Meu corpo estava suado, e eu podia sentir alguns músculos do meu braço começarem a enjirecer ao ter que suportar meu próprio peso. Mas sob minha respiração acelerada eu mal conseguia me importar com isso. E quando os gritos reverberaram pelo o ambiente deixei de me importar e fui atraído pelo o calor do momento. Após alguns segundos a movimentação do outro lado da cama atraiu minha atenção novamente, e eu senti um queixo se apoiar no meu peito, em um gesto automático envolvi o corpo ao meu lado.
- Você vai com seus pais hoje?
Camille perguntou começando a deslizar os dedos pelo o meu braço, sua carícia era quase como um ritual. E por isso, sempre me acalmava. E ela sabia muito bem disso.
- Eu...
Comecei a falar mas começaram a bater na porta do meu quarto com uma delicadeza característica, que logo foi confirmada pela voz segundos depois.
- Suponho que já tenha acabado?
Amelia questionou parecendo entediada. Ela sempre fazia aquilo, ela gostava de deixar claro que não gostava nenhum um pouco das visitas que recebia. Eu não sabia se era pelo o quarto dela ser ao lado do meu, ou apenas por que ela desaprovava meu comportamento. Acho que um pouco de ambos. Imeditamente, Camille pulou para fora da cama, sabendo exatamente o que viria depois, e com um suspiro acabei me levantando também, e envolvi um lençol nos quadris em meu caminho até a porta.
- Amélia, é sempre um prazer vê-la.
Cumprimentei docemente assim que abri a porta, sem perder uma batida, Amélia retribuiu o sorriso debochado com classe e rebateu:
- Posso ver. - fazendo um gesto para dentro do quarto, na direção de Camille, ela prosseguiu - Quem é a jovem tola dessa vez?
Ela perguntou quase triste, e depois deu um aceno em reconhecimento quando Camille passou em disparada por nós dois. Cerrei a mandíbula antes de voltar meus olhos para Amélia que estava inabalável.
- Você é tão gentil, fico comovido.
Ela me deu um sorriso contido como resposta antes de falar.
- Não há lugar para gentilezas na realeza, Aaron. E se você continuar agindo como um moleque vai acabar perdendo sua coroa. E eu não quero ter que ficar limpando sua bagunça.
Apesar de tudo, eu sabia que Amélia só zelava pelo título que tínhamos mais do que eu. E realmente lamentava que ela não tivesse sido a primeira nascer ao invés de última. Ela teria sido uma rainha maravilhosa.
- Nossos pais irão sair em breve, e estão nos aguardando. Se apronte.
Ela avisou antes de se retirar, sabendo que tinha atingido o ponto.
[...]
MINha mãe me lançou um olhar de quem sabia das coisas assim que me aproximei, e como era comum entre nós dois, fingi inocência.
- Mãe.
Cumprimentei depositando um beijo na bochechas avermelhadas dela, ela não se enganou
- Como foi sua tarde querido?
Ela perguntou tão inocente quanto eu
- Muito agradável.
- Sim, os murmúrios dos empregados sobre a briga entre meus filhos soou muito agradável aos meus ouvidos.
Ela comentou suavemente enquanto colocava as luvas, apesar de sua fala ser uma reprimenda, seu tom não demonstrava isso. Eu até consegui detectar um pouco de diversão.
- Em minha defesa, foi ela quem começou.
Respondo aliviado quando Dylan chega para se despedir também, mas isso não me livra de uma repreensão séria dessa vez enquanto ele a cumprimenta.
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A Seleção, Aaron Monthorn
FanfictionEm uma noite de inverno, o rei e a rainha foram a um evento que ocorria fora do Palácio, onde todos os anos eles frequentavam e eram os convidados de honra. Mas naquela noite fria e gelada, o evento não teve a ilustre presença dos líderes da nação...