Talking to the moon

Capítulo 2

Emma

Cheguei a casa, FINALMENTE!!!!

O melhor de tudo? Estou sozinhaaaa

Ok ok, acalmei-me...

Como os meus pais estão a trabalhar e a minha irmã ainda está na escola, eu estou sozinha até às 17h (hora em que a Ayla chega)

Subo para o meu quarto e atiro a mochila para um canto qualquer, calço uns chinelos e desço para a cozinha para fazer o meu almoço.

Enquanto almoço decido ver o novo episódio da minha série por isso vou para a sala e almoço lá.

Depois de tudo arrumo a cozinha e subo para o meu quarto.

Envio mensagem ao Theo e mal ele me responde ligo-lhe.

_Chamada on_

Theo: OLAAAAAA

Emma: OLAAAAAAAA

Theo: Então como é que foi o teu primeiro dia de aulas?

Emma: Aí, foi a mesma cena de sempre, apresentações, critérios de avaliação e a Stefany a ignorar-me enquanto está com o namorado. - reviro os olhos - e o teu?

Theo: Igual, tirando a parte da Stefany e colocando a parte de ter estado com o meu trio após meses e ter de passar de novo pela cena da julgação das pessoas.

Emma: Sinto muito... Mas e então, quando é que vens cá de novo? Ou já está na minha vez de ir aí?

Theo: Eu ACHO que agora deverias vir tu aqui né

Emma: Hmmmm vou pensar no teu caso - riu da cara de aborrecido dele

Theo: Então, a que horas tens treino hoje?

Emma: Tenho às 18h30 mas vou ter de sair de casa às 18h para chegar a tempo. Mesmo assim a minha irmã chega a casa às 16h30 por isso... E tu, estás sozinho até que horas?

Nós preferimos fazer chamada enquanto estamos sozinhos para que os nossos pais não interrompam e para pudermos estar à vontade e falar do que quisermos.

Theo: Hoje as minhas mães chegam às 16h.

Emma: Ou seja, temos 1 hora para estarmos em chamada né?

Theo: Exatamente...

_Chamada off_

Ficamos em chamada até às 15h55 e depois desligamos.

Depois disso deitei-me na cama a ver séries até a minha irmã entrar no meu quarto a correr e atirar-se para cima de mim. Sim, ela costuma fazer quase sempre isso já que eu passo a maior parte do meu tempo no meu quarto, aliás que adolescente hoje em dia não passa a maior parte do seu tempo no seu próprio espaço?

Aproveitei que a minha irmã chegou e fiz um lanche para nós e enquanto lanchávamos ficamos a ver desenhos animados (sim, eu ainda vejo desenhos com 17 anos, alguns até são melhores do que as séries adolescentes).

Depois disso fiz a Ayla arrumar a cozinha enquanto eu ia buscar as coisas dela ao quarto dela para a puder ajudar nas cenas da escola antes de ir para o treino.

Mais ao menos às 17h30 acabamos as coisas dela então eu expulsei-a do meu quarto e comecei a arranjar a mochila do treino, depois fui amarrar o cabelo e troquei a camisa para um casaco de treino largo para me sentir mais confortável enquanto dançava.

Após isso já eram umas 17h50 e faltavam 10 minutos para o meu autocarro então fui me despedir da Ayla, tranquei a porta e fui a correr para a paragem já que já só faltavam 5 minutos para o autocarro passar.

Mandei mensagem para a minha mãe a dizer que já tinha saído, a dizer as horas em que a Ayla tinha o treino, a avisar que ela tinha ficado sozinha em casa e também pedi para me ir buscar ao treino às 19h30.

1 semana depois...

Passou 1 semana desde que voltamos à rotina e já estou cheia de trabalhos, parece que não é esta semana que vou a Londres visitar o Theo... Também não é esta semana que ele vem porque ele está como eu...

Durante esta semana comecei a ter algumas dores no meu joelho, não sei ao certo o que é mas também não deve ser nada de grave né.

Eu e o Theo temos falado menos mas já concordamos em tentar fazer chamadas, pelo menos, aos domingos.

A Stefany só fica com o namorado o dia todo e começou a ignorar-me ainda mais.

1 mês depois (outubro)...

Sexta-feira 18h30

O outono chegou... A melhor altura do ano, onde as ruas estão coloridas de laranja e castanho por causa das árvores, que época linda.

As dores têm piorado então hoje vou ao hospital pois têm ficado tão fortes que mal consigo dançar....

O Theo? Eu e ele temo-nos aproximado imenso um do outro...

Entrei no carro junto com a minha mãe e fomos em direção ao hospital.

30 minutos depois...

Finalmente fui chamada. Mal ouvi o meu nome saltei da cadeira e fui, com certa dificuldade e com ajuda da minha mãe, até ao consultório.

Entrei no consultório, a mancar, e sentei-me na cadeira ao lado da minha mãe.

Médico: Boa tarde menina Emma, a que devo a sua visita?

Emma: Olá, boa tarde. No último mês tenho tido algumas dores no meu joelho e isso tem feito eu mancar e tenho muita dificuldade ao dançar pois não consigo fazer os movimentos certos.

Médico: Hmmmm, deixe-me analisar...

Depois disso fiz alguns exames e disseram que dentro de 3 dias me mandariam os resultados por e-mail. Até lá estou proibida de dançar e tenho de andar de moletas para isto não piorar...

Mal chego a casa vou ao meu quarto e começo a arranjar o meu cantinho na janela porque como já está de noite já posso observar o céu. Vou fazer um chocolate quente e sento-me com uma manta nas minhas costas e fico a observar a Lua.

Começo a falar sozinha e desabafar o que sinto em relação a ter de deixar de lado o que mais amo... a dança...

Pego no meu telemóvel para ver as horas e reparo que o Theo me tinha mandado mensagem a perguntar o que o médico me tinha dito, eu contei-lhe e ele, como é bailarino, entendeu a minha dor....

Pode parecer algo fútil para muitos mas é realmente horrível...

Passado um tempinho acabo por adormecer ali mesmo, deitada no chão do meu quarto mas como naquele sítio específico estava cheio de almofadas, não foi um problema adormecer ali.

2 meses depois (dezembro)...

Chegou dezembro, o mês em que a família se junta toda para celebrar o Natal.

O médico diagnosticou o que eu tenho e não posso voltar a dançar tão cedo quanto isso...

Tenho falado com os meus pais e eles estão a pensar em mudarem-se para Londres já que nesta cidade tudo me faz lembrar da dança...

Porquê Londres? Porque o Theo é de lá e acham que como já conheço alguém lá talvez me adapte mais rápido. A Ayla até reagiu bem ao saber que poderíamos mudar de cidade em pouco tempo e está animada com a mudança, ela nunca gostou muito de Manchester e aqui ela também não tem muitos amigos então está tudo bem.

Acho que esta mudança até pode nos fazer bem... Pode ser que tudo corra bem...