Mestiço

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Você é o "Mestiço" que Portinari criou no óleo sobre a tela. É a mistura dos artistas mais inesquecíveis da terceira arte. Chega a ser a mistura do real e surreal.

Esse sombreamento da tua pele, esse rosto mais harmônico, nem Da Vinci fez igual. Esse jeito de ser único, tão difícil de esquecer, Dalí conhecia essa sensação, a nomeou como " A persistência da memória".

E em mim você sempre persistiu.

Esse teu corpo tão perfeito mas que nunca foi realmente meu, o pecado que eu queria cometer com ele nu, exalando vitalidade, certamente me renderia um encontro com Michelangelo no "Juízo final".

O impressionismo que tu me causa, a luminosidade que trouxe para os meus dias, nada é mais lindo que ter você na minha frente. O "Nascer do sol" de Monet não chega aos pés de ter você olhando pra mim.

A angústia que sinto quando tentam me afastar de você, o vermelho da paixão se transformando no escuro da solidão. As coisas difíceis que vivem aparecendo no nosso caminho. "O grito" que eu dei quando descobri o que você fez. Um grito no silêncio como Munch um dia fez.

O beijo extraordinário que você me deu, o beijo verdadeiro, o beijo certo. Quando eu olhei para os seus olhos escuros naquela "Noite estrelada" mais impressionante que a de Van Gogh. Havia mais estelas dentro de mim do que na imensidão daquele céu.

Você é a terceira, a sexta, a sétima arte e eu sempre fui uma admiradora fiel. Você é a obra mais graciosa que eu já avistei.

Se eu tivesse talento para ser artista e pudesse pintar a minha própria história, ela não seria só minha.

Seria nossa.

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