Capítulo 9 - Meu mergulho no rio de fogo

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Notas Inicias:
Bom dia a todos. Espero que aproveitem o capítulo de hoje e vim avisar que irei atualizar a fanfic todo sábado quando possível.
Obrigada pela atenção!!

Pov Percy:

- Quem você pensa que é para exigir algo dessa magnitude ? - Pergunto apontando minha espada em direção a Minos e aos guardas esqueleto. Ela parecia ter uma aura brilhante em meio ao ar denso do local e sua lâmina parecia tão afiada a ponto de cortar uma pedra. ( Não é brincadeira, ela podia mesmo cortar uma pedra. Um dia conto pra vocês sobre o dia que cortei uma pedra ).
Minos fez um sinal com as mãos, parecendo que estava me chamando, mas não era bem isso.

- Oh, mas eu apenas quero bater um papo amigável, sou um homem de negócios, garoto. Afinal, não quero morrer de novo.

Meu pai tinha dado permissão para atacar, mas Minos não tinha feito nada suspeito até agora. Tinha aprendido a não confiar em pessoas que acabei de conhecer, mas de alguma maneira, ele parecia estar falando a verdade.

O que será que eu deveria fazer ? Levar ele até meu pai ou o obrigar a ir embora de alguma maneira ? Primeiramente, o tal assunto que ele queria falar com meu pai teria que ser muito importante para autorizar a entrada dele no Palácio Central. O que poderia fazer nesse momento seria perguntar o que era tão importante, mas antes de fazer isso, uma voz falou na minha mente.

" Traga ele até aqui, Percy". Era meu pai, sem dúvidas.
" Você sabe o que ele tem de tão importante para falar?"
" Não exatamente, mas sinto que ele tem uma presença que me lembra uma pessoa".

Era uma ordem direta de meu pai, se ele tinha aceitado essa conversa, deve ser muito sério.

- Venha comigo, vou te levar até Tártaro. - Disse enquanto transformava minha espada em tatuagem novamente. Me virei e comecei a seguir o caminho de volta ao Palácio, Minos e os guardas me seguiram. A presença deles me seguindo era estranha, pareciam que estavam contando e observando todos os meus movimentos, como se esperassem algo acontecer. O que exatamente ? Não faço ideia.

Decidi seguir pelo caminho mais curto seguindo o Rio flagetonte, como não poderia usar o teletransporte por agora, essa era a melhor opção. Sobre não poder usar o teletransporte agora, vou explicar o porquê. Como é um poder que utiliza muito energia do portador, posso usá - lo novamente após 4 ou 5 horas depois. Se eu usasse agora, o que aconteceria ? Bom, não quero testar para saber, mas foi uma advertência de minha mãe. Ela é uma deusa primordial, então pode usar quantas vezes quiser, mas como tenho certa quantidade de sangue mortal, isso pode ser meio perigoso. Afinal, todo poder tem seu ponto fraco.

Enquanto caminhávamos, a beira do rio foi ficando cada vez mais próximo e como ele era feito literalmente de fogo, uma luz avermelhada se estendia por alguns metros diante de onde estávamos, também conseguia sentir seu calor percorrer cada célula do meu corpo como se este estivesse entrando em combustão, não queria nem saber o que aconteceria se alguém caísse nesse rio.

De repente ouvi que Minos e os guardas esqueleto pararem de caminhar, não estava com um bom pressentimento em relação a isso. Exatamente na hora que fui me virar para ver o que tinha acontecido, algo como um soco me acertou e eu caí em direção ao Rio de fogo.

Não foi nada como eu havia imaginado. Não ouvi minha queda, nem senti nenhuma dor, mas um sentimento sufocante me dominou. Abri meus olhos e prendi a respiração tentando me acalmar, afinal, era só um rio que pegava fogo. Não sentia nenhuma pressão, como se meu corpo não estivesse realmente ali. A água era completamente preta e não via nada além de escuridão. Meu corpo todo estava formigando, mas não sentia dor, pelo menos ainda não.
Eu tinha que voltar a superfície, mas meu corpo não se mexia, sentia como se estivesse preso dentro da água. A falta de ar começou a fazer falta e o desespero estava prestes a me dominar. Parecia que muitos minutos tinham se passado, o que Minos estaria fazendo? Será que fugiu, ou estava esperando meu desespero se tornar maior?

