Epílogo

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O apartamento de Suzi ficava no bairro Amaralina, ao leste do centro de Bom Jesus da Lapa. Suzi sentou no sofá e ligou seu laptop.

Já fazia alguns dias que não via Magali. Ela não atendia o celular nem telefonava para dar notícias e não aparecia na agência. Suzi já temia o pior. Será que ela foi internada num hospício?

Durante um almoço no restaurante, onde lendo uma matéria no jornal da cidade, Suzi viu a entrevista de Alan Brent, psicoterapeuta há anos. Mostrou a foto dele, ao lado da entrevista, para Magali. E ela disse: "Nossa, ele bem bonito, Suzi, com certeza deve ser mais bonito pessoalmente, não acha?". Então, sem pensar duas vezes, Suzi brincou: "Aposto que você não teria coragem de tirar uma foto com ele e, ainda mais, fazê-lo fazer uma dedicatória amorosa pra você". Magali pigarreou: "Como disse?" E a frase que desencadeou tudo: "Você não tem coragem, Magali".

Por um instante, Suzi sentiu-se culpada pelo que havia feito, mas foi somente por um instante mesmo, pois visualizando seu e-mail no laptop, Suzi havia recebido uma nova mensagem de Magali.

Junto à mensagem, em anexo, havia uma fotografia. Nela, Magali segurava uma caneta e uma folha de papel do bloco de anotações do psicoterapeuta, e ele, Alan Brent, sentado atrás de uma mesa de mogno, sorria.

Abaixo da fotografia, a legenda:

Para Magali, minha fã número 1.

Apreciei te analisar. Você, certamente, mexeu comigo de alguma forma. Beijos!

Em seguida, a mensagem de Magali:

Oi, amiga.

Almoço amanhã. Traga o dinheiro. Tudo foi incrível! Viu o novo entrevistado no jornal da cidade? Talvez eu possa fazer novamente — o novo prefeito é muito lindo.

Abraço, Magali 

Suzi fechou o laptop e deu risada.

Ah, Magali e suas loucuras!

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