"- Eu acho que estou apaixonada por ele, Liz. - me jogo de braços abertos na cama. - Mas também, tem outra pessoa..."
- ꨄ -
onde o vizinho de Clarissa começa a tirar fotos da mesma, e ela começa achar que parker tem algum tipo de obsessão.
&
onde o...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
- Ei, Liz! - falei me aproximando de seu armário. - Vou passar no Sr. Delmar e comprar uns sanduíches para o almoço, você vem? A Charlotte não está em casa.
- Oh, Clary, eu queria muito, mas eu preciso ajudar minha tia que chega hoje. Fica pra próxima? - falou em tom triste.
- Claro, sem problemas, te vejo amanhã! - me despedi com um beijo.
Comecei a andar em direção a mercearia do Sr. Delmar, decidi cortar o caminho entrando por uma rua mais estreita que sai direto na rua da mercearia. Mas o arrependimento foi instantâneo, quando bati os olhos em uma gangue de homens altos e de jaqueta, reunidos em um círculo no meio da rua escura e estreita, em plena luz do dia.
Dei meia volta silenciosamente e voltei para a avenida devagar, pensando ter despistado eles, até ouvir um deles me chamar.
- Ei, princesa! O que faz por aqui uma hora dessas, é perigoso, sabia? Algum homem pode ficar tentado com você em um shortinho desses...
Senti meu coração palpitar e o primeiro instinto foi correr. Assim que coloquei um pé na frente do outro para fugir, senti meu cabelo ser puxado com tudo para trás.
- Para onde vai tão cedo? Nós nem começamos. - ele me puxou para perto pela gola da minha camisa, me agarrando depois pelo queixo e passando os dedos imundos dos meus lábios. - Cheguem mais perto rapazes, o show vai começar! - ele gritou para os outros de jaqueta de couro.
- Por favor... eu quero ir embora... - eu praticamente sussurrei.
- O que você disse? Está pronta? Vamos começar.
Fechei os olhos com toda a força do meu ser, retraí os lábios e deixei todos os meus músculos tensos. O homem tirou minha blusa de dentro dos shorts e apertou minha cintura, subindo sua mão para perto dos meus seios.
Eu senti as lágrimas escorrendo por dentro da minha camisa, não sei quando comecei a chorar. Ele desceu sua mão até o botão dos meus shorts, tentei gritar, não saia nada.
- Socorro... por favor, alguém me ajuda, me deixa ir embora. - minha prece era quase inaudível.
- O que está acontecendo por aqui? - uma voz estranhamente familiar soou quebrando o silêncio.
O homem me largou no chão e se virou para encarar o dono da voz.
- O que você estava fazendo com ela? Seu idiota! - só ouvi sons de pancadas e socos. Tomei coragem para abrir os olhos, e quando abri, uma forma masculina em um uniforme vermelho lançava teias no rosto de todos os homens de jaqueta.
O homem-aranha veio em minha direção e demonstrou preocupação. Instintivamente me esquivei dele, encolhendo meu corpo e fechando os olhos.
- Está tudo bem, sou eu, eu vou cuidar de você. - nessa hora meu choro se tornou alto, respirei profundamente e coloquei todos aqueles sentimentos para fora. - Vai ficar tudo bem, eu prometo.
(...)
Abri os olhos e vi um rosto mascarado, eu estava no meu quarto, completamente coberta e com um copo de água do meu lado.
- Você acordou... como está se sentindo?
- Eu... - não consegui falar nada sem começar a chorar compulsivamente.
O menino mascarado me abraçou, colocou minha cabeça em seu peito e acariciou meus cabelos.
- Eu sinto tanto, a culpa é minha, deveria ter sido mais rápido. - levantei minha cabeça e olhei em seus olhos, cobertos pela máscara.
- Não, não é culpa sua, você me salvou, eu não sei se estaria viva se não fosse por você. - minha voz saiu embaralhada e quase inaudível.
O abracei novamente e ficamos daquele jeito por um bom tempo.
(...)
Depois que ele saiu pela janela, me senti sozinha, desamparada. Peguei meu telefone e disquei o número da Charlotte, que caiu na caixa postal.
- Lotte, por favor, quando escutar isso, vem pra casa, por favor. Eu preciso de você...
Desliguei o telefone e fui até o banheiro, me senti suja, e tomei um banho muito demorado.
Lotte chegou em casa extremamente preocupada, contei tudo o que tinha acontecido, ela ficou desamparada e se sentiu culpada por não estar em casa naquele momento.
- Eu sinto tanto, Clary. Eu não sei o que dizer... - ela me abraçou e beijou minha testa.
Pedimos sorvete por um aplicativo de delivery, decidimos que teríamos uma noite do sorvete para me distrair, Lotte chamou alguns nossos vizinhos, Liz e Ned, alguém iria trazer um filme. Aquela sensação de vazio não passou, senti falta do abraço do menino que eu nunca vi o rosto.