𝐟𝐨𝐮𝐫

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Nobara tinha me chamado para fazer compras com ela, aceitei o convite, posso aproveitar e comprar algumas coisas, não compro nada tem dois anos praticamente. Não sei se ela chamou mais alguém ou vamos só nós duas.

Termino de me arrumar, fico olhando para o espelho de minha prateleira, vejo uma maldição atrás de mim através do reflexo do espelho. Me viro e não vejo ninguém atrás de mim, foi rápido demais para que eu possa ter mapeado sua imagem em minha mente.

Me levanto e na mesma hora minha visão escurece ficando tonta, minhas doses de veneno que tomava estava piorando minha situação, mas era a única forma de me manter viva. Tenho que continuar tomando até que regenere o buraco em minha barriga.

Levanto minha blusa para ver o ferimento, arregalo os olhos ao ver que não tinha mais o buraco em minha barriga. Cambaleio para trás descendo minha blusa, não, não isso não é possível, até ontem o ferimento ainda estava aqui não ia sumir de uma bora pra outra.

Pisco várias vezes. Ergo meu corpo e vou até a porta, poderia ter sido apenas as alucinações do efeito do veneno.

A notícia boa é que posso para de me envenenar, mas, o veneno ainda ficará por sete ou mais dias em meu corpo, por ter sido uma quantidade absurda ingerida.

Meus olhos estão fechados para que eu consiga fazer a tontura ir embora, abro a porta e sinto meu nariz encostando no de outra pessoa. Quando abro meus olhos pude encarar os olhos azuis de Megumi.

Aqueles olhos me lembravam borboletas de asas azuis movimentando suas asas para chegar ao seu destino.

ㅡ Você tem um lápis para me emprestar? ㅡ pode sentir seu hálito gelado beijando minha pele pela nossa proximidade.

Nossos narizes ainda estavam ligados, seus olhos olhavam para os meus, até que descemos nossos olhares para a ponta de nossos narizes. Caio na real recuando um passo para trás.

Vou até minha mesa e pego um lápis que costumo a usar para minhas anotações e ideias, vou até ele e entrego.

ㅡ Obrigado.

Ele pega o lápis de minha mão com delicadeza, dou um sorriso sem mostrar os dentes como resposta, ele me olha e volta do seu quarto. Tranco a porta e tento saber onde era o corredor certo para chegar ao ponto de encontro que marcamos.

Sinto meu celular vibrar, olho e é uma mensagem de Nobara me dizendo que estava me vendo. Começo a andar para um lado na esperança de acha-la. Recebo outra mensagem da mesma falando que era pro outro lado.

Vou pro outro lado e a vejo de longe, saímos juntas na saída. Íamos para as lojas mais próximas para não termos que andar muito.

ㅡ Qual é o lance entre você é Megumi?

Ao fazer aquela pergunta, acabo engasgado com a água que tomava que minutos atrás tinha acabado de comprar. Na intenção de me ajudar, Nobara bate nas minhas costas.

ㅡ O que quer dizer com isso? ㅡ pergunto após parar de tossir.

ㅡ Megumi não costuma falar muito, ele é muito no seu canto. Mas, com você dá para perceber que é diferente, até o Itadori que é o Itadori percebeu isso.

ㅡ Bom, a gente já se conhecia desde de criança, por causa de meu irmão a gente teve que se dar meio que bem... É complicado de se explicar...

Respondo olhando para meus pés e brincado com meus dedos.

ㅡ Você me chamou para fazer comprar só para saber sobre isso, não é? ㅡ pergunto sendo direta.

ㅡ Também, mas tem dois motivo que são maiores que esse. Quero que me ajude a carregar as sacolas.

Fico a encarando entrar em uma loja de roupas, ela se vira e continua a completar sua fala.

ㅡ E também quero uma amizade com você. Seríamos otimas parceiras de compras. ㅡ coloco a mão na cintura e da um meio sorriso.

Suspiro e entro junto dela. Ela realmente não estava brincando quando falava que queria ajuda com suas compras, agora sei o que Itadori passa.

ㅡDa próxima fez chamo Itadori, aí vai ser ele que vai carregar as nossas coisas.

Nobara disse segurando suas sacolas, eu segurava o mesmo tanto que ela.

