Favorite Crime - Bucky Barnes

I - Honra, Força e Inteligencia

Brasil, 2006

- Honra, força e inteligência... - seguro meu ursinho de pelúcia forte e tento me concentrar nessas três palavras de forma firme - Honra, força e inteligência! - tento dizer o mais alto que posso

- Crystal, continua! - escuto a voz da minha mãe me dizendo. Começo a tossir junto com ela, por conta da fumaça do incêndio. Tomo coragem e finalmente abro meus olhos, vendo o que acontecia. Nossa casa... nossa querida casa se despedaçava ao nosso redor ao meio ao fogo. Não via meu pai desde a noite passada, e não acho que verei mais. Nos braços de minha mãe eu consigo sentir seu batimento se enfraquecendo - Crystal, o mantra... continue ele! - ela repete com a voz fraca e eu fecho os olhos o repetindo... "Honra, Força e inteligência". Em seguida ela pega minha mão e se levanta rápido, o mais rápido que pode, depois de ter ouvido um barulho forte vindo de fora. Nós subimos para o terraço da casa, com um pouco de dificuldade por conta dos destroços mas conseguimos chegar lá. Chegando ela se ajoelha em minha frente e tira o colocar de seu pescoço

- Crystal, minha linda Crystal... - acaricia meu rosto e Eu já não me aguentava de chorar, e ela também não. Os lindos olhos azuis de minha mãe, de repente se transformaram em uma imensidão escura e sem vida - eu preciso que você seja forte, ok? - ela coloca o colocar em meu pescoço. Aquele colar era relíquia de família. Uma pequena raposa com as siglas "HFI" logo em baixo bem pequeno. - sempre lembre-se, se você não tiver a primeira regra, as duas não serviram para você evoluir. Um dia você saberá a importância disso, mas agora... preciso que seja corajosa. Tudo bem? - concordo com a cabeça abraçando meu ursinho mais forte

- eu te amo mamãe...- digo e ela me abraça forte, beijando minha testa

- eu te amo muito mais meu Cristal! - ela diz se levantando e se direcionando até a porta me deixando. Mas antes que pudesse sair, meus avós abrem a porta e a abraçam.

- vovó, vovô! - eu grito esticando meus braços e os dois sorriem, mas ainda agitados

- Crystal, não saia daí... independente do que acontecer, nós te amamos! - eles gritam e eu concordo me sentando. Eu sabia que ficar ali era o certo... fazer o que eles mandavam era o certo...mas meu coração dizia para eu ir com eles

- PARADOS AGORA TAYLOR'S! VENHAM COM A GENTE SE NÃO NÓS ATIRAMOS! - escuto esses gritos vindo da escada

- te amo Rapozinha, eu te encontrarei um dia! - minha mãe diz e sai correndo pelas escadas, e logo em seguida escuto barulhos de tiro. Meus avós gritam e vão correndo para as escadas também

- vocês dois, vão vir comigo, já sabem o que fazer! - eles dizerem pelas escadas, fazendo eu pensar que seria sobre meus avós - e vamos levar a Garota também!

- não! Por favor! Nos leve, deixe ela! - escuto eles dizerem e grito de novo, não me aguentando mais correndo até a porta. Mas antes que chegasse até lá, um homem alto, preto e com um tapa olho me segura pelos braços e tapa minha boca

- nem mais uma palavra, ok? Se não eles vão matar seus avós e a nós! - eu concordo com a cabeça e ele me pega no colo, tirando a mão da minha boca - sou amigos dos seus pais, vc vai vir comigo agora... ok? É a única forma de sairmos vivos - ainda com medo, eu fico quieta... só confiando em suas palavras

- e meus avós? - pergunto ao homem que me levava para a ponta do terraço, quando um helicóptero começa a descer

- eles vão ficar bem, e eu prometo, cuidar de você. Ok? Eu irei cuida - lá até seus avós voltarem. Promete confiar em mim? - ainda relutante, antes de começarmos a subir as escadas, eu digo: