AMOR OU LEI?

18 - Visita

Narrador - Point Of View

Gizelly estava sentada dentro daquela cela vazia, fria e escura, após a conversa que teve com Rafaella, várias emoções e pensamentos lhe atormentaram, mas nada era pior do que pensar que Rafaella poderia ter lhe entregado para a polícia.

Respirou fundo e tirou o colete que usava, ficando apenas com uma blusa preta de seda, o calor ali dentro era infernal.

Encostou sua testa na grade e respirou fundo...

— Me perdoa...

— Perdão é um dom que eu não tenho, Agente Kalimann! - Gizelly respondeu seriamente

— Eu preferia perder tudo que tenho, minha carreira, a vida policial que construir do que vê você ai dentro dessa cela! - Rafaella falou com a voz por um fio

— Rafaella... - Gizelly engoliu seco

— Não precisa falar nada, sei o quanto está chateada e magoada, assim como seus amigos, mas tenho certeza que seu advogado vai conseguir sua liberdade provisória, sei que vai!

Rafaella falou e segurou nas mãos de Gizelly, se olharam intensamente, Gizelly sabia que Rafaella não faria aquilo, mas a dúvida lhe atormentava.

— Nuestros destinos son diferentes, pasión!

Gizelly falou e deu um beijo casto na testa de Rafaella que fechou os olhos e deixou que uma lágrima solitária caísse.

— Rafa...

Thaís abriu a porta e chamou Rafaella que apenas assentiu e limpou a lágrima que caiu por seu rosto.

Gizelly deixou que seu corpo escorregasse e se sentasse naquele chão frio, apoiou seu rosto entre as mãos e suspirou pesadamente.

As horas ali dentro demoravam séculos para passar, passavam arrastadas.

A porta que dava acesso nas celas se abriram, Carla, Bernardo, Marcella e Rodolffo passaram por ali, logo atrás Thaís e Vicente acompanhando os quatro.

Gizelly se levantou e segurou na grade, Carla se aproximou e segurou em suas mãos, olhando para seu rosto, a analisando.

— Tudo bem? - Carla perguntou

— Sim, estou bem! - Gizelly respondeu

Thaís se aproximou e abriu a cela, Carla pode entrar e abraçar Gizelly, assim como os outros.

— Vocês tem dez minutos! - Vicente avisou - Estaremos na porta, caso precise!

Os dois saíram dali, os deixando sozinhos com Gizelly.

— Estoy contigo, somos una família!

Bernardo foi o primeiro a falar, segurou no rosto de Gizelly, que o abraçou com força.

— Obrigada! - Gizelly respondeu

— Sim, estaremos com você até o fim, se for pra gente falar...

— Não Marcella, vocês não vão falar nada! - Gizelly falou baixo

— Eles tem apenas as câmeras de segurança como mostraram na sala e a tatuagem de seu braço, Ruan está correndo contra o tempo para conseguir seu habeas corpus, mas pelo visto hoje está complicado! - Rodolffo falou e suspirou

Gizelly respirou fundo e bateu na grade com força.

— A noite aqui? Que ótimo, já estou começando a me sentir como um leão na jaula! - Gizelly falou exasperada