SEIS

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SETEMBRO — 2021

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SETEMBRO — 2021

📍 RJ

TERÇA—FEIRA

De volta a vida real. Não tinha mais cavalos e nem cachoeiras, muito menos um jogador bonito me importunando... Bem, essa última parte ainda estava meio em aberto na verdade.

Depois de meio turno na gráfica e outro turno atendendo clientes, sai na minha corrida noturna de sempre. A casa do vizinho estava toda acesa e parecia que ele tinha visita, mesmo assim, nenhum barulho saia de lá, o que eu particularmente estava amando. O condomínio em si estava tranquilo hoje, nenhum barulho, apenas a Anahí tagarelando no meu fone de ouvido.

—Nossa Ana, você fala demais — Falei pra ela, já com dificuldade para conversar — Chega logo no ponto.

—Hoje foi dia de receber o money do trabalho aí do lado da tua casa, aí cheguei lá, super de boa e pá e quem me atendeu foi a cozinheira, como da última vez. Só que eu vi o cara e puta merda, ele é muito bonito — Ela quase gritou — Ele tem um jeito meio de gringo, tenho quase certeza que não é brasileiro.

—Muito obrigada por me deixar curiosa — Soltei uma risada.

Ela continuou falando, contou um pouco sobre a aparência do cara e que ele parecia estar tenso ao telefone e eu estava correndo de boa, quando de repente dei de cara com outra pessoa ao virar a esquina. Soltei um grito, meu celular voou da braçadeira, os fones de ouvido também caíram, só eu que dessa vez não.

—Opa — A voz masculina disse, me segurando pelos braços — Desculpa.

Eu levantei o olhar e encarei o jogador. Tinha que ser, não é?

—Merda, cadê meu celular? — Falei me soltando das mãos dele e olhando pro chão pra achar o celular.

—Tá aqui — O jogador disse pegando meu celular do chão — A Anahí desligou a ligação — Falou ele olhando.

—Olha que vadia, eu soltei um grito e ela desligou a ligação! E me dá aqui meu celular, intrometido — Bufei, puxando o celular da mão dele de uma vez e me abaixando pra pegar os fones de ouvido

—Meu Deus, bonita e brava. É uma tigresa? — Perguntou ele com um sorrisinho de lado que eu odiei.

—Ah me poupe — Falei colocando o celular na braçadeira de novo — Se me der licença, vou continuar o que estava fazendo — O olhei erguendo as sobrancelhas.

—Eu também — Disse com um sorriso, tendo a audácia de começar a correr do meu lado — O que? A calçada é pública, tigresa.

—Joguei pedra na cruz, Deus? — Perguntei aos céus.

—Posso saber seu nome? — Ele perguntou, insistindo — Tenho quase certeza de que foi você que eu vi outro dia.

—E eu tenho quase certeza que você é o baladeiro do condomínio — Falei com um sorriso maldoso.

𝐕𝐈𝐙𝐈𝐍𝐇𝐎𝐒 • 𝐃𝐄 𝐀𝐑𝐑𝐀𝐒𝐂𝐀𝐄𝐓𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora