New Iberia, Louisiana - 1835
O som das diversas preces feitas pelas pessoas presentes e os fungos um atrás do outro irritavam minha orelha. A viúva chorava tão falsamente que eu me perguntava de onde estava vindo tanta água, e parabenizei mentalmente a pessoa que havia feito aquela pintura facial, sinceramente, era impressionante, não borrava por nada. Porém, minha linha de pensamento foi quebrada quando uma mulher se aproximou de Elianys Rosenfeld, a mais nova viúva de New Iberia. O semblante da viúva chorona se fechou no mesmo minuto.
Interessante...
- Me pergunto se ela sabe das traições do marido, e se sabe, admiro sua postura e coragem, ficar frente a frente com a amante do marido sem dar uns bons tapas nela é um grande teste.
Lyssandra aparece ao meu lado.
- Essa é a primeira esposa que chega perto sabendo do que o marido fez, ela é Arrabella Flors, esposa de Yhnor Siers, um dos herdeiros da família Siers, uma família fundadora. - digo olhando para Lys - Não sabia que você viria.
- Eu sei, se contássemos você não viria. - indaga me olhando com deboche claro na voz. - Sabemos o quanto você odeia funerais, principalmente, quando tem uma viúva.
Thyri e Celaena tomam seu lugar ao nosso lado.
- Uma reunião familiar em funeral alheio? Vocês não param de me surpreender, irmãzinhas. - indago impressionada.
Elas levam as mãos com luvas até a frente da boca para esconder o sorriso que apareceu. Dou um simples sorriso de lado.
- O que podemos fazer, temos que aproveitar os momentos que temos com nossa querida irmã mais velha que some mais do que aparece.
- A sua querida irmã mais velha, Lyssandra, estava tendo certeza...
- Que os segredos permaneçam em segredo.- as três indagam juntas. - Nós sabemos, mas custa mandar uma carta, nos deixando saber onde você está? - pergunta Celaena.
- Não, não custa. Irei mandar as cartas sem falta.
A música fúnebre começou e o que antes estava barulhento, agora era simplesmente, uma baderna. Uma baderna fúnebre!
- Vá em paz, Lýkos!
Eu não sei quando começou esse ódio particular por funerais, são só despedidas para uma pessoa querida de alguém.
- Sit oportet te habere requiem meam. Sit deam luna super te, eleison*. - sussurramos a prece calmamente.
[•••]
Aquela prece foi sussurrada milhões de vezes depois daquela. Vimos o tempo passar rápido para diversos conhecidos. Vimos mortes naturais, acidentais, naturais, sobrenaturais... E mortes que não conseguimos colocar em palavras, de tão terríveis que foram.
Vimos raças sendo caçadas, encontradas e mortas. Contamos cada morte, uma por uma, e quando o momento chegou. Cada uma delas foi devidamente cobrada.
Dente por dente.
Olho por olho.
Foi um verdadeiro banho de sangue, uma batalha que nunca foi esquecida nem por nós, muito menos por eles. E ali, naquela floresta, o sobrenome Van Walker foi findado. Depois de tanto escondidas, mostrar finalmente quem éramos e somos foi, de certa forma, um grande alívio.
Sem mais máscaras, mentiras ou qualquer coisa. A partir daquele dia, fomos temidas, reverenciadas, adoradas, abençoadas...E é claro, amaldiçoadas, caçadas e odiadas.A nossa batalha ficou marcado naquele tronco. As diferentes raças finalmente começaram a aparecer, viver! E esse foi nosso verdadeiro trunfo, ver o medo sendo dissolvido.
Mas não imaginávamos o que viria a seguir.
𝚅𝚊𝚗 𝚆𝚊𝚕𝚔𝚎𝚛
*Que a sua alma tenha um descanso apropriado. Que a deusa da lua tenha misericórdia de você.
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𝙰 𝚑𝚒𝚜𝚝ó𝚛𝚒𝚊 𝚗ã𝚘 𝚌𝚘𝚗𝚝𝚊𝚍𝚊 - 𝐕𝐚𝐧 𝐖𝐚𝐥𝐤𝐞𝐫'𝐬
Fanfictionও Há muito tempo atrás, quando nem mesmo, os vampiros existiam. Quatro diferentes seres se levantaram, como as proclamadas "filhas de um só" Sendo consideradas por muito tempo como o começo dos seres sobrenaturais Sendo chamadas de anjos, outras vez...