De volta à sala de aula, Nathália e Sarah estavam enfiadas em seus braços nas carteiras enquanto Fridel explicava a criação da Yakosoku e como aquela "instalação cientifica" funcionava. Duda podia ver claramente que as duas sabiam de algo a mais sobre aquele garoto e ela mesma desconfiava do internato mais do que tudo. "Pai... tem muita coisa... escondida neste lugar...", Duda disse para si mesma dentro da sua cabeça.
As três continuaram o resto da aula normalmente, ou ao menos pareciam não estar pensativas de mais naquele lugar. Depois que a aula acabou, na saída, Duda pegou pelas alças das mochilas das duas amigas e foi puxando-as pelas costas.
Nathália: DUUUDA!... QUE QUE VOCÊ TA FAZENDO?
Sarah apenas engoliu em seco enquanto tentava manter o equilíbrio.
Duda: Nós três sabemos que aquele lugar não era lá as mil maravilhas, vamos logo pra lá e perguntar diretamente pro garoto porque ele tá lá. Simples.
Ao escutar isso, Sarah se desprendeu da sua mochila e ficou frente a frente com Duda.
- Se tiver um bom plano... sou toda ouvidos... tenho umas boas perguntas para aquele cabeça...
- Hehehe – A leve risada de Duda deu a entender que ela não teria quaisquer problemas pra entrar lá. – Eu sou uma garota tão espeeertaa saaabeee... e sóó talvez eu tenha usado meu telefone pra ganhar as chaves de acesso daquele laboratório sabe?
Nathália: ... Você... Hackeou... O... Sistema... DE UMA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL COM UM FUCKING TELEFONE?!
- FALA MAIS ALTO ACHO QUE A CIA NÃO TE ESCUTOU!!!
Nathália tapou sua boca rapidamente antes que outro grito escapasse.
Sarah: Quer dizer que podemos entrar e sair de lá sem nada de mal acontecer?
- Bem, antes de entrarmos no subsolo, eu vou precisar entrar na sala de câmeras... também peguei o horário de funcionamento do lugar, todos estão no horário de almoço na cantina dos funcionários do internato, pela ficha dos guardas que ficam responsáveis pelas câmeras...
- Eles ficam dentro da sala de câmeras no horário de almoço... não? – Sarah estava levantando hipóteses.
- Er... olha aq... – Duda mostrou o telefone para as duas, a foto do único responsável pelas câmeras era de um homem bem gordinho e com uma barba mal feita. – Pooode não significar nada, mas acho q esse cara vai estar mais interessado em um belo sorvete da tia da cantina do que ficar vigiando aquele lugar.
Sarah então se virou para o corredor que dá para a saída, parou no meio dos seus passos e olhou pra trás.
- Anda povo! Vamos logo!
Duda: VAMUUUUS INVA... VIISIIITAAAAR UM LUUGARZINHO BEM LEGAL EBAAAA!
Nathália: ... sinto q isso vai dar uma merda tão enorme...
As três saíram do corredor em direção à instalação. Naquele mesmo corredor, um rapaz alto e magro saiu de uma esquina, olhou para o caminho que o trio estava tomando e disse para si mesmo:
- ... O que essas garotas estão pensando?... eu deveria contar a um professor..., mas... faz dois anos que quero descobrir o que este lugar realmente é. – Levantou sua cabeça aos poucos e revelou um rosto com alguns cravos aparentes, olhos castanho-claro e um cabelo enrolado da mesma cor dos olhos. – Vou garantir que não sejam vistas... como um terceiranista, não posso simplesmente deixar umas novatas entrarem numa fria. Não é?
Estava carregando uma mochila em forma de machado curto em suas costas.
O trio dinâmico vigiava suas costas a cada segundo, a entrada do laboratório era em um lugar aberto, por isso entrariam correndo para que ninguém as visse. Foi surpreendentemente fácil entrar. Sempre se escondiam dos ângulos das câmeras até chegar na sala de vigilância, Nathália quase ficou no ângulo errado umas 4 vezes. Duda mostrou o caminho para as outras duas com muita facilidade, ela mesma já tinha dito que sua família era militar e deram leves treinamentos para ela.
Ao chegar na sala de vigilância, abriram a porta de forma que não fizesse nenhum barulho, verificaram pela fresta que abriram que a sala estava vazia. Nathália e Duda entraram primeiro, Sarah, logo atrás, estava com o seu sabre de prata bem preparado para atacar.
- Sarah porque trouxe isso mesmo?...
- ... Porque... porque... sim...
Duda se sentou na cadeira e conectou seu telefone no computador no centro da mesa que estava envolto de telas com todas as câmeras, agarrou o teclado e depois de um controlou o sistema do laboratório.
Sarah: Não tem perigo do resto do sistema da Yakosoku te descobrir?
- Não, eu ocultei qualquer invasão que eu tenha feito, estou focando só nesta instalação então nada de mais vai acontecer.
- Então mesmo se você ... bla bla bla bla
"Meu deeeus... essas duas são incríveis mesmo hein?... uma princesa treinada e uma filha de militar muito esperta... tudo o que elas falam só passam como blas blas e blas".
Sarah percebeu que só faltava uma piscina e uma bóia de patinho para Nathália, que estava olhando pro ventilador que estava desligado. Sarah balançou sua mão na cara da amiga pra chamar a atenção dela e disse:
- Vamos, a Duda conseguiu colocar as câmeras em modo replay por uma hora, tempo suficiente pra descermos e depois sairmos.
- A-ah... sim vamos.
Repentinamente a porta se fechou, Sarah puxou Nathália para trás e ergueu o seu sabre, Duda se levantou da cadeira e ficou logo atrás de Nathália. Sarah cerrou os olhos, não acenderam a luz do quarto, nenhuma das três viu alguém lá dentro, Sarah presumiu então que fecharam a porta pelo lado de fora e se afastou das outras duas para abrir a porta. Depois de dois passos a garota sentiu uma mão gelada no seu ombro e como se uma cobra estivesse trocando de pele, vários fragmentos negros se espalharam, revelando o terceiranista do corredor, que com um largo sorriso perguntou para as três:
- Oque estão fazendo novatas?
O frio daquela mão, a pressão causada, a tensão se alastra nas três e o sorriso perpetua sobre o rosto do rapaz.