Se mudar talvez tenha sido uma das piores ideias que sua família já teve. Quer dizer, antes da correria intensa que é empacotar todos os seus pertences; fazer as malas; passar 3 horas num carro enquanto seus pais colocam uma música brega para tocar na rádio e finalmente chegar na sua nova casa, a vida de Changmin era perfeita.
Mesmo que antes ele não vivesse em uma cidade grande, ele tinha tudo que precisava lá e, principalmente, tinha seus amigos. Sabe como é difícil fazer amigos? Principalmente os que você pode realmente confiar? Poxa, Changmin passou sua vida inteira lá, mas agora teria que se acostumar a viver numa cidade grande, Seul, e pior, se adaptar a uma nova escola.
Não entenda errado, ele não era tímido ou algo do tipo, conversar com as pessoas nunca foi um grande problema para Changmin, pelo contrário, às vezes ele costumava falar demais. Porém, sua maior dificuldade era se sentir realmente conectado a elas - na maior parte das vezes, ele se perguntava se as pessoas realmente gostavam de si ou se apenas fingiam. Por isso, ter que se mudar para todo um novo ambiente realmente o incomodava, mesmo que seus pais não tivessem outra opção.
O antigo chefe de sua mãe, acreditava que ela tinha um potencial grande demais para se resumir apenas a uma pequena empresa de uma pequena cidade e, por isso, ele a ofereceu uma oportunidade de emprego em Seul, na qual ela teria um salário muito melhor e teria muito mais reconhecimento. E claro, ela aceitou a oferta de bom grado. Changmin não podia culpá-la, na verdade a apoiava naquela decisão, mesmo que não fosse a mais feliz para si.
– Filho, você poderia ir na loja de conveniência, aquela que a gente passou mais cedo, lembra? – Sua mãe perguntou e sem esperar uma resposta, continuou- E comprar ovos para o jantar?
Changmin suspirou, para falar a verdade, não queria ir, passara o dia inteiro desempacotando caixas e arrumando suas roupas no seu armário. Mas, ainda assim, apenas acenou com a cabeça e se dirigiu a porta da casa - essa que ainda estava uma bagunça, com caixas e mais caixas espalhadas por toda parte.
A loja de conveniência não era muito longe, só alguns quarteirões de onde Changmin morava. Porém, era janeiro, um dos meses mais frios na Coreia e, aparentemente, em Seul, o frio era ainda mais intenso, pois mesmo todo agasalhado Changmin tremia dos pés à cabeça. Podia até mesmo ver o vapor saindo de sua boca quando assoprava, numa falha tentativa de aquecer suas mãos um pouco.
A frente da loja de conveniência, encostado na parede de forma desleixada, tinha um garoto fumando, parecia novo demais para fazer aquilo, mas também não era problema seu - O que não impediu Changmin de o encarar indiscretamente sem sequer se tocar, até que o menino o olhou de volta com uma sobrancelha arqueada. Ele usava um casaco de couro por cima de uma blusa branca, a qual Changmin não conseguia ver se tinha algo escrito por conta da fraca luz que vinha de dentro da loja de conveniência. Além disso, ele usava uma calça jeans um tanto justa e com alguns rasgos, que pareciam ser propositais, junto com um tênis preto meio sujo.
Enquanto se aproximava da entrada da loja de conveniência, Changmin acompanhou com os olhos o menino levar o cigarro à boca, notando que um dos cantos do lábio deste estava levemente levantado, numa pura expressão de escárnio. Foi então que Changmin notou que já estava o encarando fazia tempo e desviou o olhar rapidamente.
Ele não tinha culpa, ok? Não estava acostumado a ver pessoas com o cabelo pintado em cores tão fortes quanto um vermelho escarlate. No interior todo mundo era bastante simples - Inclusive ele - parecia um mar de cabelos pretos e castanhos por toda parte, com exceção de alguns corajosos que arriscavam um loiro. A figura inteira do garoto encostado na parede chamava muito a sua atenção, apesar da clara tentativa dele de não se destacar, em vista da escolha de suas vestes em tons escuros.
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Aplicativo Problema
FanficSe dissessem para Changmin que ele estaria morando em Seul, com dois garotos à ponto de o deixarem louco e numa escola repleta de segredos e falsidade, ele não acreditaria. Quer dizer, antes de se mudar, ele acreditava que viveria para sempre no int...