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Depois do capitão ter me levado até o imperador, o homem mandou ele me trazer pra cá, esse harém ridículo.

Parabéns para mim, por confiar no meu ego. Fui traficada por um navio mercador de escravos, depois vendida e agora sou uma concubina... De general premiada e reconhecida do Reino da Lua, fui me tornar uma concubina em um reino além mar.

Faz uma semana que estou presa aqui e três semanas desde que minha vida virou de pernas pro ar. Desde que cheguei, apenas criadas vieram até mim, me deram banho e trocaram minhas roupas. Felizmente nenhuma outra pessoa neste lugar implicou comigo. Penso que as cicatrizes e tatuagens expostas em meu corpo quase semi nú espantaram todos.

Por enquanto, me mantenho cativa, quieta, calada e observadora. Preciso formular um plano pra fugir daqui, mas nem tive a chance de sair do castelo ainda.

As pessoas nesse harém não estão autorizadas a sair. O máximo que podemos andar é até os jardins, o que não me traz muitas perspectivas para uma boa fuga.

Agora, sentada em minha cama, divago sobre tudo que vem acontecendo e minha gigantesca lista de erros que me prenderam aqui. Com isso, só percebo a aproximação de uma das criadas até ela tocar meu ombro. Assim que ela me toca puxo seu braço como se fosse quebrá-lo e as pessoas ao meu redor nos observam. Quando percebo meu erro eu a solto.

- Me desculpe - digo.

- Senhorita, eu que me desculpo. Não devia ter assustado você.

- Não foi nada - respondo, meio atordoada.

- O imperador solicita sua presença - diz ela - Vim para preparar a senhora.

- O QUE? - falo, quase que gritando.

- O imperador - quando ela está prestes a repetir a frase eu a interrompo.

- Eu entendi isso, mas você sabe me dizer o que ele quer?

- Senhorita, você é uma das concubinas desse harém, ele pode solicitar a sua presença a hora que quiser.

Eu a olho e fecho a cara, sei que estou parecendo uma criança mimada, mas faz parte de meu suposto disfarce.

Me levanto da cama e começo a andar em direção a porta de saída. A criada vem correndo atrás de mim e me para.

- O que a senhorita acha que está fazendo? - ela me pergunta exasperada.

- Você não disse que o imperador queria me ver? Estou indo.

- A senhorita não entendeu. Precisa se banhar e se trocar primeiro.

- Não. Eu vou ir assim. Sou mais um objeto em uma enorme prateleira mesmo, então vou assim. Ele não vai se importar.

- Senhorita, você não entendeu ...

Antes que ela possa terminar sua fala, sigo andando até chegar às portas do harém, onde uma criada pessoal do imperador me aguarda.

Agora é a criada pessoal do imperador que fala:

- Senhorita, por que você tem que ser tão teimosa? Desse jeito irá ser castigada.

- Não me importo.

- Vamos logo, não temos o dia todo.

Ela começa caminhar e eu a sigo por entre os variados corredores do castelo.

Enquanto caminhamos percebo que ela é a mesma criada do outro dia. Resolvo tentar puxar assunto pra tentar descobrir algo.

- A senhora trabalha aqui há muito tempo?

Dragões da Lua, A cronica de moon empireOnde histórias criam vida. Descubra agora