A vida é uma Selva!

Tamanho não é documento!

Dentro de uma floresta bem grande chamada Urazânia, viviam muitos animais diferentes. Ali tinha tudo quanto é bicho que mora na floresta que você conseguir pensar.

Havia chovido muita na última semana. Artie, uma jaguatirica ainda pequena, sempre levava algumas castanhas para casa com sua cestinha de palha. Os guaranás fofoqueiros começavam a cochichar.

— Quem vem lá?

— É Artie, a jaguatirica bebê!

— Artie! — chamavam todos ao mesmo tempo.

— Oh, não se cansam?! — Artie respondeu mau humorada após colocar a cesta no chão. — Quantas vezes tenho que falar que não sou bebê coisa nenhuma!

Os guaranás se olharam espantados.

— Então você já é adulta, Artie?

— Ainda não...

— Então ainda é bebê! — insistiram os guaranás caindo na gargalhada.

Artie saiu correndo dali, não conseguia aturar aqueles fofoqueiros de plantão.

Acontece que ali perto estava Bob e seus amigos: Joe e Dan, três onças crianças da mesma idade de Artie.

— Olhem, quem vem lá? — Bob gritou bem alto para Artie ouvir.

— É Artie, a jaguatirica bebê! — responderam os outros e caíram na gargalhada.

Artie ficou muito chateada, mas não respondeu.

— Não me impressiona a chamarem de bebê, olha o tamanho daquela tampinha! — Bob continuou com as brincadeiras de mau gosto enquanto apontava para Artie, que seguia seu caminho tristonha.

Era sempre assim com aqueles guaranás fofoqueiros e Bob, que ninguém sabe como, estava sempre por perto quando isso acontecia. E ele sempre vinha com a sua zombaria.

Artie foi para casa tristonha por causa da chacota. Quando chegou, seus pais notaram imediatamente que ela não estava bem e perguntaram:

— Artie... O que aconteceu minha filha?! — correu a mãe em sua direção pegando a cesta de sua boca.

Artie não respondeu e apenas negou para os pais.

— Não é nada.

— Você sempre é alegre e sorridente, mas ultimamente tem ficado triste e desanimada... — disse o pai preocupado.

Artie nasceu uma garotinha fofa e agitada, andava para lá e para cá o tempo todo e como era difícil de segurar essa menina. Mas desde que começaram a deixar ela sair sozinha, a garota voltava calada e tristonha.

— Sabe que pode falar qualquer coisa com seus pais... Certo, Artie?

— Sim — respondeu e foi se deitar.

Sem poder fazer nada, deixaram a menina quieta. Artie dormiu profundamente e por bastante tempo, então seus pais acharam que ela devia estar apenas cansada de ir buscar castanhas longe da toca. Por causa disso, decidiram diminuir a distância que a mocinha caminhava para ajudar em casa e decidiram que iam apenas pedir para ela buscar água no rio perto dali.

No dia seguinte, os pais de Artie pediram para ela buscar água. Artie foi até a o rio feliz, pois não teria que passar na frente daqueles guaranás mexiriqueiros de novo. Infelizmente para a sua sorte, ou a falta dela, Bob e seus amigos estavam indo na direção do rio quando ela voltava.

— Vejam! Essa não é Artie, a tampinha?! — Bob zombou.

— Artie, toquinho!

— Artie, pinguinho! — Riram todos ao mesmo tempo.