capítulo 16

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ANY POV

Já tinha um tempo que eu queria contar aos meus pais sobre o fato de eu gostar de meninas, especificamente de uma, mas isso deixa pra depois.

Nesse momento estou apreensiva esperando uma reação deles que apenas olham pra mim de boca aberta e olhos arregalados.

- Se-sério isso pequena? - pergunta meu pai  com os olhos lacrimados. 

- Sim, eu queria contar pra vocês já faz um tempo. - respondo com medo

Me surpreendo quando ambos me abraçam e nós três choramos juntos.

- Não estão bravos? - questiono depois de alguns minutos abraçados.

- Minha princesa, só queremos que você seja feliz. - responde minha mãe  sorrindo e chorando ao mesmo tempo.

Confuso, porém sim.

- A fase da auto aceitação homossexual é a mais difícil, lidar com os olhares julgadores, a opinião de outras pessoas e, em muitos casos, com a rejeição familiar. Tudo isso passa pela sua cabeça antes de você se assumir, assim como aconteceu comigo e com o seu pai. Mas nós te amamos meu tesouro, e vamos enfrentar essa sociedade homofóbica juntos. - diz o papai .

- Eu amo vocês, obrigada por me adotarem e me mostrarem que é possível ser feliz. 

Naquela tarde, passamos os três chorando, abraçados e assistindo mil e um desenhos.

Se isso for um sonho não e acorde.

- Esqueci de perguntar, quem é a menina que você gosta? - pergunta minha mãe

Falei cedo demais.

- É a Sabina. A gente se beijou naquela tarde que eu fui brincar na casa dela. - respondo tímida

Flashback on: 

Sabi me convidou para ir brincar na casa dela, estamos fazendo um desfile com as nossas Barbies.

- Elly, você já beijou na boca? - ela me pergunta de repente e eu me assusto. Demoro um tempo pra responder.

- Quando eu era alugada, as vezes me pediam pra fazer isso, mas eu não gostava. - balanço a cabeça negativamente pra acompanhar minha fala.

- Mas você não gostava de beijar, ou não gostava das pessoas que você beijava? - ela pergunta se aproximando e sentando do meu lado.

- Nunca tive um beijo com alguém que eu confie Sabi, então não da pra comparar. - do nada ela se aproxima e me beija e com certeza foi um beijo bom do qual eu fiz questão de retribuir.

- E agora? - pergunta porém estou surpresa demais pra sequer me mexer.

Depois daquele dia, passamos a trocar selinhos sempre que estávamos sozinhas. Acho que estou começando a me apaixonar.

Uma Baby PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora