PRÓLOGO

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#codenamefantoche

Um ponto de luz viajava rapidamente entre o universo ainda dominado pela escuridão. Ele era rápido, deixando um rastro de lágrimas do canto de seus olhos que escorreram copiosamente por suas bochechas ao qual se transformaram em pequenas luzes que pareciam se acender lentamente, mais tarde se tornando estrelas. Em seu peito, sentia um forte aperto desde que havia flagrado as mãos dos amantes se unirem, os dedos se entrelaçaram e em sua mente nublada achava que tudo aquilo havia acontecido pela falta de coragem em não se declarar a tempo.

A indecisão para com seus sentimentos fez com que a jovem criatura perdesse sua amada para sempre.

Ouviu discretamente os dois planejando sua fuga, visto que no planeta de onde vinha "criar" coisas era considerado algo fora do comum e com isto, criaturas daquela espécie eram vistas como verdadeiras aberrações que não mereciam viver. Mas havia algo que nenhum deles sabiam, que quando expostas a algum evento poderiam despertar tal poder. O casal decidiu direcionar-se para uma galáxia não habitada e foram seguidos pela criatura solitária, que os observou levantar seus dedos indicadores dentre a escuridão e deixar alguns pontos iluminados como as estrelas que saíram de seus olhos.

Regibus, ela diz alegre sugerindo que aquele seria o nome da casta que eles começariam juntos a partir dos dois. O nome que tinha sido planejado consigo durante uma conversa amiga onde havia sido levantado uma questão: "E se pudéssemos criar uma variante da nossa espécie?"

E todo esse acontecimento nos levou até aquela parte do universo, que a criatura levou suas mãos ao rosto molhado com as lágrimas tristes e se permitiu viver aquela sensação que esmagava seu peito.

— Se ao menos eu tivesse... — ele esfregou as costas da mão em seus olhos — Ficarei sozinho?...

Seu coração doía tanto quanto a primeira vez que experimentou aquele sentimento. Só queria que parasse, queria que tudo aquilo nunca tivesse acontecido, queria pedir aos seres cósmicos superiores para que pudesse voltar no tempo e desta vez com coragem para tê-la ao seu lado. No entanto, mesmo sendo doloroso, não havia qualquer possibilidade de mudar o passado.

O que está feito, está feito.

Mesmo o tempo passando, a criatura solitária se manteve no mesmo lugar em um limbo de melancolia. Foi então que as luzes das lágrimas que haviam escorrido por suas bochechas quando havia chegado ali começaram a ganhar forma, se tornando belas estrelas e uma em especial se tornou tão grande quanto as outras ao qual Ele batizou como Sol. Em seu coração, além da angústia, precisava de algo para se sentir vivo ou o pior poderia acontecer. Então, encantado com o que havia saído de si, ele decidiu começar a criar aceitando sua nova condição.

Ele trouxe algumas esferas à vida e as posicionou em volta da grande estrela, colocando-as em pontos estratégicos para que funcionasse corretamente. O sistema solar estava ganhando formato. E com tamanha felicidade, o indivíduo decidiu explorar um pouco mais daquela galáxia onde, por fim, achou um local bem grande e com aspecto de templo. Na entrada, havia doze símbolos diferentes que o fizeram sentir um certo arrepio de nervosismo por reconhecê-los.

†⛧✘✟⸸⚰️

Munido de obrigações, o Criador contemplava o universo que captura a vastidão e a intimidade do cosmos. O universo que Ele já havia percorrido inúmeras vezes, vagando entre as estrelas que o próprio acendeu. Sentia que era o momento de se mover, melhorar tudo que já havia construído até então e o melhor passo que poderia dar seria trazer vida para as esferas que havia posicionado ao redor do Sol. E foi neste ponto que ele começou.

Fantoche | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora