário, enquanto as outras davam olhares penosos. 

- Se você quiser Marinette, eu posso ajudar - uma voz feminina ressoou pela cafeteria barulhenta, forte como um trovão. Kagami Tsurigi era uma das amigas próximas de Marinette, apesar de terem tido suas desavenças já que a japonesa havia sido a namorada de Adrien. Após o término ela e a azulada se tornaram confidentes casuais, Marinette sabia que poderia contar com ela, assim como podia contar com Alya. Apesar de serem amigas desde o término da espadachim, elas nunca haviam falado sobre o que Marinette sentia por Adrien, Kagami ainda nutria sentimentos pelo loiro e todos sabiam que também tinha certa esperança de voltar com o antigo relacionamento. 

- Ajudar? Tem certeza? Eu sei que você não gosta de falar sobre ele.. - era normal falar tanto assim do loiro? Marinette as vezes sentia que aborrecia as amigas. - Não quero irritar ninguém com esse assunto, é um problema meu. 

- Olhe Marinette, ainda gosto do Adrien sim, mas ele não sente o mesmo. Tenho que admitir, vocês formariam um casal bonito e eu não aguento mais te ver nessa dúvida eterna, ninguém aguenta mais para falar a verdade e acho que você também não. - eram palavras duras, mas cheias de sinceridade. A azulada sorriu, sentindo uma comoção coletiva de suas colegas. Ela iria se declarar, era agora ou nunca! 

Pegando o caderno de sua bolsa e uma caneta que estava amarrada nos seus cabelos em um coque, ela começou a escrever de forma impulsiva, o que vinha de seu coração era imediatamente transformado em palavras e escrito na folha cor de rosa. Em apenas 10 minutos ela já tinha o esqueleto inicial de sua futura declaração, nunca esteve tão feliz por ter se expressado tão bem e sem arrependimentos. Os olhares curiosos das meninas a sua volta suplicavam por uma leitura coletiva, mas aquilo era pessoal demais para ser lido em voz alta. 

Cher Adrien,Onde histórias criam vida. Descubra agora