minha namorada é maior que o rei [ hiatus ]

[05] hearts closed by contracts

[ esse capítulo não está corrigido! se puderem, usem a tag #BTTKsatzu para falar sobre a fanfic no twitter, ajuda mais do que vocês imaginam! ]

You make this world a little wild
And we shout through crowded streets
Turn up the noise and make it loud
And let the world fall at our feet

CHOU TZUYU

Encarei longamente o fundo falso da gaveta, após contar cada nota de dinheiro ali presente. Era uma boa quantia, uma incrível quantia. Uma quantia grande o suficiente para sustentar o tratamento de meu pai, com todos os remédios possíveis para sua demência, até o fim de sua vida. Mas não era para isso que ela iria servir. Se eu continuasse juntando, e juntando, e juntando, daqui a alguns anos poderia começar uma sede do movimento rebelde. Eu vinha pesquisando a melhor maneira de fazer tudo, e ainda não havia chegado a uma conclusão. Até então, estava tudo bem com isso. Logo não estaria.

Após analisar por mais de um ano como funcionava o serviço de seguranças e criados do Palácio, cheguei a conclusão de que começar a botar pessoas de confiança para dentro era minha melhor e mais inteligente opção. Ficar por perto, ficar bem debaixo do nariz deles desde o início, para que nunca imaginassem. E quando contei para Taiyang, ele disse querer entrar. Ele seria minha cobaia, a primeira pessoa que entraria e a pessoa que eu mais confiava nesse mundo inteiro.

Ouvi batidas na porta do quarto e fechei a gaveta na mesma hora, apoiando as mãos no encosto da cadeira solitária e encarando a porta.

— Entre.

A maçaneta virou devagar, e Taiyang colocou a cabeça para dentro. Seus cabelos estavam desarrumados, mas ele não ficava feio por isso.

— O que está fazendo?

— Pensando — respondi.

Ele sacudiu a cabeça e então, com seu corpo esguio e ombros suavemente curvos, entrou no meu quarto segurando uma caixa em mãos. Eu olhei da caixa para ele, e observei quando Taiyang se sentou na minha cama, batucando os dedos na tampa da caixa de algo que parecia papelão, em seu colo.

— Pensando no que?

— Que falta pouco tempo para te colocarmos para dentro — falei, e minha voz ainda soava baixa. Virei de frente para ele e apoiei meu quadril contra a cadeira, cruzando meus braços.

— O salário é bom — alegou ele. — Sei que terei folga a cada duas semanas se for selecionado, e férias a cada seis meses, sim?

— Se for selecionado — frisei. Ainda tínhamos que fazer essa parte funcionar. Criar uma boa história para Taiyang para que ele se destacasse bem sobre as outras fichas a serem enviadas, e então camuflá-lo bem o suficiente para que não se destacasse entre os outros, uma vez dentro. Quanto menos olhos sobre Taiyang, melhor seria.

Ele sorriu para mim. Um sorriso ladino, aberto demais e bonito demais. Eu nunca saberia sorrir como ele, e meu sorriso nunca seria tão bonito quanto. Apesar disso, poderia tentar fazê-lo sorrir para sempre porque amava seu sorriso. E sabia que ele faria o mesmo, porque amava o meu.

— Vou ser selecionado, maninha. Sabe disso. Só me intriga você querer fazer isso sabendo que... sabendo que vai ter que cuidar do papai.

Meu olhar caiu para o chão no mesmo segundo, e eu tentei evitar os calafrios. Não me agradava a ideia de ficar sozinha com meu pai, e nunca agradaria. Cheguei a pensar em contratar alguém para cuidar dele enquanto Taiyang estivesse fora, mas isso levaria uma boa parte do dinheiro que eu juntava pelo movimento rebelde embora.