Capítulo 6

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Ele fecha a porta atrás de nós e finalmente solta a minha mão. Ele caminha até uma mesa e pega algo nas mãos que não consigo ver o que é. Então se volta para mim, me olhando intensamente. Elegante como um predador ele caminha até mim e para a poucos centímetros de distância, fazendo com que eu tenha que inclinar a cabeça para trás para poder enxergar ser rosto.

Um dos lados de sua boca se ergue um pouco e ele estende a mão entre nós revelando uma...

Mamadeira?

Por que ele está me dando uma mamadeira?

Percebendo minha confusão, Jack da uma risada e se volta para a mesa de novo. Ele se abaixa e pega uma caixa de papelão cheia de cobertores e então caminha até mim de novo.

Só então escuto os miados. Dentro da caixa há dois gatinhos filhotes e uma gata de pelagem cor grafite e olhos amarelados.

- É a gata da minha prima. - Ele esclarece. - Ela está viajando e deixou este trio sob meus cuidados. Porém esses dois pequenos são muito ciumentos e não consigo alimentar dois ao mesmo tempo. Poderia me ajudar? Gosta de animais não é?

- Claro! Eu amo animais e posso ajudar. - Digo tentando me controlar para não mostrar o quanto estou hipnotizada e maravilhada. Meu grande amor são os cães, mas os gatinhos são tão fofos que acho que vou explodir de tanta fofura.

- Que bom - Diz Jack sorrindo. Ele coloca a caixa no chão e me estende carinhosamente um dos gatinhos enquanto ele pega o outro. - A gata não é a mãe deles. Minha prima encontrou os filhotes na rua e decidiu adota-los.

- Já gostei da sua prima! - Digo enquanto alimento o gatinho agitado no meu colo.

- Desse jeito vou ficar com ciúmes. Nem ao menos conhece minha prima e já gosta dela mais do que de mim. - Jack diz fazendo uma cara de tristeza exagerada.

- Eu nunca disse que gostava de você. - Digo contendo um sorriso. Talvez ele tenha ganhado alguns pontos por me trazer para alimentar gatos.

Ele solta um suspiro de falsa tristeza e coloca o seu gatinho, já alimentado, de volta na caixa junto da gata que começa a lamber o filhote. Pode não ser a mãe dos gatinhos mas isso não significa que não cuidará deles.

Me identifico um pouco com esses gatinhos. Foram abandonados e depois cuidados por uma mãe de coração e não de sangue.

Me distraindo de meus pensamentos, o gatinho que segurava em meus braços começou a escalar até meu ombro. Logo já estava no topo de minhas costas brincando com os meus cabelos. Mas especificamente fazendo uma bagunça no meu cabelo. Isso me faz rir.

Jack vai para trás de mim, também rindo, para tentar tirar o gatinho do meu cabelo.

Tê-lo as minhas costas assim, por algum motivo me deixa nervosa e ansiosa. Principalmente quando suas mãos roçam em meu pescoço, tentando tirar as garras que o gatinho enroscou em meus cabelos.

- Me diga, senhorita Hale - A voz rouca de Jack estava perigosamente perto de minha orelha. Seu hálito aquecendo minha nuca. - O que tenho que fazer para cair em suas graças? Talvez adotar alguns gatinhos? Ou seria melhor cachorrinhos?

Me arrepiei ao dizer:

- Se adotasse os dois, gatinhos e cachorrinhos, talvez suas chances dobrassem. - Jack deu uma risada rouca. Então acrescentei: - Ou talvez eu ficasse com os gatinhos e cachorrinhos e então o deixasse babando por aí. Afinal eles são mais fofos e mais bonitos que você.

Ok! Talvez ele fosse mais bonito, mas eu não admitiria isso para ele.
Jack finalmente consegue tirar o gatinho de meus cabelos.
Ele caminha até estar de frente para mim com o gatinho em seus braços e diz com um sorriso de canto:

- Tantas crueldades saindo dessa boca adorável. Não se importa se ferir meus sentimentos?

Comecei a caminhar em direção a porta, lançando um olhar por cima do ombro e lhe respondendo em tom provocativo:

- Talvez.

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⏰ Última atualização: Apr 14, 2021 ⏰

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