ㅡ Não vai comprar nada, nem que seja para decorar seu quarto.

ㅡ Não sei o que compraria para decorar meu quarto, gosto do jeito que ele é.

ㅡ Seu quarto é mais vazio e sem graça que uma certa pessoa. Eu vou te ajudar com isso. 

Nobara entrelaço deu braço no meu, atravessado a rua e fomos parar em uma loja de decorações. No final, quem ajudou ela a comprar as coisa fui eu, não achei algo que combinava comigo e com meu quarto, optei por não levar nada.

Vi um par de óculos escuros pela vitrine de uma loja, entrei junto que Nobara que ficava vendo as coisas, resolvi que ia comprar o óculos e dar para meu irmão de presente. Quando ia em direção ao caixa vi um chaveiro, sem perceber já estava com um sorriso estampado na cara pela memória que tive ao ver ele.

ㅡ Tá com esse sorrisinho bobo por causa de um chaveiro? ㅡ Nobara olhou o chaveiro por cima de seus ombros ㅡ Você tá apaixonada ou namorando?

Levanto uma sobrancelha a olhando pelo canto.

ㅡ Não, eu não sei... E você por acaso... namora alguém? ㅡ digo a olhando enquanto pego disfarçadamente o chaveiro.

ㅡ Não. Pega rápido esse chaveiro. ㅡ ela falou com as duas mãos na cintura.

Relaxo minha cara e pego o chaveiro sem enrolação, avisto uma pulseira prata sem muitos detalhes e pego também. No caixa mando embrulhar os três em embrulhos diferentes.

ㅡ Por que três embrulhos diferentes?

ㅡ Dois para dar de presente, e um para mim mesma. ㅡ dou sorriso.

Pago os três e voltamos para a escola jujutsu, ajudei Nobara levando suas compras até o seu quarto. Abri o embrulho com minha pulseira e a coloco em meu braço, pego a com o óculos e vou até Gojo para entregar ele.

Vou até onde seria o quarto dele provavelmente, ouço barulhos estranhos vindo da direção de seu quarto, achei que fosse o barulho de uma televisão ou algo assim. Giro a maçaneta e antes de abrir a porta por completo, vejo uma mulher em seu quarto...

Fecho a porta antes que minha mente libere melhorias de outras cenas como essas. Recuo para trás encarando a porta. Deixo o embrulho na porta de seu quarto e saio.

Ele nem ia se importar mesmo. É possível até mesmo ele usar o óculos sem saber que o deu ou até mesmo pudesse pisar nele.

Me sento em um corredor distante, as luzes  estavam apagadas, a única fonte de luz vinha da lua atrás de uma janela. Me escoro na parede e invoco minha cobra negra, ela se encorola no chão e fica me olhado. Tombo a cabeça pro lado e ela faz o mesmo.

Abro a mão e ela sobe, faço carinho nas escamas de sua cabeça.

Me lembro de Yiu ficando orgulhosa de mim quando descobriu que posso invocar maldições Shikigamis e usá-los como meu familiar. É comum isso, mas mesmo assim ela se orgulhou de mim.

Fiquei feliz em saber que pelo menos ela ficou orgulhosa, eu era uma inútil e fraca que não sabia nem por onde começar, e de uma hora para outra podia explodir prédios altos se quisesse.

Tenho que reconhecer e admitir que era fraca, fraca demais até mesmo para não suportar um corte no dedo. Sinto bem comigo mesma ao saber que evolui, ao reconhecer minha própria evolução.

Quero melhor cada vez mais, quero ter reconhecido e orgulho de meu irmão. Por mais que, eu acho que ele não perceba isso. Mas, eu não preciso de suas palmas para ser melhor. Consegui chegar onde estou sem ele, posso prosseguir fazendo o mesmo.

Também posso entender seu lado, desde que ele perdeu seu amigo as coisas não foram muito fáceis. Sinto meus olhos pesando e meu corpo inclinado para o lado, sem perceber acabo dormindo.


Continua...


𝐁𝐄𝐅𝐎𝐑𝐄 𝐈𝐓 𝐄𝐍𝐃𝐒, Megumi FushiguroOnde histórias criam vida. Descubra agora