Capítulo 6

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  Já eram três horas da madrugada.
  Michael levantou-se da cama e pegou a sua mochila, já estando todo arrumando. O rapaz pegou suas chaves e saiu para o corredor de maneira cautelosa, com medo de ser pego pelo seu pai ou mãe.
  Conseguiu sair de casa com mais facilidade do que esperava. Assim, o jovem trancou a porta da frente e seguiu rumo para a pizzaria, apressando o passo para não deixar os seus amigos esperando.

 

 

  Haviam passado pouco mais de meia hora até Mike começar a ver a pizzaria. Chegando lá, ele também percebeu que o resto do grupo já estava esperando por ele.

  – Oi, desculpa a demora.
  – Tudo bem – disse Charlie. – Então agora eu tenho que abrir a porta, né? Não tem mais volta.

  Todos assentiram, então ela finalmente destrancou a porta. Porém, ao pôr a mão na maçaneta, hesitou.

  – Algum problema? – Mike perguntou.
  – Você tem certeza disso, Mike?
  – Sim, nós já tivemos essa conversa.
  – Eu não sei... Isso é literalmente um crime. E se nós formos pegos?
  – Nós não vamos.
  – Como você tem tanta certeza?
  – Eu não tenho, você sabe que eu não tenho certeza de nada. Mas a gente precisa chegar no fundo disso – respondeu, agarrando a maçaneta com força e abrindo a porta.

  Michael foi o primeiro a entrar, sendo seguido pelos outros três.

  – Mike, você conseguiu o papel das câmeras? – perguntou Lamar.
  – Sim, aqui está.

  O outro rapaz tirou o papel das mãos de Mike, parando por curtos segundos para analisá-lo. No papel, havia uma planta da pizzaria, porém mostrando quais áreas são filmadas pelas câmeras e quais não podem ser vistas.
  Agora guiados por Lamar, os quatro se esforçavam para manterem-se nos pontos cegos das múltiplas câmeras, sem quererem que o guarda noturno os veja.

Aqui estamos – disse Michael em um sussurro.
  – Okay, o plano é o seguinte: você e Charlie vão entrar na sala e procurar por qualquer coisa que seja útil. Eu e Marla vamos ficar aqui fora, de olho no guarda. Se vocês ouvirem três batidas na porta, saiam o mais rápido possível da sala!
  – Certo. E se a gente bater na porta três vezes, é porque precisamos da ajuda de vocês – acrescentou Charlie.

  Todos assentiram.
  Assim, Charlie entrou na antiga sala, conseguindo não fazer barulho. A garota gesticulou para Michael entrar, então assim ele fez.

  – Urgh... Essa sala é tão fedorenta – Mike falou, iluminando a sua volta com uma pequena lanterna no seu chaveiro. – Uma mistura de produto químico com mofo, é claro.
  – Não, essa sala é muito mais fedorenta que isso. É como se tivesse alguma coisa apodrecendo aqui dentro.
  – Impossível, eles limparam tudo – respondeu, passando a mão pelos itens na estante à esquerda.

  O garoto levantava e repunha no lugar as variadas peças e partes dos antigos robôs, encontrando apenas o que pareciam ser meses de poeira acumulada e claramente ignorada por seja lá quem fez a limpeza da sala. A única pergunta que conseguia fazer a si mesmo naquela hora era: por que caralhos eles ainda mantêm essas coisas aqui?
  Chegando no fim da parede esquerda, Mike notou algo. Uma memória dos seus delitos, a causa dos seus pesadelos e, surpreendentemente, a fonte do odor que havia sentido ao entrar na sala.
  A pelagem amarela da fantasia parecia reluzir à luz da lanterna e suas cavidades oculares, vazias e negras, a deixavam tão sem vida quanto aquele que morreu nas mãos de Michael. A figura de Fredbear naquele momento poderia amedrontar qualquer um, mas a história que o urso dourado contava com o seu silêncio parecia intensificar esse sentimento dentro do rapaz parado bem diante dele.

Sorriso de Criança - Fanfic de FNaF [+14]Onde histórias criam vida. Descubra agora