Ele saiu do banheiro por causa do cheiro que estava saindo da cozinha, fresco e doce e de dar água na boca. Fez o estômago dele se revirar e apesar de Harry não entender muito o porquê, os lábios dele se retorceram em um sorriso, algo tão natural quanto respirar para o corpo dele, algo que ele nem teve que pensar antes de fazer.
"Que interessante que, como sempre, o lindo desaparece quando eu preciso de ajuda e reaparece assim que começa a cheirar," disse um homem em frente ao forno, de costas para Harry, tendo ouvido os passos dele ao entrar.
Harry soltou uma risada, se aproximando, o abraçando pelas costas.
"Eu estava no banheiro," sussurrou contra o pescoço dele, fechando os olhos e sentindo o cheiro dele, que era tão bom quanto o da comida. "O que você está fazendo?"
"Para o seu saber, é a sobremesa favorita do meu filho."
Harry pousou uma mão no quadril do homem, se inclinando um pouco para trás. O peito dele parecia caloroso, cheio de afeição e diversão enquanto ele ria e perguntava: "Seu?"
"Eu que fiz a torta todo sozinho e abandonado," o homem disse dramaticamente. "Sim, o filho é só meu. Mas quem sabe, prepara um prato bem bonitinho para eu colocar a torta quando ela ficar pronta e talvez eu deixe você ver ele todos os sábados."
Harry soltou o homem e foi pegar e preparar um prato, mas ele olhou por cima do ombro e disse:
"Não podem nem ser sábados e domingos, amor?"
"Eu não acho que você conseguiria arrumar um prato tão bem assim. Apresentação nunca foi o seu forte, Sr. Meus Cabelos Parecem Com Um Ninho De Passarinho e Eu Passei Anos Usando A Mesma Blusa Azul."
Harry soltou uma risada. O homem virou, sorrindo também, o sol emoldurando os cabelos dele e os fazendo parecer com uma auréola ao redor do rosto dele. O rosto dele–
Ele era–
O menino chorando em frente a Dumbledore, brandindo a Marca Negra para todos verem. O homem na foto. O homem no hospital, antes, o homem na memória que Harry estava beijando em uma cama e nessa memória agora. As primeiras memórias que ele tinha recuperado, como se elas de alguma maneira fossem muito importantes, muito incríveis com sua atmosfera simples e doméstica.
Era Draco Malfoy nelas.
Sempre foi Draco.
xx
Quando Harry ainda estudava em uma escola Trouxa com Duda, havia uma outra criança no ano dele que era asmática, e Duda e a gangue de Duda gostavam de roubar a bombinha dele.
Eles diziam que era só uma brincadeira. Como a maioria das brincadeiras de Duda, era extremamente cruel e surpreendentemente perigoso uma vez que você parasse para pensar nisso mesmo. Harry se surpreendia que ninguém nunca tinha acabado seriamente machucado, a não ser que Harry meio que tinha acabado seriamente machucado várias vezes. Era só que não havia ninguém que se importava o suficiente com ele na época.
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just like we used to be, DRARRY
Fiksi PenggemarPor causa de um acidente enquanto ensinava uma aula de DCAT, Harry Potter acabou com um pequenininho probleminha - também conhecido como amnésia temporária. As suas últimas memórias eram da noite em que Dumbledore morreu, mas agora ele tinha trinta...