DOIS

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SETEMBRO — 2021

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SETEMBRO — 2021

📍 RJ

Eu evitava ao máximo pensar na queda do cavalo, porque toda vez que lembrava me dava vontade de morrer. Deitar em posição fetal e chorar. Me esconder num buraco e não sair mais. Eu podia pensar em diversas maneiras de explicar o que eu sentia, só que agora não tinha tempo pra isso porque a única pessoa que me viu cair, estava no mesmo cômodo que eu. Olhando para mim. E eu só queria sair correndo e chorando desesperada dali.

—Hum... Ahn...— Gaguejei sentindo meu rosto queimar com a vergonha — Desculpe o atraso — Falei piscando várias vezes e fechando a porta atrás de mim com um chute e um estrondo — Desculpa — Murmurei de novo, tentando me fazer andar porque caralho, meu pé parecia grudado no piso.

Antes que conseguisse me mover a porta foi aberta e o Emerson adentrou a sala com um sorriso no rosto.

—Opa — Disse o narrador da FlaTV, eu apertei os olhos em sua direção — Eu vim com eles — Apontou para os dois, ainda em pé próximo ao estofado.

—Entendi — Falei sem jeito, trocando um abraço mais desajeitado ainda com ele — Bom dia — Sorri para os dois, por fim me aproximando.

—Imaginé que encontraria seu pai — Seu Alfredo disse, o sotaque carregado espanhol ainda continuava ali, mas ele falava muito melhor do que na época que o encontrei em BH, ele me estendeu a mão, trocamos um aperto e um sorriso — Hijo, essa é a Hope. Ela foi à fazenda uma vez, te lembras? — Perguntou ao homem ao lado dele, eu o encarei.

A queda passou em câmera lenta pela minha cabeça quando o olhar dele encontrou o meu. E o pior é que ele tinha um sorrisinho que pra mim só'podia dizer "NOSSA, EU ME LEMBRO BEM HAHAHA", segurei a vontade de fechar os olhos com força.

—Claro — Disse, com um sotaque muito parecido com o do pai — Tanto tiempo — Ergueu uma sobrancelha e cruzou os braços.

—Quase não te reconheci — Seu Alfredo se virou para mim — Está muito diferente.

—Espero que pra melhor — Sorri — Porque não sentamos todos? — Falei apontando para os estofados. Seu Alfredo e o filho sentaram num dos sofás, eu e Emerson no outro — Veio fazer a segurança, Eme? — Ergui a sobrancelha olhando para o meu amigo.

—Claro — Ele disse rindo — Eles não sabiam onde ficava a empresa e eu estava de boa, aproveitei pra vir te dar um oi, já que você é ocupada demais para os amigos.

—Sem comentários — Falei divertida olhando para os dois homens à minha frente — Sabe como meus pais funcionam, seu Alfredo — Disse a ele.

—Ah no, sem o "seu" chica — O homem sorriu — Não podia esperar algo diferente de seu pai, pero não sabia que trabalhava com ele.

—Compartilhamos a gestão da empresa, então não se preocupe — Respondi — Então você quer uma linha de cabelo masculino? — Perguntei ao jogador, que ajeitou sua postura no estofado e me encarou.

𝐕𝐈𝐙𝐈𝐍𝐇𝐎𝐒 • 𝐃𝐄 𝐀𝐑𝐑𝐀𝐒𝐂𝐀𝐄𝐓𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora