✓┊STORM

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= H O P E =

Abri meus olhos lentamente e logo eles chegaram ao relógio ao meu lado, que marcava onze horas da manhã.

- Ai... - resmunguei de dor assim que virei-me para o outro lado da cama na esperança de sentir Vinnie.

- Bom dia, bela adormecida - Vinnie apareceu assim que pensei nele.

Ele estava sem camisa e com certeza fazendo alguma coisa que o deixasse suado, pois sua pele brilhou levemente com a pouca luz que atravessava a cortina.

Sentei-me na cama com um sorriso ao lembrar da noite passada.

- O que aconteceu? - Perguntou se sentando ao meu lado e fazendo carícias na minha coxa nua.

- Estou com um pouco de dor... - o respondi passando as mãos nos ombros.

- Eu posso fazer uma massagem - diz e logo sinto suas mãos grandes e geladas entrar em contato com a minha pele quente.

- Não, eu sei muito bem essa massagem - ri me aproximando dele e deixando um beijo suave no mesmo.

Ele deitou ao meu lado e eu deitei em seu peito, e assim ficamos quase uma hora deitados, conversando sobre diversas coisas.

Dentro delas uma que me deixou confusa.

- Você... quer ter filhos? Comigo? - Pergunta.

- Por que a pergunta? - Me levantei indo em direção ao banheiro, para tomar um banho e por uma roupa.

- Eu só queria saber... achei que teria alguma coisa para me contar - diz se encostando na porta.

Olhei para ele com as sobrancelhas juntas, não fazendo ideia do que estava dizendo.

- Vinnie, eu não estou te entendendo.

- Hoje de manhã eu... acabei sem querer mexendo na sua bolsa - cruzei os braços antes mesmo dele terminar de dizer o que eu já sabia.

Provavelmente achou o teste de Cynthia, que eu trouxe comigo.

- E achei dois testes de gravidez... mas não sabia ver se era negativo ou positivo.

- Positivo, os dois - o interrompi.

- E por que não me disse antes?

- Porque os testes não são meus, não tem como eu estar grávida e menstruada - expliquei.

- Nunca se sabe... - deu de ombros. - É de quem? Da sua irmã?

- Da Cynthia - respondi. - Mas não diga a ela que contei isso a você - pedi e ele confirmou com a cabeça.

Ele abaixou a cabeça e ficou mexendo nas unhas, e eu sabia que queria perguntar mais alguma coisa.

- O que foi?

- É que... não sei, você quer ter filhos?

Essa é uma pergunta que eu tenho a certeza da resposta, por querer ser a mãe que eu não tive.

- Sim, quero - respondi. - Agora vamos mudar de assunto porque já era pra eu estar me arrumando - o empurrei para fora do banheiro e enfim fui tomar meu banho.

• • •

Vinnie estaciona o carro na frente de casa e eu o olho no mesmo instante.

- O que eu falo pra ele?

- Inventa alguma coisa, sei que consegue - diz.

Deixo um beijo suave em seus lábios e me despeço dele, saindo do carro logo em seguida.

- Nossa, a sumida apareceu! - Kelianne brinca assim que eu entro em casa.

Provavelmente ela estava ajudando meu pai em alguma coisa, pois estava com dois panos em seus ombros.

- Mas e aí, transou muito? - Pergunta baixo e eu me seguro para não dar um tapa em sua cabeça.

- Kelianne! - Exclamo. - Não conseguimos ir, o Vinnie teve um compromisso e acabou chegando muito tarde - minto.

- Tudo bem, vou fingir que acredito - ri e eu cruzo os braços sem reação com essa situação toda.

Não demora para que meu pai e seu namorado apareçam logo em seguida.

- A gente ficou esperando você e o Vinnie ontem - diz e eu sorrio sem graça.

- Acabou acontecendo uns imprevistos...

- Não tem problema querida, mas e ele, onde está? - Me interrompe.

- Ele disse que ia resolver umas coisas sobre o trabalho - respondi mais tranquila por eles não quererem aprofundar mais no motivo pelo qual eu não fui ao jantar.

- E o baile, faculdade, como estão indo? - O namorado do meu pai pergunta.

- Estamos nos últimos preparativos, provavelmente iremos nos formar semana que vem - respondo nervosa.

- Você é um orgulho minha filha - meu pai diz e deixa um beijo em minha testa.

- Odeio admitir, mas pra mim também - Kelianne brinca, nos fazendo rir.

Assim passamos o resto do dia, conversando e brincando de coisas diversas.

E foi nesse dia que eu percebi que tinha tudo o que eu sempre quis.

Uma família que tinha orgulho de quem eu era, e um namorado que se importava comigo.

Não podia ficar mais feliz.