Eu tinha que sair daqui agora mesmo, mas não fazia ideia de como. De alguma maneira, a única ideia que tive foi a de soltar a respiração, poderia estar louco ? Claro, mas não custava tentar. Nesse momento percebi que podia respirar normalmente, como isso era possível? Por Tártaro, eu devo estar maluco.

Antes de eu ser capaz de pensar em mais coisas malucas, meu corpo voltou a superfície como em um passe de mágica. Meu corpo ainda estava no mesmo lugar de antes e eu não estava molhado, o que só poderia significar uma coisa. Não foi meu corpo que saiu do lugar e sim minha alma. Estava tentando com todas as minhas forças entender o que tinha acabado de acontecer mas de repente Minos parou ao meu lado.

- Estamos bem perto, não?

- Sim, estamos quase chegando. - Respondo inconscientemente.

Então ele saiu andando, como se nunca nada tivesse acontecido.

Chegamos ao Palácio alguns minutos depois e meu pai esperava logo na entrada.

- Vamos logo, tenho coisas para resolver depois. - Ouvi ele dizer. Enquanto eles entravam os guardas ficaram pelo lado de fora, provavelmente para esperar Minos. Como não tinha nada para fazer, entrei também. Fui em direção a cozinha para comer alguma coisa, estava com muita fome, ainda mais depois do meu pequeno mergulho. Não conseguia entender como aquilo aconteceu.

Chegando na cozinha, vi que minha mãe estava lá. Quando me viu, ela correu até onde eu estava e me deu um abraço.

- Ainda bem que voltou com vida.

- Mãe, eu sempre volto bem. - Disse. Ela desfez o abraço e olhou nos meus olhos.

- Eu sei. Está com fome ? - Assinto.

Enquanto minha mãe preparava algo para comer, observo que estamos completamente sozinhos na cozinha, isso era muito estranho. Sempre várias cozinheiras estavam lá preparando alguma coisa. Será que a conversa de meu pai estava indo bem ? Pensei em perguntar para minha mãe, mas mudo de ideia. Afinal, qual a melhor maneira de saber se não dando uma olhada ?

Disse para minha mãe que já voltava e fui em direção a sala de reuniões, sem dúvidas eles estariam lá. Enquanto seguia o caminho mais curto, vi vários guardas completamente desnorteados, indo de um lado a outro sem nenhum rumo. Algo estava prestes a acontecer e eu não queria saber o que era. Esperava que ninguém estivesse guardando a porta da sala de reuniões.

Por sorte não tinha ninguém lá. Cheguei bem próximo a porta bem de fininho para que ninguém lá dentro ouvisse algo e o que eu ouvi não era nada bom.

- Entregue o garoto agora. - Dizia Minos.

- Jamais farei isso, seu mestre não tem direito nenhum sobre ele. - Disse meu pai. As vozes seguintes foram ficando cada vez mais baixas e não consegui ouvir direito, mas eu tinha que saber do que eles estavam falando.

De repente alguém me cutucou por trás, o que quase fez meu coração sair pela boca. Me virei e uma garota com uma capa roxa estava lá, seus olhos violeta e seu cabelo preto eram muito lindos, ela até parecia uma deusa.

- Venha comigo. - Disse a garota, sua voz era suave e doce. Então ela saiu correndo pelo corredor. Não fazia ideia do que ela queria, mas a segui. Corremos por vários corredores e acessamos várias passagens secretas que apenas quem morava no Palácio poderia saber. Reconheci as paredes antigas e sabia que estávamos indo para o lado de fora. Não estava tão próximo a ela, então quando ela abriu uma porta e saiu até lá fora, eu fui atrás.

- Por que me trouxe para fora ? Quem é você ? - Perguntei enquanto saia porta afora também. Mas no lugar onde ela deveria estar, não restava o resquício de sequer uma pessoa.

Só podia ser brincadeira. Me virei para entrar no Palácio novamente, mas então ouvi um barulho muito alto e o Palácio explodiu em chamas negras.

Percy Jackson: O filho de TártaroOnde histórias criam vida. Descubra agora