Capítulo 2

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Rufos Romanoff

Rufos Brian Romanoff movia-se dinamicamente com a melodia da música. Sentia as ondas sonoras perfurarem seu corpo esguio enquanto entusiasmadamente ousava dançar, sentindo os pés deslizarem pela pista de dança sem vergonha. Gostava de festas, e aquela não parecia diferente do usual.

O garoto mantinha a expressão serena enquanto desfrutava do combo do barulho extremamente alto e do cheiro forte que se expandia pelo apartamento de Athibaldo com urgência. A mistura doce e azeda só poderia ser uma coisa: drogas místicas. Rufos não era o fã número um do cheiro, mas também não o desgostava. Achava o contraste da festa de verão e da substância um tanto agradáveis. As vezes até se perdia consumindo a droga, era revigorante. Contudo, deveria admitir, fazia bem para o próprio ego.

A roupa justa permitia a aparência dos músculos pouco definidos do jovem que parecia um modelo com seus humildes 1,90 de altura. Entretanto, suas asas delicadas deixavam o look ainda mais sobrenatural, realçando os ombros largos e postura esbelta. Não era de se espantar que chamava a atenção de certa forma. (Oras o adolescente tinha asas, A-S-A-S. Como um anjo. Ele era um anjo, ao menos em partes).

- Você quer? - Athibaldo ousou perguntar a Rufos, ainda quando dançavam confiantemente, apontando para o que portava nos bolsos largos.

- Ah... acho que aceito. - Romanoff concluiu depois de raciocinar um pouco. Não era a primeira vez que fumava, e com certeza não seria a última, mas ainda assim nem sempre aprovava o método. Era bom. Bem, temporariamente bom.

- Gato, para você eu faço de graça. - Athibaldo afirmou atrevidamente, piscando com o olho esquerdo antes de sorrir. Rufos apenas assentiu, movimentando o peitoral, completamente pronto para os efeitos alucinógenos da droga. Esticou as mãos pegando por fim o produto ilegal.

Rufos gostava de Athibaldo, não um sentimento de paixão excitante. Mas com certo gosto. Athibaldo conseguia mantê-lo entretido e de desconto ainda o oferecia alguns beijos descontraídos, completamente casuais. Eram amigos afinal.

O jovem Romanoff sorriu de modo angelical antes de levar a pílula de tom suspeito até a boca. Athibaldo o acompanhou, fazendo o mesmo com ainda mais agilidade. Não demorou a oferecer o gargalo de uma garrafa de cerveja a Rufos, que não êxitou a ingerir o líquido. A droga de início deixava uma sensação seca na garganta, depois seu efeito alucinógeno começava a fazer efeito. É aí que as coisas começam a ficar boas, Rufos Romanoff diria.

Rufos encarou o brilho ardente nos olhos de Athibaldo. Era provocante. Um desafio sem muito sentido, mais ainda assim um enigma. Para o Romanoff, Athibaldo era bonito. Com o brilhante cabelo azulado familiar e um sorriso  tipicamente maroto,  pautado em uma despreocupação insana. Era três anos mais velho que Rufos, mas ainda não havia perdido a aparência de adolescente. E também bons centímetros mais baixo, com uma estatura praticamente mediana (qualquer um pareceria baixo ao lado do Romanoff). As vezes Rufos se pegava pensando no motivo do amigo ter se tornado um traficante, mas no fundo ele sabia o porquê, sentia -se, inclusive, parcialmente culpado.

- Você está muito bonito essa noite, Lion. - Rufos sabia que Athibaldo não gostava do próprio sobrenome, problemas familiares provavelmente. Mas não perderia a chance de provocá-lo.

- Estou, não estou, Brian?

Rufos riu, gostava de como Brian soava nos lábios do amigo, era engraçado. Depois disse: - Mas é claro, quando você não está bonito?

- Outra verdade. Mas nunca estou tão bonito quanto você, Brian. - Athibaldo piscou com o olho esquerdo, sorrindo em seguida. Estava escuro para distinguir as feições de Rufos, mas mesmo assim sabia que ele estava perfeito, sem excessões.

Mystic Falls (REESCRITA)Onde histórias criam vida. Descubra agora