A verdade perigosa

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Na tarde seguinte, Malfoy e Potter estavam sentados no sofá da biblioteca em meio a um silêncio desconfortável. Nenhuma palavra foi dita sobre a conversa de ontem de manhã, e Draco estava começando a se sentir cada vez mais preocupado. Do ponto de vista dele, Harry poderia fazer três coisas: dizer a ele que 'sim, deveríamos ficar juntos', ou 'não, não me sinto assim por você', ou simplesmente não abordar o assunto de forma alguma. A última opção era aquela com a qual Draco estava extremamente preocupado. Uma rejeição total seria estilhaçante, embora pelo menos ele soubesse onde Harry estava sobre o assunto. Ignorar a conversa o deixaria esperando até que ele obtivesse uma resposta de Harry. Que pode demorar um pouco.

Após vários minutos de reflexão sobre o assunto, Draco abriu a boca. Harry iria lhe dar uma resposta; ele não seria descartado.

"Harry, você pensou no que eu disse ontem de manhã?" Ele perguntou, tentando manter o tom inseguro de sua voz no mínimo. Harry ergueu os olhos do livro e respirou fundo. Agora ou nunca, Harry. Deus ... Ron vai pensar que sou maluco. Inferno, provavelmente estou ...

"Er ... sim. Eu pensei sobre isso ..." Harry começou, parando para respirar novamente e descobrir como ele queria dizer isso. Claro, as coisas que ele queria dizer raramente saíam do jeito que ele queria, mas ele imaginou que se pudesse acertar apenas desta vez, ele nunca pediria a qualquer ser superior lá fora para ajudá-lo a acertar novamente. Draco, interpretando a pausa de Harry da maneira errada, suspirou e se jogou de volta no sofá de uma forma nada parecida com a de Draco, com os olhos fechados.

"Não, o que eu quis dizer foi ... quero dizer ... eu não ..." Sem esperar que Harry terminasse sua frase um tanto incoerente, Malfoy balançou a cabeça e se levantou, saindo rapidamente da sala. Harry não se moveu, atordoado. O que acabou de acontecer? Merda. Merda, merda, merda ...

Draco parou de andar do lado de fora de sua porta, parando para se encostar na parede. Controle-se, ele repetia continuamente em sua cabeça. Seus olhos estavam fechados com força para evitar que qualquer lágrima que brotasse escorresse por seu rosto, embora sua respiração ainda estivesse regular e fluindo, não soando como se ele estivesse prestes a explodir em lágrimas. Um minuto depois, Draco se empurrou da parede e entrou furioso em seu quarto, um sorriso sombrio de satisfação no rosto porque ele ainda tinha controle suficiente para não derramar uma única lágrima sobre Harry. Ele não choraria por isso. Agora não. Nunca. Era melhor simplesmente deixar para lá, não tocar no assunto de novo e ignorar a maldita coisa toda.

Harry estava andando de um lado para o outro na biblioteca. Ele sabia que deveria ir atrás de Draco, diga-lhe que ele tinha quer ser com ele, queria abraçá-lo, protegê-lo, beijá-lo. Mas algo o estava segurando. Este relacionamento não deveria acontecer. Se Draco não tivesse aparecido em sua porta doze dias atrás, esses eventos não teriam acontecido em seus sonhos mais selvagens. Seria tão fácil simplesmente se afastar de toda essa confusão. Ele sabia que o orgulho de Draco não deixaria o sonserino mencionar isso até que o próprio Harry tocasse no assunto, então se ele deixasse tudo passar, aquilo ficaria para sempre em seu ombro. No passado. Mas talvez ele não quisesse que fosse. Não, ele sabia que não queria que fosse.

Momentos antes de puxar todo o seu cabelo em frustração, Harry deixou a biblioteca e rastejou até seu quarto, esperando que Draco não o ouvisse. Eu deveria falar com ele; diga a ele como me sinto ... Ele se cutucou enquanto se jogava de bruços na cama, batendo os óculos no rosto de maneira desconfortável. Levantando o rosto do travesseiro, ele tirou os óculos e os colocou na mesinha de cabeceira perto da cama. Sua mão pousou na foto dos Marotos rindo em Hogwarts.

Catalyst- DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora