𝐞𝐥𝐞𝐯𝐞𝐧

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Chego no meu quarto com a ajuda de meu irmão, cambaleando. Minha volta estava tudo girando, me escoro na parede e sentia meu estômago revirar. Sentia meus órgãos internos se contorcendo, quase como se fossem explodir.

Olho para trás e vejo meu irmão, não demorou muito para que todos chegassem também.

Levo meu braço a minha boca a limpando. Não conseguia pensar. Suspiro e me levanto, fecho minhas mãos em punhos. Olho para eles por cima de meus ombros, e digo:

ㅡ Onde está minha katana?

ㅡ No meu quarto. Usei ela para exorcizar a maldição. ㅡ respondeu Megumi.

Arregalo meus olhos quando ele diz aquilo. Sem desespero não me importando se eu estava morrendo ao tossir aquele sangue preto. Seguro no braço de Megumi, ele abre a palma da mão.

ㅡ Não quero te atrapalhar nem nada. Mas, você estava a minutos atrás tossindo sangue preto! ㅡ Nobara cruza os braços ㅡ Tanta hora para flertar e escolhe justo agora. Se peguem depois. ㅡ cruza os braços.

Solto a mão dele rapidamente virando a cabeça. Não dou bola para o que Nobara diz e vou até o quarto de Megumi já entrando.

ㅡ Pode entrar. ㅡ Megumi diz ironicamente, dou um sorriso no sentido de "já sei disso".

Procuro no quarto dele minha katana e acho rapidamente, seu quarto era bem organizado. Volto pro meu quarto e ele analisavam cada passo e decisão que fazia. Vou com a mão na boca tossindo mais sangue. Jogo minha katana para Megumi a segura-la, e, vejo que nada aconteceu.

ㅡ Não tô entendendo nada. ㅡ Itadori coloca a mão na testa.

ㅡ Megumi, da a katana para o Itadori.

Ele obedece, quando Itadori segura na katana sua mão começa a queimar, antes que dê tempo de queimar a sua pele ele a deixa cair. Pego a katana e a giro no ar.

ㅡ Continuo sem entender. ㅡ Itadori balança a mão no ar tentando amenizar o susto de quase ter sua mão queimada.

Nobara ergueu a mão, entrego a katana para ela. Acontece o mesmo. Itadori nos olha com cara de que não entendeu nada. Gojo nos olha sério através de sua venda.

ㅡ Isso era meu cinto, mas consigo transformar ela em outras armas. Entretanto, ela sempre foi uma katana... ㅡ dou uma pausa antes de dizer o nome de quem a me deu olhando para Gojo. ㅡ Ganhei ela quando ainda era criança, a diferença era que, colocada em outras mãos, sem ser a minha, ela começa a queimar.

Todos olham para Megumi, que estava com a mão na nuca.

ㅡ O que não acontece com Megumi.

Termino de dizer pegando minha katana de volta. Me sento na cama, olho cada detalhe da katana, olho meu reflexo em seu ferro. Nele refletia as marcas em meu rosto. Seguro firme em seu cabo e sem pensar no que estava fazendo, passo sua lâmina em minha mão cortando a pele enquanto eles discutiam.

Pararam de falar quando viram meu sangue escorrendo em meus dedos. Sangue preto escorrendo e pingando no chão. Não sabia se iria se regenerar, não me importava. Não me importava se estava morrendo, afinal, era para eu estar morta.

Me sento na cama com as mãos entre as pernas. Me jogo para trás, ignoro tudo o que eles falavam. Cantarolando uma música em minha mente, olho para a estante sentando sobre os joelhos. Com minha mão ainda cheia de sangue pego um livro de capa vermelha escarlate.

Abro com cuidado para não sujar as páginas amarelo café. Respiro fundo sentindo poeira entrando pela minhas narinas. Quando vou tossir, acaba saindo mais sangue, vou pro lado para cair em meu braço. Me sento novamente, folheei aquelas páginas em busca de algo.

E consegui achar. Arranco uma página e a coloca no meu bolso, não queria que eles vê-se, não agora.

Jogo o livro com a página certa aberta no meio deles. Eles se calam e me afasto para trás, mordo minha língua e vou depressa pro meu banheiro, tranco a porta e fico cara a cara com o vaso. Colocando tudo pra fora. Não estava conseguindo me levantar de novo, consigo destrancar a porta e quando ela se abre caio desmaiada no chão.

~•~

Sinto minha garganta seca, e meu coração disparado. Estava tomando soro pela veia, e tomando sangue em outro braço. Me sento devagar e tonta, me lembro do que aconteceu, continuava no meu quarto. Assustada olho no meu bolso, o pedaço de papel ainda estava lá, relaxo meus ombros aliviada.

Ouço passos vindo, debaixo do travesseiro guardo o papel, era Megumi batendo na porta, dou a permissão para entrar.

ㅡ Me ajuda a levantar, preciso dar uma treinada, sinto que estou enferrujada. ㅡ me apoio na cama usando força para me manter de pé.

ㅡ Não. ㅡ me segura com cuidado pelos ombros me sentando de volta.

ㅡ Qual é, eu to bem! Me sinto totalmente em estado de lutar, relaxa. ㅡ agarro o lençol da cama.

ㅡ Não é o que me disseram.

Seus olhos com aparecia de sono me olhavam fixamente, reviro os olhos. Megumi se vira indo até a porta, mas antes, olha no fundo dos meus olhos e diz por cima dos ombros:

ㅡ Não recomendo esconder algo debaixo do travesseiro. ㅡ desvio o olhar olhando para a parede, ele sai.

Ele tinha que lembrar que sempre escondo minhas coisas debaixo do travesseiro?! E como ele sabia dessa vez? Suspiro fundo, pego o papel e me deito novamente, jogo minha coberta por cima de mim e leio de novo o que estava escrito.

Olho para as estrelas através da janela, a luz atravessando o vidro de minha janela, refletindo na cama e meu corpo. Fecho as cortinas. Me sento abraçada aos meus joelhos. Eu podia simplesmente, falar para Gojo o que eu sabia, de acordo com o que estava escrito. Ou...

Eu vou contar. Tenho certeza disso, no momento e no tempo certo. Não quero o encher com mais problemas, problemas meus, eu que tenho que os resolver, sozinha, como sempre foi. Até porque...

O que não te mata, te fortalece.

Contínua...


Yooo, voltei meus anjos!! Tinha dado as explicações do meu sumiço no meu perfil, peço perdão! Voltei para ficar, amo vcs, obrigada pelo apoio e as 13k de leituras! E espero q tenham gostado. >3

𝐁𝐄𝐅𝐎𝐑𝐄 𝐈𝐓 𝐄𝐍𝐃𝐒, Megumi FushiguroOnde histórias criam vida. Descubra agora