Capítulo 19 - Addict

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_ Puta merda Kuina! Por que tem uma pessoa tentando arrombar a porta do seu quarto?! -
Rebato ela pelo walkie-talkie, do outro lado da linha eu escutava a respiração dela ofegante e algo sendo chutado. Provavelmente a porta dela estava ao ponto de se quebrar em pedacinhos.

_ Depois eu te explico, por favor, quebra meu galho só dessa vez. Ele quer me matar e--

_ Certo amiga, já estou a caminho. Sobreviva até eu chegar okay? -
Jogo o walkie-talkie em cima da cama e corro pra pegar a arma que o Chapeleiro me deu caçando ela até encontrar dentro da gaveta da cômoda.

Eu corro pelos corredores do hotel com pressa, entro no elevador e aperto o botão feito louca no número do andar onde Kuina estava.
A porta do elevador se abre segundos depois e logo de cara já consigo ver um homem já entrando no quarto dela.

_ Droga... -
Aperto o passo pra tentar alcançar ele antes que mate minha amiga.

_ Não fui eu que fiz aquilo, porra! -
Eu ouço os gritos raivosos de Kuina saindo de dentro do quarto, dois tiros são disparados em seguida.

_ Larga a arma hm? Não queremos que ninguém se machuque, certo?-
Encosto o cano da arma na cabeça do homem que apontava um revólver pra ela.
Ele com certeza não era da milícia, por algum motivo estava portando uma arma.

_ Então essa é a sua amiguinha, Kuina? -

_ Certamente, infelizmente eu sou. Agora larga a porra da arma. -
Consigo ouvir a risada sarcástica dele, Kuina olha pra mim e tomba a cabeça pro lado com o olhar de desespero.

De repente ele reage, ele se vira e dá uma cotovelada com toda força no meu estômago.
Eu me curvo de dor, o desgraçado me acertou em cheio.

Ela agarra no pescoço do homem o enforcando, aquela era a minha oportunidade de pegar a arma da mão dele.
E assim fiz, e com muito esforço da parte de Kuina, ele estava imobilizado nos braços fortes dela.

_ Shhh... quietinho. -
E então ele desmaia nos braços da mesma minutos depois.

_ O que faremos com ele, Narumi? Matamos ele? -
Ela me indaga com indiferença, tira um cigarro de plástico do bolso do seu jens velho e coloca entre os dentes.

_ Não, vamos deixar isso com o Niragi. Amarre ele e tranque aqui mesmo, irei comunicar ele sobre novos traidores. -
Ela concorda e eu saio de dentro do quarto não esquecendo de levar a arma dele comigo.

Eu não queria olhar pra ele nem para o loirinho tão cedo, aconteceu algo no jogo de ontem que eles estão me escondendo.
Chishiya disse que eu bebi demais e não lembro do que aconteceu, já Niragi disse que eu caí do carrosel e bati a cabeça com força no chão.
Mas minha cabeça nem estava doendo...

Estava em cima do balcão do bar da boate, sentada sobre o mármore e com os pés sobre o banco de couro com um copo de tequila na mão. Eu virei a porra de uma alcoólatra...

_ Droga... -
Esbravejo irritada quando algum bêbado passa batendo pelas minhas costas, o líquido alcoólico derrama quase todo sobre minhas roupas.

_ Você é desastrada hein, garota. Me deixa te ajudar com isso. -
Era Ann, a mulher de cara fechada e poucas palavras que todos julgavam como vadia do Chapeleiro. Inclusive eu, ledo engano...
Quando eu fui chorando atrás dela hoje de manhã ela foi gentil comigo, me deu uma cartela de pílulas e me acalmou com uma boa xícara de chá.

_ Obrigada Ann, você as vezes é tão delicada quanto um coice de mula. -
Ela ajuda a secar minhas roupas com um guardanapo, olha pra mim com uma cara forçada de raiva e começamos a rir juntas.
Ela era um amor de pessoa, só sabia disfarçar muito bem isso com sua cara de paisagem.

_ Onde estão seus namoradinhos? -

_ Argh, eles não são meus namorados Annie. Não é nada sério, é apenas sexo. -

_ Hahaha! Apenas sexo? Você está apaixonada por eles, não sei como isso é possível, mas é a pura verdade. -

_ Aquele loiro não gosta de relacionamentos, e eu duvido muito que com o Niragi seja diferente. Isso é a porra de um pesadelo que não tem fim, Ann. -
Ela respira fundo, olha pra mim com os olhos pesados e concorda.

_ Eu entendo você, Narumi. Você só quer ser amada pra valer, mas esse é um mundo de destruição, não é hora para romances banais.
Bom, eu vou indo. Se precisar de algo é só me chamar okay? -

_ Okay, obrigada Annie. -
E assim ela vai embora, se misturando com a multidão de pessoas e sumindo em poucos segundos.

Descendo da bancada, me lembro do probleminha que tinha dentro do quarto de Kuina. Eu tinha que falar com o líder da milícia de qualquer maneira, mesmo puta com o que ele me fez ontem.

_ O chefe quer falar com você, senhorita Mori. -
Um membro da milícia aparece segurando meu braço com força, eu procuro o dono do braço assustada, a bebida deixou minha visão levemente turva.

Um homem de óculos é o dono do braço, pode ser um puta preconceito, porém ele parecia ser o tipo de "menino" que nunca faltou um dia na escola.
Espera... eu conhecia ele!

_ Shunya Shiraishi?! -
Puta que pariu! Era ele mesmo, o menino cdf que sentava na cadeira da frente, eu estudei com ele a minha vida inteira.
Ele não tinha mudado nada, senti vontade de chorar por lembrar das lembranças boas com ele. Era reconfortante ver um rosto familiar nesse lugar.

_ Narumi Mori?! Não acredito! - Minha felicidade não cabia no peito, eu pulo pra abraçar ele

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_ Narumi Mori?! Não acredito! -
Minha felicidade não cabia no peito, eu pulo pra abraçar ele. Ele tomba pra atrás com a força do abraço, eu enlaçava sua cabeça contra meu peito com medo dele escapar.

_ Que saudades do meu nerdzinho preferido! Como veio parar aqui, Shiraishi? Deixa... ninguém sabe mesmo. -
Eu rio sem graça e solto o abraço que estava sendo correspondido.

_ Vamos logo ver o chefe, ele odeia esperar. -
Puta merda, o Niragi queria me ver.
Antes dele dar as costas, eu puxo ele mais uma vez para um abraço apertado.
Ninguém sabe o dia de amanhã, ninguém.



                                     VOLTEI. 
🃏♥️

 Problems In Love ♥︎ | Niragi × Chishyia Onde histórias criam vida. Descubra agora