28° Cap.

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02:30/ 19 de setembro, sábado.

Dylan on

Depois que a Liz foi para o quarto, fiquei me sentindo muito mal por ter a julgado daquele jeito. Ela realmente nunca faria algo desse tipo e eu preferi acreditar na Flora, que fez minha cabeça contra a minha amiga... Ou posso dizer, minha melhor amiga.

Eu sei que tem poucos dias que me aproximei dela, e que no começo sempre fui o babaca pegador que não queria nada com nada... Mas quando Connor se aproximou dela, acabei me aproximando também e vendo o quão divertida e atenciosa ela é! Senti muita vergonha de toda brincadeira idiota que já fiz com as pessoas, principalmente com Liz.

Ela me fez olhar em volta e entender que o mundo não gira em torno de mim. Todo esse tempo, descontei meus problemas em outras pessoas. Meus pais nunca estão em casa, e quando estão, só faltam se matar! Meu irmão e eu sempre brigávamos, e depois de tudo, ele me deixava sozinho em casa para ir atrás de alguma menina.

Todos sempre me viram como o jogador popular e milionário, por conta de como sou na escola e de como é minha casa, mas ninguém nunca tinha parado para perguntar se estou bem, ou se preciso desabafar. Bom, tenho o Connor, mas pensei que ele iria achar que tudo é frescura.

Hoje me dou um pouco melhor com meu irmão, mas ainda temos problemas... Não me sinto próximo o suficiente para me abrir com ele, mesmo sabendo que ele deve se sentir como eu.

As vezes eu ia dormir chorando e chegava na escola sorrindo como se minha vida fosse perfeita, sempre quis achar alguém para desabafar, mas nunca consegui por medo de ser motivo de piada.... Mas quando conversei com a Liz pela primeira vez, me senti livre, como se todo o peso dos meus ombros tivesse sumido.

Então viramos amigos e a partir daí, ela virou o meu porto seguro, mesmo que seja só minha melhor amiga, eu a amo e tenho medo de perde-la. Me sinto um lixo por ter duvidado dela e ainda ter feito ela chorar em sua própria casa.

Dylan: Liz?- bati fraquinho na porta e a abri devagar.- Podemos conversar?- fecho a porta levemente.

Liz: Me deixa em paz, por favor Dylan.- diz baixinho, com uma voz sonolenta.

Dylan: Vim me desculpar, eu acabei agindo na raiva e...- me interrompeu e se sentou na cama.

Liz: Raiva, Dylan?- me olhou.- Raiva de que?!- perguntou brava.

Dylan: De pensar em te ver machucada por alguém que está com outra pessoa...- respirei fundo.- Me perdoa mesmo, eu não tinha o direito de falar aquilo... Eu deveria ter confiado em você.

Liz: É, deveria mesmo.- respondeu emburrada.- Pensei que me conhecesse pelo menos o suficiente para saber que não sou como as meninas que você conhece!- cruzou os braços.

Dylan: Olha, Liz... Você é a única pessoa que me ouve, é a minha melhor amiga e eu te amo muito! Não quis te chatear... Por favor, me perdoa mesmo por eu ter me expressado mal...- cheguei perto dela e a mesma me olhou de soslaio.- Sinto muito pelo o que eu disse...- respirou fundo.

Liz: Eu também te amo, seu otário... Vem cá.- me puxou para um abraço.- Da próxima vez, me pergunta! Cabeça oca!- soltou o abraço.- Não acredita mais naquelas patricinhas, elas são tóxicas!- deu um peteleco na minha testa.

Dylan: Ai!- coloquei a mão onde ela deu o peteleco e ela se deitou novamente.- Posso deitar aqui com você?- a olhei e ela assentiu.- Obrigado.

Me deitei ao lado dela e ficamos conversando até ela pegar no sono novamente. Me levantei, fui até o pessoal e pedi para abaixarem o som. Grace e meu irmão foram embora, já o resto, dormiu na sala da Liz.

O Idiota do Meu VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora