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Pov. Autor

– Isso é tudo?

– É sim detetive.

– Tudo bem, eu vou pegar as gravações dessa dessa conversa, eu vou voltar aqui e fazer só mais algumas perguntas e depois você pode ir embora. — O policial sai da sala de interrogatório.

– Ei, novato, o que você tá fazendo?

– Pediram pra eu entregar um cartão pro Martin. — No corredor o detetive encontra com com um policial novo.

– Quem pediu?

– O irmão dele.

– Tudo bem.

O policial bate na porta e chama a atenção do garoto.

– Oi, pediram pra entregar isso pra você.

– Ah, obrigado. — Martin lê o bilhete e o guarda no bolso.

20 minutos se passaram e o detetive volta.

– Ok Daniels, pode ir embora.

– Obrigado detetive.

Martin levanta da cadeira e vai andando até a saída da delegacia, que já estava indo à dois dias pra ser interrogado.

As coisas ficaram estranhas depois de tudo que aconteceu. Pelo o que eu sei Amanda foi parar num hospital psiquiátrico. A família da Dalia começou uma campanha para que os pais tomassem cuidado com o tipo de pessoa que suas crianças se envolviam. Um dos amigos do Cris pediu pra que ele fosse cremado, e levou as cinzas com ele. Bill tinha uma avó, e foi enterrado no quintal dela.

– E agora a gente vai pra onde?

– Pra onde você quer ir?

– South Riviera parece legal.

– Então vamos pra lá. Ele tá quieto demais, tem certeza que ele tá bem?

Dan, Rubis e Nakomi criaram um canal no YouTube pra contarem a história do nosso dia a dia na casa. Sobre as torturas, as drogas, etc e etc.

Kai saiu do país. Não falava com a mãe a mais de 1 ano, mas depois que fizeram as pazes, ele correu em direção a Califórnia.

Zuker foi diagnosticado com transtorno de estresse por traumático, faz terapia e agora luta boxe, mora sozinho e tem ajuda dos amigos pra superar tudo.

Ninguém sabe onde a Yohan se meteu. Naquele dia apenas a viram entrar na ambulância, não a viram sair, nem nada, ele simplismente sumiu.

Daeg e Pedro foram fazer faculdade em outro estado, eles dividem um apartamento juntos, e evitam contato com a gente.

– Tenho, ele só deve estar tonto.

– Antes de ir, você não quer falar com a sua família?

– Meu pai não liga se eu for embora, minha mãe muito menos.

– Nill... Eu comprei uma coisa pra você.

– O que? — Nill vê o outro mexer em uma bolsa de viagem que escondia do lado de seu banco. – Uma machadinha nova?

– Eu até afiei ela pra você.

– Aawn, você é um amor.

– Seu amor. — Martin suspira, arrumando algumas coisas no carro antes de dar partida. Olha Nill nos olhos e começa a combinar seu futuro junto a ele. – Quando a gente chegar, a gente podia alugar uma casa. Pelo menos até eu terminar o curso de psicologia e começar o de advocacia.

– Claro, sabe... Eu queria fazer alguma coisa diferente com esse.

– Eu já disse que canibalismo não rola. Pelo menos eu não vou te ajudar, se quiser se vira.

– Não seu idiota, queria deixar registrado. Comprei uma polaroid, foi bem cara, quero por em uso.

– Quer tirar fotos? Tudo bem, vai te ajudar a passar o tempo. Espera, isso é uma forma indireta de você me dizer que vai começar com o curso de fotografia?

– Sim.

– To orgulhoso de você. Quando a gente chegar lá, vamos levá-lo pra onde? Porão ou quarto?

– Porão, quero me divertir só com você hoje.

– Eu quase me sinto especial. — Martin sorri, abre os botões da camisa branca até o peito, e tira do bolso o óculos roubado de lente marrom, da uma assoprada nele por estar com algumas poeirinhas, e coloca em seu rosto. – Esse aí era de onde?

– Milwaukee. Ele disse que mora sozinho, e que tinha uma irmã velha.

– Ninguém vai dar falta.

– Eu te amo.

– Eu te amo mais.

Os dois foram foram em direção a nova cidade com um homem amarrado no porta malas do furgão.

É, como eu disse, as coisas ficaram estranhas, depois de fantasiar por tanto tempo em matar o Cristian, acho que gostei da sensação de que aquilo finalmente tinha acabado tinha me dado. E Nill, me acompanhou nessa.

Depois de um tempo a polícia descobriu pilhas de corpos enterrados em volta daquela casa. De outros adolescentes que procuravam um significado na vida, que ele gentilmente ou não, tirou isso deles.

As coisas são o que são. Todo mundo vive, todo mundo joga.

Ah, quer saber, não importa, quando eu morrer vou queimar no inferno, provavelmente igual a você, vamos pra lá por pecados diferentes mas vamos.

1 ano depois

– Nossa, esse lugar é incrível!

– E essa é a casa onde aconteceu o massacre da família Paradiso.

Aquela casa virou um lugar turístico. Ah, logo logo não vai sobrar mais nada daquele lugar... Enfim, acho que tenho que ser grato ao Cris, ele me mudou, me deu um propósito. E agora, eu o entendo tudo o que ele fez. Agora, eu e Niil, vamos caminhar todos os dias em direção ao nosso nirvana.

Paradiso.Onde histórias criam vida. Descubra agora