[03] can people feel like floating lights?

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[ esse capítulo não está corrigido. por favor, usam a tag #BTTKsatzu para falar sobre a fanfic no twitter, ajuda mais do que vocês imaginam ]


Think about all the places we could go
If you give in tonight
Just let me set you free
We'll touch the other side

CHOU TZUYU

Me esgueirei pela porta frontal da casa, torcendo para que não fizesse barulho quando a empurrasse e então entrei no cômodo escuro da sala. Vazio, ao menos. Isso já era bom. O fato de não ter que lidar com meu pai sentado no sofá quando chegasse com a mão repleta de dinheiro me acalmava.

A casa era relativamente pequena, o sofá simples, de tecido amarelado e desgastado pelo tempo estava virado para a porta, e uma mesa de centro na frente dele não tinha nenhum enfeite, fora uma flor solitária. A mesa é onde costumávamos nos sentar para comer, distribuídos no chão em volta dela. A cozinha estava na esquerda e era extremamente pequena, a porta que a separava da sala ao menos fazia menos barulho do que a porta de entrada. Uma escada no meio nos levava para o segundo andar, onde teriam apenas dois cômodos. E era, talvez, minimamente constrangedor, porque éramos três.

Com a garganta berrando por estar seca, me aproximei da porta da cozinha, e assim que levei a mão a maçaneta, ela girou sem eu precisar fazer a menor força. Levei a mão ao coração pelo tremendo susto e dei passos atrás.

— Porra — tomei uma respiração profunda e levei a mão ao interruptor ao lado da escada, iluminando a sala de uma só vez e revelando o homem gargalhando de mim. — Porra, Taiyang! Porra.

Ele se contorceu para baixo e eu dei um tapa em sua nuca, torcendo para que ele não risse alto demais. Apesar disso, Taiyang já tinha desenvolvido seu tipo de risada silenciosa. Nenhum de nós queria fazer barulho a essa hora da noite.

— Pare de rir.

Ele ergueu as costas de novo e passou os dedos pelos cabelos pretos e lindos. Taiyang tinha herdado os cabelos totalmente escuros de mamãe, enquanto os meus eram extremamente escuros porém mais puxados para o castanho. Infelizmente herdei de meu pai.

— Porque está tão nervosa, hein? Que merda estava fazendo agora?

Deslizei as notas de dinheiro para o meu bolso traseiro antes que ele pudesse ver. Não queria que ele visse, de forma alguma. Ainda assim, deslizei a mão para o outro bolso e puxei alguns comprimidos. Puxei a mão de Taiyang e os coloquei em sua palma. Ele puxou para perto de seu rosto.

— Ansiolíticos? — Perguntou.

— Clorpromazina — falei, afirmando com a cabeça.

Taiyang franziu o cenho.

— Achei que íamos continuar com os anticolinesterásicos — disse ele. — Continuar atrasando a doença.

Sacudi a cabeça em negação e passei ao lado dele, entrando na cozinha e enchendo um copo de água.

— Isso vai ajudar ele a dormir — falei, e ouvi um suspiro longo de Taiyang. — Sei que ele não está dormindo agora. E se ele não dormir, você não dorme.

— Tzuyu — ele disse e senti sua voz séria demais.

Eu não queria ter essa conversa, não de novo. Era eu quem conseguia os remédios para demência, e era impossível conseguir todos. Se eu ainda tivesse que conseguir antipsicóticos e antidepressivos... Senti as notas de dinheiro parecerem esquentar em meu bolso como se me acusassem de um crime. Não, eu estava certa. Não me importava.

minha namorada é maior que o rei [ hiatus ] Onde histórias criam vida. Descubra agora